terça-feira, 19 de maio de 2015

Travessa oitavada em cantão popular fabrico do norte (?)

Perdi as estribeiras e comprei esta travessa.
Mais uma .Não resisti ao encanto dos corações na folhagem.
Ainda há muito vendedor ignorante em matéria de faiança, que  chama a este motivo "Miragaia". Ainda na última feira de Setúbal numa banca havia uma resma de pratos Aveiro neste motivo, uma senhora pega num e logo o vendedor  abre a boca "é um prato muito bom de Miragaia", timidamente ela responde, olhe que não, já li  sobre isto...ele interrompe-a e diz-lhe em tom estridente" se não é Miragaia é o quê, Alentejo?"
O vendedor até é homem formado academicamente, agradável, de trato fácil e afável, mas neste episódio esteve imensamente mal!
Porque a senhora sabia do que se tratava.Informa-se, porque tem interesse e assim é que é o certo.
Depois o dever do vendedor é explicar, e jamais falar por falar, no pior gozar.
O que fez, descredibilizando a potencial cliente.
Usou de atitude incorreta na venda.

Travessa oitavada, no motivo cantão popular, em cor monocromática azul e aguada, sob fundo branco.
Encanto das árvores, o suposto salgueiro, a ladear o pagode, com folhagem descaída típicas na pintura do norte.
Porém esta folhagem é salpicada com corações.O que indicia o pintor ser pessoa de afetos.
 Rebordo recortado nos cantos
Motivo central ocupa todo o fundo com nuances de aguada azul a sobressair o desenho, limitado ao limite do covo por dois finos filetes em azul e dentro um largo em aguada.
A aba com grega e traços em diagonal delimitado por finos filetes  em azul e no meio largo em aguada.
No tardoz do pagode uma grande árvore estilizada, tipo araucádia, muito pintada no norte.
O mesmo das supostas meias luas como se fossem nuvens e dentro delas uma pinta.
Duas janelas com caixilho cruzado
Ao meio do pagode uma espécie de sinete, em circulo fechado, dentro dele um arabesco tipo "l"  com meia argola nos extremos.
Duas janelas com símbolos tipo olhos com sobrancelhas(?).
Entrançado da parede muito carateristico da pintura da Fábrica Bandeira.
Folhas em bico no tardoz do telhado à direita, evidencia fabrico norte.
Ponte sem remadores nem sobreposta, de bons arcos, evidencia norte, Darque assim as pintou.
Em rodapé do desenho central a forma do tracejado  indicia fabrico do norte.
Todo o desenho enfeitado com salpicos de supostas aves em forma de avião, típico do norte.
Junto aos pés das árvores arabescos em semi círculo, típico da pintura do norte, que mais tarde Aveiro copiou.
Pintura manual, produção século XIX.
Fabrico norte(?)
Supostamente de uma boa fábrica, sediada em Gaia. Santo António do Vale da Piedade, Miragaia, Bandeira, Darque, ou ?
Tardoz gateado  em esmalte branco , o mesmo do barro que se nota na esbeiçadela recente, evidencia ser de Lisboa. O que evidencia outra coisa IMPORTANTE -, seria uma grande fábrica que  comprava barro de Lisboa.

4 comentários:

  1. Isa;

    Que maravilha.

    Quem me dera uma assim com gatinhos..

    Só passei para agradecer, apreciar e aprender mais um pouquinho.

    Ainda tenho que ter a aula básica sobre "Cantão" e especialmente "C Popular"...

    Um abraço.

    ab

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  2. Caro Amarildo muito obrigado pelas gentis palavras.
    Um abraço
    Isa

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  3. Boa tarde Maria Isabel.
    Quero chamar-lhe à atenção do meu espanto quando, numa pesquisa na net, dou conta desta fotografia de um prato coador de copos de aguardente que me pertence, e cuja fotografia foi igualmente tirada por mim destinada ao blog do "Velharias" do Luís Montalvão, sem qualquer menção ao local de onde foi tirada.
    Sei que quando as coisas são colocadas na internet passam a ser do domínio público, mas há algo a que denomino de deontologia e rigor que costuma obrigar a qualquer pessoa que se pretende como correta, a identificar a fonte de qualquer foto que utilize, quando essa fotografia (ou outro tipo de documento) não lhe pertence.
    Assim, creio que não será descabido solicitar-lhe o favor de utilizar este preceito, quanto mais não seja por uma forma de uso de rigor nas fontes de informação que utiliza.
    Uma boa tarde

    Manel

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  4. Caro Manel
    Antes de mais bem haja pela cortesia da visita e pelo comentário,sobejamente bem vindo,elucidativo além de didáctico. A deontologia do uso das fontes na obrigatoriedade da menção de onde foi a mesma tirada-,aqui me desculpo por academicamente ser menos instruída,sem nunca me ter sido aflorado essa importância cabal, mas devagar sinto que estou a melhorar com os erros, felizmente vou sendo alertada, como agora, e ainda bem que o fez, e assim sinto vou melhorando. Jamais essa a minha conduta devassa, em usar o que não é meu, mas também me lamento no inverso. Ultimamente tenho o hábito de fazer mais uso das fontes no outro blog, porque na verdade não vou aos Blogs buscar fotos para comparação e sim ao Google + fotos, mas isso não invalida o que diz e bem, assim sendo removi a foto da peça que é sua pertença ( seria uma agulha no palheiro localizar o post da interligação), endereçando sinceras desculpas pelo incómodo, que acredite não foi propositado.
    Endereço Boas Festas
    Maria Isabel

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