Peça pouco usual em ser encontrada na feira da ladra ou noutra... mas lá estava ela num estaminé de chão na banca do Sr Tiago junto com outra um bocadinho maior com pintura floral mui suave em rosa, até parecia VA... Fazia pelas duas 5€... sendo que a segunda peça apresentava um "cabelo"...trouxe apenas a primeira em branco por 2 €...
Peça mui suja, mas impecável, logo a achei mui graciosa.
Na realidade trata-se de duas peças em porcelana
- 1º dá a impressão de ser um
fogareiro pela abertura nela se colocar uma fonte de calor
- 2º pelos buracos no topo
- 3º pelas pegas airosas e delicadas
- 4º pela forma como se fecha o topo para encaixe da 2ª peça - uma taça.
Logo me lembrei de a vir usar para manter o chocolate quente para o fondue de frutas.
- Por certo a peça terá um nome apropriado atendendo à sua antiguidade.... a partir de 1880 fabricaram peças para laboratório de química - poderá ser muito provavelmente uma peça dessas.
A Maria Paula atenta deu-me indicação de um site com fotos...
http://www.ceramicfeeders.com/8.html
Revela que a minha peça falta-lhe a tampa!
Seriam usadas para dar líquidos a doentes.
Em Portugal ao que saiba só tínhamos o bule de caldo, bica ou caneca de doentes.
No estrangeiro eram mais sofisticados porque aqueciam diretamente o líquido tal como se constata noutras peças da VA e,... que tem um nome especifico no bule aqueciam o café paar o t~ete à tête...
Exemplares em faiança portuguesa
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Em baixo exemplares do site francês |










Assinado Bayeux
La porcelaine de Bayeux
Atrevam-se no convite a testar o francês!
L’ensemble de bâtiments situé à l’angle sud-ouest de la place appartient à un ancien couvent de Bénédictines (XVIIe-XVIIIe siècles) transformé en manufacture de porcelaine au début du XIXe siècle. Fondée en 1646, la communauté des
Bénédictines de Bayeux s’installe à l’extérieur de la ville, au pied des
remparts. Durant la Révolution, les religieuses sont expulsées de leur
monastère et ne reprennent la vie communautaire qu’en 1806. Elles sont
alors contraintes de s’installer dans une nouvelle résidence (entrée
actuelle du couvent rue Saint-Loup). Leur ancien monastère devenu trop vétuste
pour servir d’habitation est transformé en 1812 en manufacture de
porcelaine, entreprise qui maintient son activité jusqu’au milieu du XXe
siècle. Tout d’abord très modeste et n’employant qu’une dizaine
d’ouvriers, l’industrie se développe rapidement jusqu’à compter vers
1870 cent quarante employés.
En un siècle et demi, trois familles se succèdent à la tête de la manufacture, les Langlois, les Gosse et enfin les Morlent.
Elles s’attacheront à produire une
porcelaine raffinée permettant d’inscrire durablement le « Bayeux » dans
l’histoire des arts de la table, tout en développant une gamme de
produits utilitaires variés dont les plaques de rues encore en place à
Bayeux sont un magnifique exemple.
A partir des années 1880, la manufacture,
entrée dans l’ère industrielle, s’oriente parallèlement vers la
production de pièces destinées à l’équipement des laboratoires de
chimie, lui valant alors une renommée internationale.
Depuis sa fermeture le 31 juillet 1951, toute trace d’activité porcelainière a certes disparu, mais le Musée Naron Gérard vous invite à en découvrir toute la richesse au travers des riches collections.

Enquanto fazia pesquisas constatei uma nota importante sobre arte na cidade de Bayeux na
Normandia. Interessante, - a peça de tapeçaria bordada que mostro.
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Tapiz de Bayeux, a mais famosa do mundo guardada no Museu da Tapeçaria. |
Reza a sua história...Por volta de 1070, Odo, bispo de Bayeux (c. 1030-1097) e meio-irmão do duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador (c.
1028-1087), encomendou a feitura de um bordado em linho para comemorar a
vitória e a conquista normanda da Inglaterra em 1066. Esse bordado, que
seria utilizado na festa de consagração de sua catedral, em 1077, ficou
conhecido como Tapeçaria de Bayeux (c. 1070-1080).
Embora fosse bispo, Odo participou ativamente daquela
guerra de conquista. Como a Igreja se opunha a que os padres
derramassem sangue com a espada, Odo conduziu seus cento e vinte
cavaleiros na batalha protegido por uma resistente cota de malha, e
atacou os inimigos anglo-saxões com uma imensa maça, esmagando suas
cabeças.
Em jeito de remate do post transcrevo um belo pensamento de um escritor da Normandia, como não podia deixar de ser - André Gide:
"As coisas mais belas são ditadas pela loucura e escritas pela razão".
Sobre a minha peça... branca, simples ,elegante ,e airosa!