terça-feira, 6 de outubro de 2015

Faiança OAL em memória da minha tia Clotilde Ferreira

A escritura  da fundação da OAL data de 1927, sendo os seus sócios; Silvino Ferreira da Bernarda; António Vieira Natividade e Joaquim Vieira Natividade.A laboração da fábrica com seis operários, dois fornos, oito rodas de oleiro, um moinho de bolas para moer vidro e um motor de combustão interna de um cavalo de força.
A dama da dedicatória bem podia ser a irmã da minha mãe com o mesmo nome...
A fábrica foi implantada dentro do perímetro da antiga Cerca comventual, na margem direita do rio Alcoa.
Dedicou-se no início da sua atividade ao fabrico de loiça de uso doméstico, produzindo peças que refletiam o uso Coimbrão. As peças eram decoradas pela técnica da estampilha, pela pintura à mão ou pelos dois processos em simultâneo.
Em 1928 a fábrica dá início à produção de várias réplicas de louça antiga.
Em 1935 apresenta algumas das suas melhores peças na exposição "Lisboa Antiga" e executa a sua centésima fornada.
Em 1939 surgem as primeiras mulheres no quadro da fábrica.
Em 1944 a instalação de um novo forno para incremento da produção.
Em 1946 a sua fase de maior comercialização aliada às exigências do mercado de se criarem necessidades de transformação dos processos fabris.
Adoptaram a faiança de pasta branca e a progressiva mecanização das instalações.
Tive a sorte de ter encontrado dois pratos com quadras, marcados da OAL Alcobaça.
Réplicas da "loiça ratinho falante ou com legenda, porque com quadras não conheço(?)"
Com diâmetro:28 cm  cada
Trata-se de uma reprodução da loiça ratinha na decoração, como motivo principal ostentam ao centro uma quadra popular, no caso assinada Silva Tavares.
Analisando os dois exemplares este parece ser de fabrico anterior ao outro pela exuberância das cores primárias; verde cobre,ocre, azul cobalto e manganês.
Este está impecável
Outro prato decorado diferente do anterior , neste a quadra não tem assinatura, sendo a pintura do azul mais claro, julgo seja de fabrico posterior ao primeiro (?).
Lamentavelmente este apresenta uma falta na aba, como se observa na foto, possivelmente teria uma aranha antiga de ferro que ao ser retirada por ter sido posta à medida, se não houver cuidado, acontece esta desgraça.

Este tipo de decoração supostamente veio dar o mote mais tarde  nos anos 50 à produção de loiça mais fina com esmalte forte, quase berrante no azul, muitos de aba vazada, que se vendiam nas feiras e lojas de souvenirs.



Fontes
http://tempolivretoju.blogspot.pt/2009/03/olaria.html

2 comentários:

  1. Viva, boa noite.
    Foi um gosto viajar no seu blog que, lamentavelmente, não conhecia.
    Gostaria de lhe mandar uma etiqueta de Coimbra para esclarecer o nome da fábrica. É possível?
    E sou o José Pinheiro de Figueiredo, mail pinheiro.figueiredo@gmail.com
    Cumprimentos cordiais

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  2. Caro José P Figueiredo muito obrigado pela cortesia da visita e pelo comentário. Já lhe enviei um email.
    Cumprimentos
    Isabel

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