Na feira de Ansião travei conhecimento com uma senhora de Abiul que me confidenciou que a sua avó comia num covilhete de loiça ratinho Coimbrã.
Interessante as gentes darem este nome pomposo.Supostamente dado pelos Duques de Aveiro, senhores de Abiul uma freguesia de Pombal - , usariam covilhetes da China e outros de loiça estrangeira, que o povo por trabalhar no paço se fidelizou no nome...O Marquês de Pombal quando conseguiu que os Távoras fossem despojados dos seus bens, e enforcados, nesta terra tudo foi roubado, ainda há poucos anos os antiquários por aqui compravam peças muito boas,uma cómoda em pau santo e,...
- Ora a gentil senhora explicou o que eu já sabia, nas casas mais pobres todos "picavam" da bacia, alguidar ou palangana -, em casas mais remediadas só o homem e a mulher comiam num covilhete como este - um prato sem ser raso mais covo.
- Covilhete com filete circular ao centro a manganês e outros dois finos da mesma cor antes do filete rosa antes do rebordo.
Este tamanho aparece pouco, tenho trés exemplares.Todos diferentes, já anteriormente postados.
Ao tecer um comentário lembrei-me que me disseram que ao tempo esta loiça era feita debaixo da linha do comboio em Coimbra nas imediações do Choupal, por homens que a fabricavam de noite, pois de dia tinham outros afazeres.
- Este o mais pobre em termos decorativos.
Ao tecer um comentário lembrei-me que me disseram que ao tempo esta loiça era feita debaixo da linha do comboio em Coimbra nas imediações do Choupal, por homens que a fabricavam de noite, pois de dia tinham outros afazeres.
Olá Maria Isabel, gostei! A estória e os hábitos deste passado recente encantam-me. Bjo e obrigado pela partilha. js
ResponderExcluirOlá caro JS muito obrigado pelo comentário e pelo carinho que me habituou desde sempre, bem haja.
ResponderExcluirTambém acho interessante a partilha de estórias com história, Bjs
Creio que os meus avós de Coimbra tinham desta loiça, foram desvalorizados pelos meus primos mais novos e acabaram em cacos.
ResponderExcluirLá pela aldeia existem alguns pendurados religiosamente nas paredes.
Bj
Caro Manuel Luís seja de novo bem vindo, uma alegria saber da cortesia da visita e da partilha do testemunho.Sabe que quando se partia um eram ao tempo deitados para as falhas dos muros de pedra que se foram espanhando pelas terras, uma vez lavradas todos os anos encontro cacos e caquinhos que apanho no quintal da minha mãe, para mais tarde fazer algo...um painel talvez!
ResponderExcluirBj
Prezada MIsa
ResponderExcluirPaz.
Não repare por comentar aqui, a partir de um recorte de um comentário que fiz la no Velharias (Luis):
Este tipo de louça é que considero bem portuguesa.
Gosto muito da VA, da Sacavem e de tantas outras com marca conhecida. Mas estas faianças anônimas (ou bem marcadas pelo típico de sua decoração) é o que considero bem de alma portuguesa.
Não que Portugal não tenha História, competência e Arte para ter uma porcelana bem ao lado de todas as europeias (e tem) e que não possa despertar tb tanto interesse.
Mas esta produção bem manual, e até sem muita pretensão, resulta em peças cheias de beleza e que nos seus matizes, vão despertando junto ao vislumbrar dos olhos, uma curiosidade de origem, época e tanto mais que só terá quem realmente por elas se apaixonar.
Quando amadurecer minha paixão terei algo melhor para dizer..,
Uma abração.
Amarildo
Caro Amarildo tem toda a razão na sua apreciação. Sabe que esta loiça era feita de noite debaixo da ponte do caminho de ferro em Coimbra, porque de dia os homens trabalham na agricultura. Era de modo geral tosca na textura da massa,de cores garrida na policromia das cores, embora também mais ingénua e pobre na plocromia como esta que apresento. Loiça mais barata para o povo poder comprar, hoje das mais caras, por ter ganho alforria de status de nobreza.
ResponderExcluirUm abraço
Isabel