- Escolhi-a na banca da minha minha amiga Isasay depois de lhe ter ofertado um penico e uma toalha em linho.
- O motivo central sobejamente conhecido por casario ou inspiração oriental com o típico pagode bordajado por salgueiros e pessegueiros, ainda no alto da torre a bandeirola símbolo de riqueza dos chalets dos primeiros emigrantes enriquecidos no Brasil que construíram acima de Coimbra.
Tardoz da travessa que posto |
- Mas não se trata de faiança de CAMINHA -, sim de AVEIRO
- O meu bom amigo Jorge Saraiva, na estima aprecio o trato JS da Oficina da Formiga em Ílhavo enviou-me esta mensagem no facebook que transcrevo:
- A fábrica era a João Gomes Gonçalves da Vitória, Lda (de alcunha o "Jarreto") em Aradas.
- Também num dos seus posts do ano passado referiu esta família, que até hoje ainda está ligada à cerâmica pela Primus Vitória, SA:
- Em 1923, Manuel Gonçalves da Vitória e Manuel Gonçalves Vitória Machado constroem em Aradas a primeira fábrica de louça branca . Anos depois em 1931 foi dissolvida.
- Nesse mesmo ano João Gonçalves Machado fundou nova fábrica nas Aradas e Manuel Gonçalves Vitória Machado veio a fundar outra em 1955.
- Ao longo da década de 30 apareceram ainda as fábricas de louça de João Vitória e João Moreira."
Segundo o meu pai, na sua opinião ambas as peças -, a minha e a que postou foram feitas à lastra terão sido produzidos numa das empresas:
Prantos & Moreira Lda de Aradas
Fábrica das Leirinhas de Manuel Vitória.
- Em Aradas existiam muitas pequenas unidades e poucas marcavam as peças-, faziam louça barata e pobre em termos de decoração (os esponjados por exemplo)
- Claro que o Cantão por estes lados de Aveiro foi pintado principalmente em azul...
- Fotos de chapas em folha de Flandres?

Era muito fácil e rápido copiar (chapar, como se pode designar) estas formas para o fabrico em série.
- Citando o comentário do JS
" Apercebi-me agora da confusão sobre chapar uma peça. Esta designação tem
a ver com copiar um modelo (formato) de uma peça. Se alguém quer
produzir uma peça para ficar igual a outra já existente, um modelador
terá de manufacturar um modelo em gesso com as compensações de tamanho
(dependendo do tipo de pasta que irá ser usada [faiança, grés ou
porcelana])por causa das respectivas retracções (diminuição de tamanho
que a peça irá sofrer no seu processo de fabrico, que são diferentes
para cada tipo de pasta). Assim o modelo novo terá de ser maior, para
que no final se obtenha a peça no tamanho igual ao pretendido.
Quando se
deseja obter uma peça igual, mas podendo ser mais pequena no seu
tamanho, usa-se a própria peça como modelo, sabendo que depois se irá
obter uma peça mais pequena e que os relevos que eventualmente esta
tenha, no final, irão ficar menos salientes ou disfarçados.
É um
processo mais rápido e mais barato a que se designa, na gíria, de chapar
uma peça.."
- As "chapas" normalmente em Aveiro chamam-se estampilhas. Se bem que em diversas fábricas faziam-se em chapa (folha de flandres) e eram usadas para pintar com aerógrafo, como na Fábrica de Sacavém.

- A travessa com o motivo do moinho foi pintada pelo Mestre Flamínio Reis em 1968.
- A travessa que o JS gentilmente enviou é de fabrico mais recente com um motivo mais minalista e pelo vidrado que se apresenta esquartejado, enquanto a minha pelo esmalte e pintura é seguramente será mais antiga década 20/30/ (?).
- Tem em comum a textura relevada da aba feita à lastra , os recortes do bordo e o frete no tardoz.

- Seguramente a travessa é fabrico de Aveiro-, vem mais uma vez engrandecer o fabrico de loiça que já era vasto, agora ainda mais graças ao JS se descobriu a sua origem erradicando o norte como centro de produção.
- Aveiro está a crescer na descoberta com mais duas fábricas e mais esta particularidade de "peças feitas à lastra" que já vi no matriznet várias designadas produção (?) norte.
Assim a sua terra dá cartas na busca da verdade desta verdade que é conhecer a nossa faiança.
Gosto de opinar dando sugestões com interrogação, tenho errado, e vou alterando sem vergonha ou complexos -,antes fico orgulhosa de ter bons amigos que me ajudam , ensinam e partilham a sua sabedoria como o JS.
- Bem haja meu amigo extensivo ao seu querido pai-, um homem sábio que sei trabalhou em fábricas destas, acabando na de S. Roque-, espero não ter cometido uma inconfidência. Acho oportuno rematar o post com a sabedoria de um homem artificie -, que sabe o que diz, e claro o filho seguiu-lhe as pisadas.
- Adorei o carinho da sua mensagem...logo o meu "velhote" vem cá a casa, vou-lhe mostrar as fotos...