sexta-feira, 27 de maio de 2011

Guarda joías da fábrica Constância


Fiquei fascinada com a decoração da tampa.
Comprei-a na feira da ladra por 5 €.
Só a tampa está partida e colada.
Falta ainda dar um jeitinho na pintura que enchi a falha com massa.


Guarda jóias da fábrica Constância.Esta fábrica lançou-se sobre as bases lançadas pela Companhia fabril de Louça fundada em 1836, na cerca de Nª Sª dos Remédios, Convento dos Marianos em Lisboa que laborou até 1842, que nesta data se passou a designar Companhia Constãncia que sob esta firma produziu até 1881.
Em laboração até meados do século XX. Com períodos áureos de grandes pintores.
Adoro a assinatura a manganês, e ainda as iniciais AA.
Segundo a seguidora Maria Andrade
" este tipo de decoração foi usada nos anos 40 e 50 do séc. XX, muito marcados pelo nacionalismo do Estado Novo, com a cruz de Cristo e a nau a lembrarem os feitos gloriosos do tempo das descobertas.
Estas peças que evocam alguma história são sempre muito interessantes e mais facilmente datáveis."
Encantei-me pela vela com a cruz dos templários.



terça-feira, 24 de maio de 2011

Prato de faiança de Miragaia (?)

Comprei este prato na feira de Algés.Banca no chão, estrategicamente posto a um canto, sozinho , uma técnica para chamar a atenção.
Adorei o prato pela cor  monocromática a azul cobalto e aguada azul claro . Decoração do rebordo  floral em estampilhado. Interessante constatar o fabrico em série , no caso se nota muito bem a ligação da estampagem a stencil,  ingénua e atabalhoada, ornado no rebordo da aba a filete azul , igual a contornar o covo seguido de outro largo numa tonalidade mais clara. 
Ao centro uma jarra florida em azul cobalto tal como na estampa da aba.

  • Tardoz do prato esmalte branco reporta para fabrico  norte,  Miragaia (?).


Deixei o arame feito à medida, apenas o envernizei com verniz. 
Curiosamente tenho alguns pratos com estas aranhas feitas manualmente, acho-as uma delícia. Muito porque a altura que foram feitas, ainda não se vivia em globalização, o conhecimento era escasso e mesmo assim a forma, a ideia e o material foi passado de terra em terra ainda se encontram nas mais variadas peças e regiões. 
Fico estupefacta com estes saberes antigos e a forma como eram transmitidos.
  • Atribuir o seu fabrico  ao norte com certeza -, Miragaia (?) a  não estar marcado, dos finais do século XIX.
  • Atendi ao esmalte branco ao azul cobalto e ao azul claro e à decoração do motivo central minuciosa quer da jarra quer das flores.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Travessa em faiança Devezas, Pereira Valente ou Miragaia (?)

Comprei esta linda travessa quinada ou oitavada, na feira de Algés.
Motivo casario-, cópia do inglês Roselle  que foi largamente pintado por Vilar de Mouros e nesta cor.
 
  • Faiança homogénea, translúcida, e pintura mais fina pode ser fabrico de Miragaia que pintou também em rosa. De esmalte branco lembra Devezas e Fábrica Pereira Valente, por isso a grande dúvida na atribuição, mas norte concerteza!
O vendedor sempre com espólios encaixotados. Demoradamente tira as peças, mal as desenrola já tem vendedores à sua volta para as comprar a bom preço e revender.
O ajudante o Sr Marinheiro, alcunha ou nome de família vai fazendo as vendas das coisas mais baratas ou por atacado. Discutem sempre, ou porque não ouviu bem o preço ou porque atendeu alguém e havia outra pessoa que queria a mesma peça e ainda as mulheres junto ao estaminé não desgrudam nem os homens na expetativa de ver o que sai do caixote, vi saírem lampiões em latão com 3 metros de altura, lindos e...
Desta vez apeteceu-me furar a barreira, ainda vem que fui persistente, porque o meu marido já nem pára e eu sem carteira a chamar por ele...
Vi dois pratões azuis de Coimbra, aprecei um deles pediu-me 50€, dei uma volta à feira, voltei, perguntei de novo, aos dois fazia 75€. Deu-me o mote para espiar o chão e atrever-me a perguntar o preço desta travessa em muito mau estado, cheia de cola de contato amarela sujissima, pelo preço nem pestanejei.
Em casa com água quente lavei-a e tirei o excesso de cola. Ficou linda.
Debruada a esponjados toda sob o mesmo tom rosa, arabescos,motivo central uma casa de telhado inclinado com a bandeira no topo ladeada de árvores ramagens em esponjado ligeiramente inclinadas como desde o século XVI também se pintaram em Coimbra.

Tardoz da travessa. Esmalte polido branco e brilhante.

Enquadrei-a na parede da sala.Claro,tive de retirar bonitos pratos. 
Na net num site de leilões encontrei este prato com o mesmo desenho e a mesma cor atribuído a Coimbra (?)
  • Aliás a folhagem da travessa e do prato são semelhantes o que aventa terem saído da mesma fábrica, apesar de terem sido obras de pintores diferentes, visível no rodapé.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Penico em faiança de Coimbra ou SAVP (?)

Apreçava um grande prato de Coimbra caríssimo, quando vi aos pés da cigana o penico.
Tudo na banca era caro. Mas tive de o trazer. A sua elegância e o formato em tudo mais pequeno e belo em relação a outros que tenho, fascinaram-me. O casal de ciganos na sua primeira vez na capital, trazidos por um rapaz bonitão meu conhecido há anos , em tempos andou de parceria com uma holandesa mais velha até ao dia que se chatearam, ela ainda por cá andou sozinha até que desapareceu...
Achei o penico uma gracinha e a manta de tear antiga toda branca que comprei nesse dia .
Supostamente fabrico de Coimbra ou norte de SAVP (?) atendendo ao formato gracioso, frete, elaboração elegante do rebordo, asa, e pelo anilado do esmalte, porque o azul cobalto foi vastamente pintado por outras fábricas.
Nas escavações recentes no recinto da fábrica de Santo António do Vale da Piedade em Gaia, puseram a descoberto fragmentos com estes motivos decorativos de riscas, que ajudam a catalogar com mais certeza as peças.Sendo este azul cobalto muito usado. As peças antes do esmalte passavam por um banho rosado, depois o esmalte, que se não se tiver atenção julga-se que o fabrico foi com barro vermelho, e não foi.

sábado, 14 de maio de 2011

Faiança de Coimbra ou OAL (?)

Comprei esta travessa na feira da ladra.
Instinto o olhar para o panal no chão, um homem agachado na escolha de fotografias antigas e a pô-las na travessa.
Gosto em particular deste tipo de pintura, meio tinta e esponjados.Muito ingénua.
  • Travessa quinada, textura grosseira motivo central : tricana de Coimbra e arvoredo em esponjados - nunca antes tinha visto outra com uma figura, só paisagens e flores. Não a podia deixar ficar.
No imediato lembrei-me de em miúda ir a Coimbra com a minha mãe, de as ver ainda nas margens do Mondego com canastras, também em estatuetas, de cântaro na anca ladeadas com o estudante de capa e batina.
Fabrico atribuído aos finais do século XIX, as bordaduras em série de estampagem só por volta de 1854 entraram na pintura de faiança em Portugal.


Tardoz gateado . Visível furos de anterior gateamento mais pequeno.
Esmalte brilhante.

O esmalte translúcido e a pintura central se confundem na atribuição a fabrico de Coimbra - só a cor do azul mais escura se assemelha a Alcobaça .
  • No Museu Machado de Castro existe uma muito parecida atribuída a Coimbra.
É muito difícil distinguir loiça de Coimbra e de José Reis quando pintou na cidade antes de rumar a Alcobaça -, por serem tão semelhantes.


Esta taça evidencia fabrico de Coimbra pela pintura e cor  e textura fina da pasta. 
No tardoz ao centro um esborratado que me  parece estar escrito OAL(?)...
  • Por isso continuo com dúvidas em relação há duas peças!
  • Coimbra ou Alcobaça!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Prato de Rocha Soares Miragaia (?)

No sábado na feira da ladra encontrei este prato numa pilha deles cheios de pó. 
Possivelmente décadas arrumados num sótão.
Tardoz com "gatos" fabrico finais do século XIX.
Faiança moldada em esmalte estanífero sobre fundo azul e decoração pintada a azul safra, verde e, amarelo. Peça circular em faiança  de covo acentuado, aba estreita levantada recortada em oito secções no rebordo em chaveta com flores e filetes a azul e amarelo. Ao centro apresenta uma dupla em silva de folhas ondulantes - uma a amarelo sobre outra em azul em espinha.
Fabrico norte-, pelo recorte a tesoura, as flores miúdas foram muito pintadas por Miragaia e mais tarde a Vista Alegre fez conjuntos semelhantes.

Par de pratos iguais marcados ROCHA SOARES MIRAGAIA

terça-feira, 3 de maio de 2011

Amostragem da fábrica Cavaco de Gaia (?)

Prato deste tamanho só tenho visto com o motivo do "Galo" que em tempos aqui postei.

  • Achei uma graça ao motivo. "CESTINHO COM FLORES"
Não está marcado, no entanto a barra, as cores fortes e o tamanho não deixam dúvidas que se trata de faiança da fábrica Cavaco de Gaia.


No domingo seguinte na feira da Costa, encontrei outro prato da mesma fábrica, bostelado no rebordo.
A decoração da barra era lindíssima, o motivo central um palhaço.
Achei-o muito mal pintado, as pernas em azul cobalto em arco eram demasiadas em relação ao corpo
Interessante esta magia das faianças vistas com olhos diferentes e carteiras mais gordas...

Este prato apesar de não estar marcado não engana a origem do seu fabrico:Cavaco
Azulejo assinado igual ao meu
 Prato comprado na feira de Paço d'Arcos - carote - impecável - havia mais iguais e outros com o motivo do peixe.Todos tinham a marca vermelha no tardoz - de fábrica ou do dono...vá lá saber-se!

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...