- Há mais de um ano, continuadamente me interrogo qual a origem do seu fabrico.
Corroboro o comentário do meu bom amigo Jorge Saraiva da Oficina da Formiga no meio cerâmico há mais de 20 anos
" uma peça algo diferente, para mim, ainda suspeitei que fosse decalque,
mas não me parece, está muito bem pintado e a cor base da peça parece
ser dada pela cor da pasta, pois o vidrado parece transparente e tem uma
óptima qualidade. Aliás, qualidade em todos os aspectos, na
conformação, na pasta, no vidrado, na pintura e até na cozedura. Para os
meios existente à época, diria perfeito."
- No 25 de abril na visita que fiz ao Museu de Arte Antiga reparei num prato atribuído à Fábrica Carvalhinho que me chamou a atenção pelas semelhanças quer no vidrado quer até na decoração, embora pintado à mão .A foto é a possível, porque o flash não desligou e deveria!
- Transcrevo o comentário de um anónimo mui atento e conhecedor desta temática "O prato que aqui apresenta como sendo da Fábrica do Carvalhinho, pertencendo às coleções de faiança do Museu de Arte Antiga, trata-se de um exemplar de finais do século XVIII, saído da Fábrica do Cavaquinho, uma unidade que iniciou a sua laboração no último quartel do século XVIII, através de uma sociedade onde Domingos Vandelli tomou parte ativa."
- Ora o prato da minha amiga é pintado a estampa que só foi introduzida em Portugal em meados do século XIX.
- A inspiração e a criatividade do Vandelli a meu ver prevaleceu no tempo e com isso outro pintor igualmente criativo o tentou imitar num esmalte fora do comum (?).
Vandelli um químico trazido pelo Marquês de Pombal para a Universidade de Coimbra .
- Destacou-se mais em pinturas naturalistas e retratos ao centro, inventou o azul claro, o verde ervilha, o amarelinho( até então só se usava o ocre) quem sabe se também o dourado e o preto.
- Atribuíram-se por muito tempo a Vandelli as faianças de Brioso, sem base alguma que justificasse tal atribuição...as louças de Vandelli nada vieram a ter de comum com as de Brioso. Nunca chegaram à beleza de formas e à perfeição decorativa que o Brioso soube imprimir aos seus produtos segundo especialistas.
Além das qualidades apontadas, estas faianças
diferençam-se das daquele técnico italiano pelo anilado da vidragem, que
algumas vezes vai quase ao valor de meia-tinta, e que, nas peças somente
decoradas a azul, atinge quase a classificação francesa de «ton sur ton».
O famoso ceramista Brioso em Coimbra, cuja obra
continua ainda actualmente a despertar o maior interesse entre os críticos e
coleccionadores, só viria a ser «descoberto», no entanto, mais de um século
depois pelo ceramógrafo António Augusto Gonçalves, o primeiro a chamar a
atenção para o grande valor artístico das suas faianças.Uma das raras peças
assinada por Brioso em 1779, considerada uma das melhores, diz respeito a uma
esplêndida travessa com a borda decorada em relevo branco, contornado a
castanho-arroxeado sob esmalte azulado, cujo fundo tem uma caçada a cores.
- Os esmaltes de Vandelli diferem daqueles pela cor láctea e por serem de mais perfeita homogeneidade.
- O castanho-avinhado que decora as peças de Vandelli é mais intenso do que o empregue por Brioso.
- Informação retirada há muito tempo da internet que por lapso não recolhi a fonte mas julgo ser na página do Museu de Arte Antiga(?) e devia!
Será o prato da minha amiga da fábrica Carvalhinho, Cavaquinho ou Miragaia ... -, quase uma certeza julgo será do norte resultado de uma qualquer experiência ?!
Olá Maria Isabel, é uma peça algo diferente, para mim, ainda suspeitei que fosse decalque, mas não me parece, está muito bem pintado e a cor base da peça parece ser dada pela cor da pasta, pois o vidrado parece transparente e tem uma óptima qualidade. Aliás, qualidade em todos os aspectos, na conformação, na pasta, no vidrado, na pintura e até na cozedura. Para os meios existente à época, diria perfeito. Bjo js
ResponderExcluirCaro JS muito obrigado pelo comentário que muito enriquece o post. O prato é de fato estranho pela raridade do tom, por isso o achei tão semelhante ao do Museu. Mas nunca se sabe.
ResponderExcluirBjo
Isabel
Se me permite, gostaria de fazer aqui algumas correcções. Em primeiro lugar, Domingos Vandelli nunca esteve ligado à Fábrica do Carvalhinho, mas sim à do Cavaquinho.
ResponderExcluirEm segundo lugar, quando usa o termo “prefaciar” (= fazer um prefácio ou introdução) deve querer dizer “parafrasear”, mas o que faz aqui não é uma coisa nem outra, já que se limita a transcrever as palavras do seu amigo J. Saraiva. E finalmente, quando transcreve um texto ou partes de um texto que retirou de uma obra, convinha indicar a fonte ou fontes uma vez que essas palavras não são suas e assim está a apropriar-se do texto de outrem sem o mencionar.
Pode eliminar este comentário quando o ler porque não quero de modo nenhum embaraçá-la, apenas evitar que continue a usar termos e procedimentos incorrectos.
Cumprimentos
Caro anónimo muito obrigada pelo seu comentário e pela cortesia da sua visita.
ResponderExcluirNão me embaraça nada, porque na realidade quero aprender e foi uma grande ajuda, nem sempre tive professores que duma forma tão escorreita me transmitiram erros para poder melhor como aqui o fez.
Bem haja e continue, agradeço
Cumprimentos
Isabel
Olá Maria Isabel, não contava com o seu acrescento ao post com o meu comentário, se soubesse teria um maior cuidado com o texto, foi mesmo só um comentário. Mas use e abuse à sua vontade. Bjo js
ResponderExcluirCaro amigo JS...sabe que a sua opinião nesta matéria é sempre 5 estrelas, por isso uma mais valia para acrescentar sabedoria ao post.Tenho o hábito de o dizer antes, desta vez estava com pressa...por isso me correu tão mal em termos do enquadramento do português...tive como visita um dos oradores do Congresso de Faiança em minha casa, como deve calcular dispersei-me.
ResponderExcluirO meu blog pode até não ter valia quase nenhuma, no entanto este amigo falou dele no Congresso num gesto de grande humildade pela parca ajuda que sempre lhe prestei. Gestos destes é que nos deixam realmente em delírio.
Bem haja pelo carinho JS
Sabe que nutro uma alta estima por si, também pela partilha, e pela forma como explica as dúvidas que por vezes levanto, até erros, já outros que nem quero desconfiar...gostam de picardia.
Bjo
Isabel
Como referiu anteriormente que gosta de aprender, e ainda bem que assim é, aproveito para a elucidar de alguns factos.
ResponderExcluirO prato que aqui apresenta como sendo da Fábrica do Carvalhinho, pertencendo às coleções de faiança do Museu de Arte Antiga, trata-se de um exemplar de finais do século XVIII, saído da Fábrica do Cavaquinho, uma unidade que iniciou a sua laboração no último quartel do século XVIII, através de uma sociedade onde Domingos Vandelli (e não Vanderlli, como escreve várias vezes) tomou parte ativa.
A Fábrica do Carvalhinho, como eu penso que deveria saber, é fundada só em meados do século XIX.
Considero importante fazer este reparo pois, como este blog é público, há o perigo de induzir outras pessoas em erro, o que é de todo contraproducente
Caro anónimo muito obrigada pelo seu comentário que irei acrescentar ao post.
ResponderExcluirDe fato eu reparei no que menciona, na diferença do tempo em que ambos foram fabricados, sendo o prato da minha amiga por ser em estampa uma produção mais recente do que o exemplar do Museu. O que me fascinou digamos foi o vidrado das cores que não sendo de todo um uso habitual, com isso perdi-me.
Quanto ao nome do Domingos Vandelli, pois tem sido um erro crasso ao acrescentar o "r"...que na verdade nunca ninguém me chamou a atenção. Mais vale tarde do que nunca.
Pelo fato de ter voltado e com isso ter acrescentado mais valia neste conhecimento sobre faiança, fico-lhe grata neste empenho pela transmissão.
Bem haja
Cumprimentos
Isabel