Hoje vou mostrar algumas peças que tenho todas marcadas desta fábrica.
Em especial uma dedicatória à amiga aqui encontrada Maria Paula que se encantou por um prato que há muito postei e nela fez nascer o gosto por faianças e até comprou 2 exemplares.Espero que gostem!
Faziam-se também caçoilas de barro preto, ainda hoje usadas para assar a chanfana.
Um pormenor de um corredor da minha casa de província, conseguem descobri-la no meio de tanta quinquelharia??? O boneco na ponta com chapéu branco é loiça das Caldas do Bordalo Pinheiro.Esta foto é em especial para a Maria Andrade,amante de livros antigos com capa de couro. Os meus são recentes, alguns do tempo de estudante que quis guardar, tinham destino o lixo...
Já com tradição oleira em louça doméstica, a primeira expressão em Águeda, com o carácter artístico de faiança, surge nesta Fábrica do Outeiro com o recrutamento de alguns pintores da fábrica da Vista Alegre.
Os motivos mais característicos são:Galo, Rabieira, Pavão, Pagode Chinês, Ala Especial, Botaréu, Ágata, Século XVI, Motivos florais e aves exóticas, pintadas a verde e negro.Este exemplar de motivos singelos florais
Grande prato pintado à mão comprado na feira de Algés .
Exemplar decorativo pintado ao gosto do século XVII. Miniatura de um jarrão , ia para o lixo, espólio da mãe de uma amiga minha.
Caneca alusiva ao Minho
Vi noutra banca a infusa e mais 2 canecas.
Curioso nunca tinha visto tal decoração.
Fez-me lembrar um jogo da Majora dos trajes populares portugueses da minha infância.
Bacias as maiores com mais de 30 cm (palanganas) usadas para servir a ceia, de onde toda a família comia.Exemplares recebidos de herança do avô do meu marido
Esta da avó Rosa
Esta herança do avô António
Comprada na feira de Oeiras com carimbo.O interesse nela foi por dois motivos
1º o formato, a fazer lembrar os verdadeiros "ratinhos", com o fundo mais estreito que o rebordo.
2º o motivo simplista floral.Comprada na feira de Oeiras.
Muitos pratos e malgas vi com tal motivo nas casas de avós
Achei este prato muito interessante numa reprodução da estampagem do "cavalinho",também pela bordadura do prato e por estar marcado "ÁGUEDA", comprei-o na feira de Algés. Muito raro este motivo desta fábrica aparecer nas feiras, é o 2º que vejo e na mesma cor, o 1º em Estremoz e era caríssimo!
Uma forma diferente e harmoniosa de apresentar este desenho tão comum de Sacavém
Adorei este prato pelo tamanho, no imediato fez-me lembrar a feira-da-ladra no início na década de 80, lá comprei um de sopa com uma esbeiçadela.
Tenho com o mesmo motivo uma caneca.
Foi-me oferecido pelo avó António do meu marido no meu aniversário dos meus trinta anos.Durante o almoço que ofereci em minha casa, perante a família, todos ficaram estupefactos.Disse, dou-te este prato porque sei que dás valor e quando eu morrer e olhares para ele vais por certo lembrar-te de mim... verdade. A minha cunhada ficou roída de inveja.Comprado para a boda de casamento da minha sogra em 1950. O velhote de olho azul era demais!
Ao lado outro grande prato com flores,igual ao primeiro com que começo o post, um nadinha mais pequeno, na feira de Setúbal.
Conjunto de Jarras trilobadas.Feira da Costa, a vendedora deu-me uma que está colada e falta um bico, não me recordo quanto paguei porque nesse dia perdi a cabeça com o meu marido, comprámos mais peças. Gostei da tonalidade azul, também o fascínio que estas peças em mim criam desde miúda quando conheci umas miniaturas da vista alegre, lindíssimas.
Segundo o parecer de apreciadores, comparativamente à faiança de Coimbra e Alcobaça, a louça de Águeda tem um desenho de traço singelo, porém rico, usando uma paleta de tons suaves e variados, que a torna preferida e característica.
Isa
ResponderExcluirMuito obrigada pela dedicatória que me fez. É tudo verdade, o que diz. Foi consigo,(bem...com o Luís também) que despertei para o gosto das faianças. Foi visitando o seu blog, vendo e revendo, as sua peças que considero um tesouro, que comecei a despertar, não só para a beleza, mas também para o conteúdo histórico das mesmas.
Hoje, sem falta, vou fazer um post, sobre os pratinhos que comprei, simplesmente porque me embeicei pelo seu. Como, por vezes há coincidências, passado dias, apareceram no Miau,dois semelhantes e, vai daí, não perdi tempo, comprei-os logo não fossem desaparecer :)
Mas, o mais curioso (e é a prova que temos gostos coincidentes), é que licitei,há pouca horas, um prato quase igual ao da nona fotografia, o do cavalinho, isto sem fazer a mínima ideia de que a Isa tinha um igual :) Espero bem, não perder o negócio.
Quanto aos seus pratos e canecas, que aqui nos mostra, fico sempre a babar-me :)
O prato oferecido pelo seu sogro é muito bonito.Ele sabia o que estava a fazer, quando lho ofereceu.
Um beijinho para si, e bom fim de semana.
Maria Paula
Obrigado Maria Paula pelo seu comentário.
ResponderExcluirReparei que tinha licitado o prato( então não vi o nome...Maria Gabela).
Fiz às pressa o post para mostrar as variedades que possuo.
Sobretudo esse do "cavalinho"que refere que poderá eventualmente ser de lá, tais as semelhanças com o meu mais recente e marcado.
Bom fim de semana também para si
Beijos
Isabel
Querida Maria Isabel,
ResponderExcluirAdmiro a sua capacidade para nos envolver a todos, os frequentadores do seu blogue e dos outros que formam esta pequena comunidade,numa onda de amizade, atenções e simpatia. Consegue ir ao encontro dos gostos de uns e de outros e dirigir sempre palavras amáveis e calorosas.
A sua estante, efectivamente, faz-me lembrar várias q tenho cá em casa, de livros escolares, por exemplo, porq também não deitei nenhuns fora. Só os de trabalho, mais recentes, é q já tenho doado, mas mesmo assim ainda cá há em abundância. Dos outros também tenho por todo o lado, quase não há divisão sem livros, talvez só as casas de banho...LOL
Quanto à loiça de Águeda,(cidade a 18 KM de minha casa)tem alguns exemplares bem bonitos, o do cavalinho e o do galo, por exemplo. Também gosto muito do das florzinhas q está no meio dos dois e as jarras de vários bicos, já velhas conhecidas, são uma delícia. Também tenho algumas peças de Águeda, sobretudo das q considero mais artesanato, como a decoração da infusa. A última peça q comprei da fábrica do Outeiro, foi uma bilha com um brasão, que achei muito interessante.
Um beijão e bom fim-de-semana.
Maria A.
Ola minha querida, ca estou eu a dar uma olhadela com muita atenção nestes posts lindos que vao aperecendo por aqui...são uma delicia, espero não perder o comentario, reparei que ontem voltei a perder OUTRO comentario que fiz aqui no blog no post anterior (dois dias na mesma semana - é demais)!!!
ResponderExcluirOs pratos são lindos e mais não poderia esperar depois de conhecer, ao vivo e a cores, o bom gosto da minha amiga :-)
o prato do galo com as estrelas é o meu favorito ainda não sei se sera do galo ou da minha paixão por estrelas...lol mas que agradou e muito, isso é a mais pura das verdades!!!
Agora dirijo-me à Maria Paula, e em relação aos leiloes por onde licita...à umas semanas atraz andámos a disputar uma "Travessa de Miragaia" num site, uma muito partidinha mas muito linda, com um azul magnifico. Só vi que a Maria Gabela tinha licitado depois de "ganhar" a peça (as minhas desculpas)....e ela cá está em casa, muito linda....vai ser o meu proximo post....haja tempo!!!
Maria Isabel um grande beijinho
Marília Marques
Obrigada Maria Andrade pelo seu comentário.
ResponderExcluirFiquei estarrecida com os elogios. Sabe, durante anos as minhas colegas julgavam-me uma mulher altiva, nunca encontrei no meu caminho amigas de verdade que me conseguissem enxergar e valorizar aquilo que de bom sempre soube que tinha. Sou frontal, espontânea e quando me maravilho com as pessoas, perco-me a dizer-lhes. Também carinhosa, já vasta o frio para me enrudecer.
Tenho dito e volto a dizer, só a partir dos meus 50 anos e nomeadamente aqui neste meio virtual,aos poucos se altera com o conhecimento pessoal,que tenho partilhado lindos momentos,uma panóplia de saberes, alguns ocultos como a arte sacra, já vou olhando para os livros com capa de couro, já abri um com folhas rasgadas, logo me lembrei de si. São efectivamente estes pormenores que não desenraízam de mim porque o que me liga a todos estes amigos aqui feitos é afecto e muito respeito. Andei arreada do mundo dos afectos décadas demais. Chegou o tempo de ser eu, uma romântica!
Beijos
Isabel
Olá Marília, obrigada pelo teu comentário, ainda vais tendo um tempinho para aqui vires espreitar.
ResponderExcluirSabes, também me ia acontecendo o mesmo que tu, vi um pratão que a Maria Paula licitou, só que no imediato reconheci o endereço...Maria Gabela e não licitei.
Depois do último "barrete" só espreito, é mau ficar defraudada, quando se idealiza uma coisa e aparece na caixa outra...sei que também tenho a minha quota parte de mia culpa...
Gosto mais do prazer de os ver no chão numa de encadearem o meu olhar
Beijos, tudo de bom para ti e para o Dany
Isabel
Depois das de Vista Alegre e Sacavém (relativamente à louça mais antiga), Águeda deve ser a fábrica que vai marcando a sua produção de forma mais consistente, e, talvez por isso, se consiga identificar maior número de peças.
ResponderExcluirE deve existir um grande número de casas onde esta marca deve ser presença constante, e a da minha família não era excepção, tanto mais que não distava muito desta localidade.
Assim, acabei por possuir algumas peças desta proveniência, muitas marcadas outras nem por isso, um grande pratão consegui identificá-lo sem sombra de dúvida (tinha quase a certeza, mas faltava-me ver um exemplar devidamente marcado) através de um que aqui apresentou há tempo atrás - a Maria Paula encantou-se por esse motivo e adquiriu dois semelhantes.
Tenho outras que estou praticamente seguro que serão de Águeda, devido à decoração característica desta fábrica em determinados períodos, mas, talvez devido à vetusta idade, de marca nem a sombra!
É assim o mundo virtual, destrói o isolamento e vão-se completando conhecimentos pela partilha de saberes.
Um agradecimento muito especial
Manel
Olá Manel, obrigado pelo seu comentário.
ResponderExcluirÉ como diz esta partilha de saberes ajuda-nos a decifrar algumas peças. Tem sido muito enriquecedor.
Beijos
Isabel
Cara Maria Isabel
ResponderExcluirPronto, foi o último a chegar, mas o tempo não me dá para tudo, para escrever e comentar.
Gostei muito das suas faianças, sobretudo das que recebeu de herança e aquela comprada em Oeiras. Aquelas pequenas flores são tão singelas. Tb me encanto com estas coisas populares.
Só acho que deveria colocar as fotos das marcas ao lado dos pratos, para ajudar os outros coleccionadores e amadores da bonita faiança portuguesa a identificarem as suas peças.
Obrigado por mostrar os seus tesouros.
Beijos,
Luís
É verdade Maria Isabel, subscrevo o que escreve o Luís, porque seria muito mais didático para com quem pesquisa pela net a informação que está omissa em muitas obras de referência.
ResponderExcluirManel
Obrigado Luís pelo seu comentário.
ResponderExcluirSei que tem toda a razão. Não me tenho disponibilizado para o fazer porque não sei reduzir a imagem para não ficar inestética no post, só por isso.
No futuro, hei-de fotografar os versos e aqui vir completar.
A maior parte das peças estrá na casa de província e á puco tempo numa de limpeza de disco ou de lixo mesmo no Pc foi-se tudo.
Beijos
Isabel
Manel... Sim já respondi ao Luís.
ResponderExcluirFarei como recomendam.
Sei que é o correcto, didáctico. Como sei, mas sou um nadita apressada e desvalorizo importâncias que reconheço tem o maior significado. Coisa de ter sido uma mulher muito prática.
Beijos
Isabel
Pronto, pronto, está perdoada
ResponderExcluirFotografe o verso dos seus pratos e não volte a pecar.lol
As peças que faltam estão na outra casa, quando lá for prometo faze-lo e depois completar
ResponderExcluirBeijos
Isabel
Uma delícia seu blog e seus posts tão caprichados! Mais uma vez, vejo peças similares a algumas que tenho por aqui, de fabricação brasileira. Como houve vários ceramistas portugueses emigrados trabalhando por aqui, certamente a semelhança não é ao acaso.
ResponderExcluirabraços!
Obrigado Fábio pelo seu comentário.
ResponderExcluirUma das coisas importantes nos blogs é a partilha de informação,mostragem de exemplares e ainda a discussão sobre a origem das peças.Tem sido muito enriquecedor.
Num país irmão que Cabral um dia em 1500 descobriu é gratificante encontrar peças semelhantes às que nasceram por cá em Portugal.
Abraços
Isabel