Já aqui foi referido pelo JSaraiva que o esponjado era uma decoração rápida de
fazer, duas filagens e uma esponja a trabalhar no meio.Apesar da sua simplicidade - a técnica do esponjado é sempre para mim muito apreciada - realmente os esponjados marcaram uma época, os efeitos conseguidos são
fantásticos e curiosos. Era um processo de decoração rápida e os
clientes necessitavam de louça (pois não havia da mais barata e esta era
vendida nas feiras).
Ainda e sómente o Jorge Saraiva...."Conto-lhe um segredo, os efeitos eram conseguidos com esponja do mar, que depois de molhadas facilmente se molda conforme se quiser."
Ainda e sómente o Jorge Saraiva...."Conto-lhe um segredo, os efeitos eram conseguidos com esponja do mar, que depois de molhadas facilmente se molda conforme se quiser."
Pratinho em faiança pintado a esponjado séptia. Ligeiro covo com arrepiado na aba quando foi ao forno cozer. Início século XX, uma forte possibilidade o seu fabrico ser atribuído a Coimbra - pelo esmalte, tamanho e tonalidade..
PRATINHO SÉPTIA |
Prato em esponjado manganês - filete em circulo ao centro, e no rebordo de igual tom - herança de família será o mais antigo dos apresentados -século XIX. Veja-se o tardoz em massa malegueira grosseira com buraquinhos .
O MESMO MOTIVO - FÁBRICAS DIFERENTES? |
Prato em esponjado azul - exala um vidrado excepcional e o centro branco lácteo - o que baralha a origem do seu fabrico - género Talaverra , poderá ser Coimbra, do tempo que por cá esteve um pintor espanhol que veio de lá. Igualmente pode ser da fábrica que viria a ser a OAL do Raul da Bernarda-produziu peças com esmalte lácteo, e igualmente brilhante. A talhe de conversa quando o vi pela 1º vez numa feira da Linha do Estoril , o vendedor andava com uma travessa empenada - para mim fazia-se luz as duas peças serem fabrico de Coimbra - pedia caro . Passou-se o tempo, deixei de o ver e passados mais de 2 meses encontrei-o de novo, ainda as tinha, agora a um preço quase dado...não hesitei...seguramente vieram da mesma casa. Um dia destes vou postar a travessa que tal como o prato tenho as mesmas dúvidas - Coimbra ou OAL .A decoração é igual ao anterior apenas difere no tamanho do círculo ao
centro, sendo que o filete da bordadura é tipo cobalto. Apresenta um arrepiado na aba quando foi a cozer.
COIMBRA OU OAL ? |
Quanto ao
tardoz é o único prato que tenho cujo frete não é cortado à cana como é
vulgar na faiança - antes parece molde em redondo.
A DIFERENÇA NOS TARDOZ |
Outro prato em esponjado a azul bastante usado, gatos no tardoz, esponjados em azul, ornado a filete do mesmo tom no centro e na bordadura. Esmalte branco. Comprei-o na feira de Montemor o Novo a uma colega das Caldas.O seu fabrico...analisando o branco e brilho do esmalte e a largura do frete atribuiria a Coimbra -ou, será José Reis de Alcobaça?
Tampa de terrina
Pintada a esponjados e casario, ornada a filete azul.Falta-lhe a pega. A foto não está nas melhores condições. Fabrico de Coimbra - vejam-se as diferenças: os esponjados identificam as árvores e ramos em relação à foto pintada na OAL. Tampa comprada na feira da Figueira da Foz |
Nesta os esponjados não identificam árvores caraterísticas nesta estampa de casario nem tem o filete a contornar a tampa.
Terrina pintada à estampa, 1921 por Raul da Bernarda
Colecção Jorge Pereira de Sampaio
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Olá Maria Isabel,
ResponderExcluirRealmente os esponjados marcaram uma época, os efeitos conseguidos são fantásticos e curiosos. Era um processo de decoração rápida e os clientes necessitavam de louça (pois não havia da mais barata e esta era vendida nas feiras).
Conto-lhe um segredo, os efeitos eram conseguidos com esponja do mar, que depois de molhadas facilmente se molda conforme se quiser.
Grande abraço, jsaraiva
Olá JSaraiva, muito obrigado pelo seu comentário e extraordinário esclarecimento...vou já adicionar ao post.
ResponderExcluirAgradeço imenso a sua longa contribuição que em tempo útil aqui deixa exarada de forma tão gentil. Bem haja.
Abraços
Isabel
Olá Maria Isabel,
ResponderExcluirNão tem que agradecer, é com agrado que tento contribuir para o esclarecimento de algumas dúvidas, da partilha surge a razão...
Olhe quanto ao frete dos pratos que nos mostra, sei que quando surge um com duplo frete (aquele círculo marcado no prato mais ao centro) era uma característica de S. Roque, mas como não está marcado, só marcavam a loiça mais "fina" (mais valiosa), poderá ter outra origem.
Abraço e boa semana, js
Olá JSaraiva. Tenho de agradecer - sim!
ResponderExcluirSei do círculo que fala - julgo que o último prato o tem - só que está na outra casa...
Esta caraterística distingo bem...
Julgo que alguns artistas oleiros deveriam ter ido para a VA - encontro muitas peças com os dois fretes - pequeno dentro do grande -
Com estas achegas só enriquecemos o conhecimento daqueles que me vão lendo - poucos - mesmo assim suficientes tem aqui aprendido - foi aqui que ganharam o bichinho das faianças - de as comprar nas feiras...
Bem haja por estar sempre tão atento.
Abraços
Isabel
OLá Maria Isabel,
ResponderExcluirPronto, agradeço também...
Olhe na faiança surge o tal 2º falso frete, pois só tem um pequeno feitio, no entanto na porcelana, quando a peça é grande, com uma distância grande entre o frete é necessário colocar mais um e por vezes mais dois ou um travessão para que o fundo não arreie durante a cozedura (1320 a 1420ºC.
Abraço, js