Um dos meus assadores de castanhas na casa rural
O meu castanheiro ainda é jovem está
algures neste quintal, acredito que para o ano me presenteia com as primeiras
castanhas...
o quintal da casa, merecia ser pintada - pois merecia - falta a coragem!
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Quintal e eira com as minhas pedras da Serra da Ameixieira |
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Gosto francamente dos ouriços - da sua perfeição e delicadeza no apêndice para
nos ajudar a abrir-los - descubram quando os virem - há uma foto com o ouriço
que se nota bem . Fiquei pasma como a natureza é tão perfeita. Tal como os
putos hoje em dia não sabem na maioria de onde vem o fiambre e o chouriço eu
também nunca tinha aberto um ouriço - só conhecia as castanhas. Estamos sempre
a aprender. Longe vai o tempo que a serra de Nexebra era coberta por frondosos
e seculares castanheiros até ao dia que uma praga os dizimou quase todos. O meu
marido tem um terreno no costado de eucaliptos com o pé de um cujo diâmetro sem
exagero terá mais de 10 metros.Podem acompanhar as castanhas
com jeropiga ou abafado como se diz na minha terra feita com o mosto do vinho branco. Curiosamente mal chegados a Ansião pegámos numa
cesta, levei o meu marido ao Pinhal do Dr Faria onde em miúda ia com a minha
irmã apanhar medronhos. Vi um coelho a fugir por entre o mato - trouxemos
alguns, grandes e vermelhos, fizemos duas garrafas para dar cor e sabor à
aguardente, ainda demos os restantes ao nosso compadre que a casa deles fomos
jantar um arroz de cabidela de pato - divinal - eu levei uma tarde moura feita
com ovos, gila e amêndoa.
Já saboreei
água pé muito boa, até aguardente do meu lavrado ( oferta generosa da D.
Lucília e do marido Xico a quem ofereci as uvas da Mó )- que poda a vinha não
via há dois anos - este ano correu de feição sem moléstia, as parreiras
cobriram-se de cachos de uvas desenxovalhados , uma de casta de mesa com
mais de cem anos subiu por uma oliveira, tinha pendurados cachos com mais de
dois quilos. No dia seguinte à vindima, voltei lá com um escadote para as poder
cortar. A minha mãe ficou pasma. Impossível deixar estragar tanta riqueza...Castanhas
também já as provei - na casa rural no almoço no último sábado - chovia,
acendi o lume, as assei no brasido da petinga saborosa e dos pimentos, nas trempes
pus a panela enfarruscada preta para cozer as batatas, e na minúscula a
cafeteira para fazer a cevada - gosto de cozinhar ao lume como antigamente
nesta cozinha velha como lhe gosto de chamar - janela e porta aberta com
a arca outrora guardadora do milho agora guardadora da lenha, lindo
o cenário de chuva que caia de mansinho lá fora - eu e o meu marido
refastelados no nosso rico almoço a que não faltou merendeira dos
"Santos" com passas, nozes, e erva doce, deliciei-me ao bebericar um
pixel de aguardente de medronhos feita por nós o ano passado que temos no bar
da sala, ali aberta. A loiça foi lavada em alguidares de vidro verde
como dantes debaixo do alpendre a ver cair a chuvinha doce...de tarde foi bem
pior acabar o serviço. Ao meu marido dei instruções - pois na agricultura mando
eu -, para cortar silvas da ribanceira...deixou umas quantas... ainda
ficou amofinado por o chamar à atenção!
Ontem fiz Ginjinha para oferecer
pelo natal - para o efeito trouxe uma garrafa da Marinha Grande de largo bocal
feita por encomenda para os Grandes Armazéns do Brás e Brás ( impresso no vidro
do fundo ) - comprei nos supermercados Aldo 2 frascos de meio quilo de ginjas
em calda, só aproveitei a polpa da fruta escorrida a que juntei aguardente,
açúcar mascavado, paus de canela e cravinhos...ainda há um segredinho - aliás -
há várias fórmulas de fazer esta bebida. Guardei a garrafa na despensa em local
mais escuro - dois em dos dias tenho de de a emborcar para o açúcar se
misturar bem. Fiz a equivalência da receita dada gratuitamente por um bom amigo
feirante - Luís do Cadaval. Faz inclusive um delicioso arroz doce - rapaz muito
prendado de mãos.
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