Encontrei este pote asado sem tampa na feira de Setúbal.Fabrico de LAGOA - S.MIGUEL - AÇORES.
Julgo fabrico de argila de grão fino, plástica, sedimentária e refractária (?)
Apresenta vidrado acinzentado no exterior com relevância de buraquinhos na textura da massa tipo malegueira com arrepiados na mistura de matérias plásticas.Por dentro também é esmaltado.Nota-se na peça (por baixo) o escorrido no vidrado, vidrado
de chumbo com estanho, o chumbo fornecia a fusíbilidade e o estanho a
opacidade branca do vidrado, tudo isto para cozer em forno de lenha a
baixa temperatura (950-1000ºC).
Faixa central limitada por filetes em cerise e no seu intervalo, esponjados em verde.Os esponjado era uma decoração rápida de
fazer, duas filagens e uma esponja a trabalhar no meio, toca a andar
que é para encher o forno...segundo informação preciosa do meu amigo JSaraiva.
Fundo plano com frete relevado no limite da peça cujo fabrico deverá atribuir-se ao início do século XX. Vidrado por dentro.Ladeado por asinhas que até parecem pequenas em relação ao pote...
A sua função? Ao ser vidrado por dentro serviria para guardar: mel, banha, manteiga ou queijos. Na realidade naquele tempo não haviam
utensílios de cozinha, portanto tudo o que aparecesse era ouro...
Tirei as fotos num banco do jardim, porque o deixei logo arrumado na garagem para seguir viagem -vai decorar a minha cozinha de A.... nele vou pôr as colheres de pau!
Peça muito bonita que só ganhou por ser fotografada à luz do dia. Tenho uma paixão pelos esponjados e marmoreados.
ResponderExcluirbjos
Olá Luís. Muito obrigado pelo seu comentário.
ResponderExcluirTambém o achei muito bonito.Custou um mísero euro...
Sem dúvida quer os esponjados quer os marmoreados levam-nos a divagar, a sonhar a decifrar figuras, objectos..em 75 na minha 1ª vez na Sé de Évora, o cicerone velhote fazia-nos olhar para os painéis de mármore das paredes na certeza de decifrar os raiados brancos...dizia ele não vêem uma Nossa Senhora, e aqui um...
Beijos
Isabel