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Vendi-o na feira de Pombal |
Em 1900 após a sua morte a olaria é alugada a Manuel Ferreira da Bernarda.
Alguns exemplares da minha coleção.
Pratinhos alusivos ao AMOR
vidrado azul melado Coimbra ?...OAL também os pintou
RB assinadoMB assinado |
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Belo par de pássaros -pelo traço da pincelada parece OAL ou será Estatuária? |
Uma dessas fábricas - Pedros Lda nasce em Alcobaça em 1955 fundada por José Pedro e seus filhos Silvino Ferreira Pedro
(n.1925) e José Joaquim Pedro, ambos já ligados à indústria. José Pedro foi o pintor mais importante da primeira fase da existência da Olaria de Alcobaça (OAL), fez o seu aprendizado numa pequena oficina pertencente a seu pai no
Juncal, passando pela fábrica de Manuel Ferreira da Bernarda, de onde é
levado por Silvino da Bernarda, filho de Manuel da Bernarda e fundador
da OAL, para trabalhar como operário na recém formada empresa. A José Pedro se deve uma boa parte da produção dos primeiros tempos da Olaria, onde permaneceu até ao final da década de 40, acompanhando a formação dos seus dois filhos, ali colocados como aprendizes. Após sair da OAL -, em 1947, o pintor passa a
trabalhar na Estatuária Artística de Alcobaça, Lda., em Maiorga, onde
permanece até a fundar.
Viria com os seus filhos fundar outra fábrica - Olajul -, no Juncal, em 1949. Mais tarde, regressam à Fervença, onde alugam as instalações da
Estatuária, entretanto falida. Aí se instala a Pedros, imbuída do
espírito de renovação que invade a produção cerâmica da região de Alcobaça, nos anos após a Segunda
Guerra.
Estatuária - marca em etiqueta |
“A
“Vestal” – ou “Vistal”, como também era denominada nos seus primeiros
anos – foi fundada em Fevereiro de 1947 por António Branco, Joaquim
Batista Branco, Veríssimo de Almeida e Acácio Bizarro. A
sua primeira fornada teve lugar em 11 de Julho do mesmo ano, nessa data,
eram pintores Leopoldo Machado, Noel Costa, Augusto Moreira, Joaquim
Dias Marques e Mário Silva; Carlos Fernandes era oleiro rodista; Acácio
Bizarro, o forneiro; Veríssimo de Almeida era fornista; o quador de
barro era Manuel Clementino; eram aprendizes José Coelho e António Amado
– onze pessoas, no início. A sua produção consistia em pratos de parede, jarras, fruteiras,
bengaleiros, castiçais, galheteiros, entre outras variadíssimas peças.
Além das decorações populares características desta louça, em que as
flores são elemento dominante, a “Vestal” introduziu também temas
históricos, pintados em talhas e pratos – desde efemérides como a
Restauração de 1640 ou a Tomada de Lisboa aos Mouros. Outros motivos de
sabor erudito figuram em algumas peças de faiança daquela fábrica:
sonetos de Camões, poemas de Guerra Junqueiro e João de Deus, figuras
como Vasco da Gama, António de Oliveira Salazar ou Chopin, foram
retratados, tal como alguns pintores e seus quadros – Goya, Da Vinci.
Também a visita da Rainha Isabel II de Inglaterra a Alcobaça, em 20 de
Fevereiro de 1957 levou à elaboração de uma interessante talha. Todos
estes motivos foram introduzidos por um funcionário que foi admitido na
empresa em 1952 – Hélder Lopes – que veio a tornar-se sócio da “Vestal”
em 1962.
Vestal com as armas de Portugal |
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castiçais da minha coleção Vestal |
Para quem quiser ver mais exemplares desta fábrica
http://fabricavestal.wordpress.com/
Fotos de cortesia da coleção da IF
Honra-me com a partilha,enriquece o post
Pintura típica do Juncal da OAL
Galheteiro
Vestal - galheteiro |
SECLA - Pinto Ribeiro fundador e criador da Secla em 1947 -, era uma grande empresa, uma das maiores na faiança na região -, nela se respirava uma atmosfera mais evoluída e exigente técnica e artisticamente, viria a convidar Luis Ferreira da Silva para chefiar a seção de pintura que o atraiu em 1954, aqui conheceu Hansi Staell que desenhava modelos para a produção, artista de nacionalidade húngara nascida em 1913, a sua formação artística obteve-a primeiro em Viena de Austria, na Escola de Artes e Ofícios, onde cursou artes gráficas, e depois em Budapeste, onde frequentou a Academia de Belas Artes. A Guerra forçou-a a abandonar a Hungria, até 1945 -, permaneceu em Estocolmo onde trabalhou como desenhadora de tecidos e ilustradora de livros e revistas. Em 46 veio para Portugal onde desenvolveu uma larga actividade artística: na gravura, na pintura mural, vitral, na cerâmica, e na ilustração. Hansi Stael deixou-se fascinar sobretudo pelas actividades e tipos populares urbanos: as varinas de Lisboa, as mulheres da Nazaré, as procissões, os mercados. Consolidou uma viragem cultural na empresa, que levara ao abandono do padrão tradicional da louça das Caldas em favor de novos conceitos de design, viria a falecer em Londres em 1961.
Alguns exemplares da artista retirados da net
As minhas peças secla
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Azeitoneira |
Conjunto sal;pimenta e mostardeira |
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Pimenteiro ART DECO lamentavelmente a minha filha partiu o Saleiro |
Mostro este prato que faz parte do meu serviço de jantar comprado na praia de Mira há mais de 30 anos. Como prenda de casamento recebi o serviço de chá igual que veio de Coimbra e haveria mais tarde em Cacilhas comprar o serviço de café.
CERAMARTE localizada na Rua Pedro Alvares Cabral no Bombarral, a Ceramarte foi fundada em 1969 por Virgílio Correia e sua mãe Alice Correia que se dedicou anteriormente à investigação de modelos cerâmicos antigos, existentes em museus e colecções particulares. Com o auxílio de operários de oficinas da região de Coimbra, conseguiu reproduzir algumas dessas peças que apresentou em exposição também em Coimbra, explorando o ramo da reprodução de pratos, travessas, azulejaria e peças dos séculos XVI a XIX de fabrico português. O logotipo da empresa manteve a relação com o nome de Alice Correia (AC). Nela trabalhou também Maria da Natividade Mendes (a ceramista Maria Mendes), que foi casada com Virgílio Correia, a fábrica foi encerrada em 1991.
- Algumas páginas do catálogo da Ceramarte realizado por Maria Mendes):
Para quem quiser saber da faiança de Valado de Frades
http://valadodosfradesfotos.blogspot.pt/
Claro que haveria muito mais para falar...para quem gosta de saber mais sobre a faiança produzida por terras de Alcobaça
http://www.cidadeimaginaria.org/cer/hcer.htm
http://www.alcobaca.pt
OLá Maria Isabel, há quanto tempo não tinha novidades da sua parte, pois agradeço da minha parte a partilha histórica que nos ofereçe, é sempre pena quando ao fim de um percurso assinalável, com um contributo para a cultura, economia e identidade nacional as empresas fechem, mas outras como a VA, que andaram anos e anos a receber autenticas fortunas diáriamente para continuarem a funcionar. A má gestão foi a razão de iviabilização de muitas unidades cerâmicas, com muita pena nossa. Enfim, desabafos históricos também. Abraços, jsaraiva
ResponderExcluirCaro amigo Jorge Saraiva,andei ausente na apanha da azeitona, pela 1ºvez, confesso que gostei. Tive também um problema com o carregamento de fotos no blog.Este post sobre Alcobaça andava à muito para o fazer, a IF enviou-me gentilmente fotos de galheteiros da sua coleção, julgo que ficou apelativo com as histórias que acrescentei.
ResponderExcluirComungo os seus desabafos da má gestão para a inviabilização das empresas.Gente de fibra com liderança e visão estratega há pouca - eu tenho um pouco essa linha de empenhamento no trabalho - sem modéstia,o meu feeling diz-me o mesmo de si.
Boas festas
Um grande abraço
Isabel Coimbra
Olá Maria Isabel, agradeço e retribuo os votos de Boas Festas e os desejos a todos de um 2013 com mais ânimo que este que termina. Quanto ao empenho no meu trabalho, é verdade, tem razão, mas para manter uma empresa (seja ela qual for) é preciso mais, é preciso arrojo, arriscar e ás vezes perder a cabeça, no bom e no mau sentido, e é isso que me falta... depois temos o marketing e o sector comercial dinâmico que é muito mais importante que a produção propriamente dita, enquanto no passado o que importava era produzir.
ResponderExcluirBoas festas e um abraço, jsaraiva
Olá. Será que é aqui que podem me prestar um esclarecimento? Tenho lembrança de uma louça de alcobaça mas que não vejo referenciada. Gostava de saber um pouco mais sobre ela. Aqui fica um link para uma fotografia do tipo de peça.http://4.bp.blogspot.com/_K3scAQi4urg/S23lNlmWmTI/AAAAAAAAJT8/0G-Y8FCcrYw/s400/DSCF8238.JPG
ResponderExcluirCumprimentos obg
Cara "Portuguesa de coração" - a louça que refere será produção mais recente dos anos 60. Bem me recordo dela - pessoalmente a que menos me encanta apesar do aspeto Art Deco. Por terras de Alcobaça e região houve muitas fabricas - apenas fiz uma abordagem primária e não uma monografia. Mas fez bem falar.
ResponderExcluirCumprimentos
Isabel
Obrigada M Isa, porque tinha cá para mim que era loiça dessa época e também suspeitava que não seria das muito apreciadas, pois mal se houve falar dela. Pessoalmente encanta-me, porque era a louça de jantar da casa de meus avós e isso para uma pequena criança acabava por integrar o imaginário das suas brincadeiras. O vidrado, as cores... Julgo que é loiça de não muito valor, pois é distintamente diferente dessas mais tradicionais e muito frágil. Mas ainda se encontra por aí. Cumprimentos.
ResponderExcluirTenho uma jarra de loiça de Alcobaça, que tem na parte do fundo as seguintes inscrições: PR Valado Alcobaça AMR 422.
ResponderExcluirGostava muito de saber de que autor se trata e de que ano mais ou menos seria esta jarra.
Se for possível dar-me umas luzes sobre o assunto, agradeço muito. Obrigada. Anabela Fernande
Cara Anabela Fernandes sobre o que questiona em Alcobaça floresceu muita fabriqueta familiar , e Valado de Frades é uma delas.Nada mais sei, possivelmente só em museus locais vai encontrar mais informação. Em geral familiares de pintores que foram de certa forma famosos, pelo traço aparecem para comprar o que encontram, já me aconteceu vender alguns pratos nessas circunstancias para pequenos colecionadores de loiça de Alcobaça. O AMR serão as iniciais do pintor(a).E o nº 442 é o nº da peça que pintou, e é sua.
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