Mais uma vez um motivo inspirado em casario ladeado por vegetação, para mim cantão popular, bastante estilizado à portuguesa, a preencher o fundo por completo, apresentando dos lados remate livre de pinceladas que ornam o casario de torre com cúpula, e outro com uma vela, será moinho? Sob rodapé esponjado em formas várias, uma em folha, no telhado não falta a alta bandeirola, símbolo decorativo numa determinada fase , ao meio uma árvore que se mostra de folhagens raras nesta decoração.No lado direito do suposto moinho, um tracejado que se ergue em altura, possível árvore estilizada muito usada neste motivo.
Comprei-o no norte com restauro, esqueci-me disso, e claro fui lava-lo...
O limite do covo é limitado por duplo filete fino com aba limitada por filetes largos , entre eles um tracejado em diagonal com rodapé a "grega" outra carateristica decorativa neste padrão.
A aba é ligeiramente revirada para dentro, assim tenho mais dois pratos.
Pintado a monocromia azul e aguada, sendo que o casario se apresenta metade pintado a aguada, como se vê noutros pintado a castanho e aguada de amarelo-, a lembrar os brasões que apareciam assim pintados só metade no tempo da crise na sucessão do trono entre liberais e miguelistas em 1828/34.As nuvens com três pontinhos, uma carateristica tardia neste motivo da loiça pintada por Aveiro, no mesmo modo as aves.
Neste prato tardio fabrico de Aveiro da minha coleçao aparece a mesma cúpula da torre e os arabescos na lateral esquerda que poderão ser os que no prato aparecem na direita e esquerda do motivo central.
A pergunta impõe-se!
Será o meu prato azul fabrico de Aveiro de um tempo mais antigo ainda pouco estudado?
O mesmo tipo de ramagem pintada a cheio pode ser fabrico do norte (Fervença) Vilar de Mouros ou Coimbra(?)
O tipo do casario o mais semelhante que encontro na minha coleção é a comparação com esta enfusa atribuída a Darque (?)...
A folhagem à volta da asa é semelhante com a do rodapé do casario do prato
O prato tem um diâmetro de 36,5 cm, é muito leve e de excelente vidrado, ao centro nota-se um pouco craquelê.
O tardoz apresenta-se coberto quase pela metade com patine de restauro...Contudo na parte que está "virgem" nota-se bem o esmalte branco e o frete do pé fino, ao invés de outra produção à época mais larga, que tenho encontrado e me parece(?) ser produção do norte.
Seguramente produzido no norte, no final do século XIX (?) por Darque ou Vilar de Mouros (?).
Infelizmente outro teve de ser destronado do lugar, por hora...
Foi este...
Incrível as fotos são de má qualidade, porque o brilho que se sente ao olhar é avassalador!
Querida Isa.
ResponderExcluirPerdão pela demora em dar umas palavrinhas.
E agora o faço até mais por mim que por ti. Meio doente ainda. Melhoro aqui e pioro alí. Falo de saúde física mesmo.E também um cansaço mental, embora não use tanto minha pobre cabeça...
Esta vida é breve. Falando nisso, descobri um blog de polonês (Vita Brevis ,Ars Longa), cheio de peças maravilhosas de todo o mundo, Fez 2 postagens este ano. Enviei um cmt traduzido e não obtive resposta alguma.
Fico pensando que qualquer dia vai ser assim conosco...
Sobre esses Cantões, como já disse, pouco sei. Então qualquer hora vou precisar de umas informações.
Há por aqui muitas peças oferecidas que tenho suspeitas. Não são desses portugueses, Falo dos orientais mesmo. Pasta pesada, vidrada brilhante. .. Que há uma falsa louça inglesa (ching): Gomis, grandes travessas,
sopeiras... já sabemos. Mas parece que há também uma burla mais elaborada, sobretudo dessas peças orientais: Cia das Índias, etc.
Quanto aos seus Cantões, são belos.E mesmo para quem não entende muito, dá para saber que são peças de uma produção antiga.
Ainda vou fazer um post com o que tenho de "oriental" ou de estilo oriental. Tenho também um prato "cebolinha" , sem marca que parece uma dessas produções do início do 20 e não estas peças que abarrotam os centros de compras...
Um abraço.
ab
Caríssimo Amarildo
ResponderExcluirLamento saber que se encontra enfermo de novo. Espero que não seja nada de cuidado, possível seja fruto do tempo de outono a achegar. Obrigado pela continuidade e carinho, sempre atencioso com as palavras, também apreciador deste motivo de cantão.A beleza deste motivo só gente sensível entende, uma maioria não aprecia, porque é preciso tempo, olhares para entender a inspiração dos pintores num tempo de pouca globalização, nem sabiam da história do verdadeiro Cantão originários da China fruto de amores proibidos, da menina rica e do menino pobre, limitavam-se a copiar e a divagar a sua criatividade, ingenuamente, por isso a tamanha beleza.
Já vi o seu post sobre loiça inglesa. Belíssima aquisição.
As suas rápidas melhoras
Uma braço
Isabel