Comprei esta travessa oitavada em faiança numa feira de Setúbal à minha colega D. Guida que vinha acompanhada do filho David andante nestas andanças desde os 6 anos - agora a viver em Valongo.A piada é
que traziam espólio de uma casa: além da travessa havia outra toda gateada em
Cantão Popular século XIX, terrina que postarei mais tarde de Alcobaça marcada na pasta com "2" , outra de
Sacavém motivo "cavalinho em verde", relógio da Reguladora e estatueta Biscuit e,...inicialmente o que me prendeu a atenção foi a terrina com motivo "casario"
em verde ervilha - o negócio foi-se construindo ao longo da feira - por
fim arrebatei as duas peças por um preço acessível por estarem ambas
partidas.
No imediato a fina decoração floral capultou-me para outra que já vira num Museu - sem saber a sua proveniência. Apenas metade da aba pintada a vermelho com remates de forma geométrica feita a chapa - lembrei-me da Cruz dos Templários que ostenta garboso ao pescoço o Sr Calado - organizador da feira de Tomar. A decoração floral em policromia cromática fina irradia pelo fundo da travessa com dois raminhos e encima a aba ao centro por outro igual.
O tardoz apresenta-se gateado com nada menos do que 40 gatos...deveria ser peça de muita estimação!- O formato, esmalte translúcido,e decoração induzem fabrico de Coimbra (?).
Acrescento que além da cor verde ervilha inventada na cidade pelo químico VANDERLLI trazido pelo Marquês de Pombal para a Universidade que além desta cor, inventou outras. A cor séptia na fina folhagem julgo ser mais um atributo além do vermelho - onde mais se pintou vermelho foi em Coimbra. Contudo Darque também pintou folhas de agrião em tonalidade mais verde escuro com flores miúdas numa pintura muito semelhante a esta.
Pontos comuns na decoração:Tarja na aba, ramos e folhas pontiagudas a manganês, flores em forma de corações e folhas tipo agrião
Parece pintura minimalista ou será o meu olhar?
Claro que apesar do estado mereceu honras na parede da sala!
Descubram onde a pus!
Casa ladeada com duas letras - C I e a mesma decoração
- Outro prato na mesma pintura
Quando se gosta de faiança - não importa muito o estado de conservação. Dá-me vontade de rir quando me aparecem pessoas a dizer - não gosto de nada partido, bostelado ou com gatos...pois eu sou mais popular - basta a peça prender o meu olhar. O bom seriam estar intactas, atendendo à antiguidade, e farto uso num tempo de pouca loiça nas casas - a vida era difícil para o povo, só os aristocratas a tinham em fartura. Portanto a que se vai encontrado ao preço da minha carteira é esta a possível.Há Museus que também não se coíbem de as ostentar em "mau estado".
Prato que vi à venda na feira da ladra cuja pintura é muito semelhante aos outros
Olá Maria Isabel
ResponderExcluirMesmo já com outro post publicado,o que faz com que este meu comentário esteja atrasado, não quero deixar de comentar esta sua travessa tão engraçada e fora de comum. O pormenor das duas figuras geométricas( que nada têm a ver com a restante decoração) e a faixa pintada só em metade da aba e num vermelho bastante aguado tipo aguarela, tornam esta travessa numa peça bastante diferente do habitual a merecer atenção especial.E o que dizer dos quarenta gatos? Acho que tem razão na sua suposição de ter sido uma peça muito estimada.
É sempre um prazer olhar para esta sua parede e já descobri a sua travessa :)
Beijos e boa semana
Olá Maria Paula muito obrigada pelo seu comentário. Ainda bem que partilha o mesmo pensar sobre a estranheza da decoração em faiança. Por isso achei importante a postar - foge a tudo o que se tem visto -e, tanto se tem visto por aqui.
ResponderExcluirNunca se iniba de escrever, nunca qualquer comentário o considero atrasado, antes pelo contrário são sempre bem vindos.
Bom fim de semana
Beijos
Isabel