Encontrei este prato na Ladra, pela decoração não apaixona à primeira vista muitos admiradores. No entanto gosto do tamanho, da cor, e sobretudo deste emaranhado de borrões que nem são esponjados, nem escorridos, nem coisa nenhuma, serão arabescos de pincelada livre, seguidas, como quem põe vistos em conferências(?) partiam do covo para a aba, aparentemente simétricas ao centro para depois à medida que se fechava no bordo de qualquer jeito e maneira.
Prato com 31,50 cm de diâmetro pintado a monocromia em azul.
Interessante perceber que o esmalte pela frente é a estanho.
Simples e belo |
O tardoz apresenta a tonalidade creme que autores chamaram "grão", não sei a técnica que ao tempo era usada como pigmento para dar esta tonalidade, 1 a 2% de óxido de antimónio ou possivelmente de um seixo de xisto? depois de moído na Mó de oleiro, a mistura do banho final nessa tonalidade -, afinal só servia para poupar no estanho, porque apenas a frente era esmaltada.
Produção do século XIX de pintura manual.
Fabrico de Coimbra(?).
Baseio-me ao tamanho-, 31.50, textura, peso, tom azul, motivo, e o tardoz da cor grão que não engana!
- Pese embora por Aveiro e no norte, Gaia, os esponjados foram "rei".
Há muito que desejava ter assim um exemplar. Comprei-o a um senhor que o tinha na sua casa do Algarve que desmantelou, segundo as suas palavras. Apresenta uma esbeiçadela no rebordo com um pequeno "cabelo" possivelmente pela aranha em ferro artesanal que o manteve anos numa parede, ainda existe gente incauta que ao retirá-los, negligenciam o cuidado devido, que as peças pela antiguidade deviam merecer.
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