Para mim um belo prato, a minha prenda de Natal. A pintura à mão abrange o todo, sem filetes, em monocromia a vinoso-, uma tonalidade obtida do manganês A decoração apresenta ao centro uma igreja vista de perfil, com duas torres, uma delas com cruz no alto, e arcadas do alpendre, ladeada por rodapé em esponjados com términos de bicos de onde emergem ramagens suportadas por gavinhas.

Fascinante o brilho do esmalte a chumbo.
Esta foto mostra a tonalidade vinoso na sua beleza estonteante
O tardoz revela que o prato foi submetido a um banho branco, que bem pode ser de calcário (?) vejam-se os arrepiados onde não "agarrou" com a cor do barro de que foi feito na roda do oleiro em tom rosado.
Em Coimbra pintou-se esta decoração antes do uso da estampagem por volta de 1850? Sob este rodapé em jeito de bicos, tal como no norte, em Miragaia, Cavaco, não sei se noutras.
Este casario tem muita semelhança com o que viria a ser pintado pelo José Reis quando abriu a sua olaria em Alcobaça, que até se aventa que este casario é a sua miragem do Mosteiro de Alcobaça(?).
- Exposição do Museu Dr Jorge Sampaio em Alcobaça, onde se destacam dois pratos iguais pintados a preto, sendo a decoração mui semelhante ao meu, mas com nítidas diferenças.
Obviamente que durante o primeiro quartel do século XX houve oleiros familiares que de alguma forma sendo aprendizes e ajudantes nas olarias, nos dias pequenos em que a noite acontece mais cedo, faziam a sua própria loiça para levarem para as ceifas para o Alentejo, ou vender ganhando uns trocados -, o foi em Coimbra debaixo da linha do caminho de ferro, e nas Beiras, que viriam a dar nome a aldeias como Carvalhal da Loiça perto de Nelas, entre outras toponímias ainda vivas no País.
Antes no Juncal, um seixo abundante na região esmagado na mó de oleiro com vinagre dava uma cor em tom amora, que sendo feita manual sem rigor a mesma na loiça se viria a mostrar em várias tonalidades.
A dúvida passa por identificar se este prato foi pintado por José Reis em Coimbra, ou na olaria em Coimbra onde ele viu amiúde esta pintura e aprendeu a ser oleiro, ou quiçá Caminha , Vilar de Mouros que como se sabe a sua loiça foi copiada à imagem do que se fazia em Coimbra.Porém nunca vi nada assinado de Vilar de Mouros, sendo o casario que se tem visto atribuído, nada tem haver com o deste prato.Antes no Juncal, um seixo abundante na região esmagado na mó de oleiro com vinagre dava uma cor em tom amora, que sendo feita manual sem rigor a mesma na loiça se viria a mostrar em várias tonalidades.
Sinto que já irritei gente (?) com esta minha perseverança, mas em tanta peça que já me passou pelas mãos, sendo esta em paralelo com outro grande prato, do mesmo modo assim pintado com uma pastora da minha amiga Isa Saraiva, para mim acredito, inegavelmente produção de Coimbra..."com seses" ao esmalte que tem laivos de PORCELANA, que pode ser dos irmãos rua de Caminha, ou norte Gaia ?
Há que perder medos e avançar, mesmo que se constate à posterior outra atribuição. Para não falar de peças que existem mal catalogadas em Museus, não me perturba ser assim, atrevida, sendo sempre fiel ao meu olhar sempre fundamentado no que acredito, até descobrir sempre mais, e se for necessário e achar que me enganei, volto a corrigir, e disso não acho mal nenhum nesta arte que é de muita paixão, e a paixão tolda-me sempre as vistas, pelo menos a mim, acabei de o receber via correio enviado por um amigo do Face, que vende velharias, José Rocha -, há anos que nada comprava via net. Muito bem acondicionado, não resisti logo a mostra-lo, porque é muito mais deslumbrante que na foto que ele me mostrou. Sou mulher vaidosa, sei, desculpem!
Há que perder medos e avançar, mesmo que se constate à posterior outra atribuição. Para não falar de peças que existem mal catalogadas em Museus, não me perturba ser assim, atrevida, sendo sempre fiel ao meu olhar sempre fundamentado no que acredito, até descobrir sempre mais, e se for necessário e achar que me enganei, volto a corrigir, e disso não acho mal nenhum nesta arte que é de muita paixão, e a paixão tolda-me sempre as vistas, pelo menos a mim, acabei de o receber via correio enviado por um amigo do Face, que vende velharias, José Rocha -, há anos que nada comprava via net. Muito bem acondicionado, não resisti logo a mostra-lo, porque é muito mais deslumbrante que na foto que ele me mostrou. Sou mulher vaidosa, sei, desculpem!
É soberbo, um deleite o brutal orgasmo inteletual que o mesmo gerou em mim mal o tirei do invólucro.
Haja alguém que sobre a produção do século XIX desta cidade de Coimbra, norte Gaia, Caminha, Vilar de Mouros (?) se digne fazer um trabalho com grande amostragem, porque peças é coisa que tem aparecido em leilões, blogs e feiras. Uma facilidade que os antigos não tiveram, tendo outras, que deixaram desperdiçar, porque ninguém é perfeito.
Desconcertante o brilho que irradia, e o esmalte igual, coisa do outro mundo numa parede com mais de cinquenta, é UNICO!Ainda perdida no deleite lembrei-me do belo esmalte branco de Darque, e dos irmãos Rua quando deixaram o Minho e foram abrir uma olaria em Caminha . Será porventura este prato Darque, Caminha ou Coimbra (?).