Hoje apresento exemplares que sobre eles recaem dúvidas ao centro de fabrico: Coimbra, Alcobaça ou norte em especial Vilar de Mouros porque todas pintaram temas de casario.
Coimbra
Este prato apresenta influências na pintura de Coimbra - barro avermelhado, no séc XIX haviam a produzir loiça na cidade 14 fábricas 7 em barro branco, e o mesmo número de barro vermelho. Também pela decoração que apresenta ao meio um círculo duplo, em azul claro, e um filete no limite do covo, na aba flores vermelhas com cartelas com traços verdes ao alto e no rebordo um filete fino a ocre.
Taças de fabrico Coimbra
O tardoz reflete no vidrado a cor amarelada, caraterística duma determinada época.
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Produção de José Reis
Prato de grande dimensão pintado a estampa a manganês com a aba em tom amora nas contas e filete que delimita o bordo, esmalte amarelado cor de grão, em que a cor reporta para Alcobaça.
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Bacias em faiança "ratinha" produção de Coimbra |
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Coimbra |
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OAL - reprodução de loiça ratinha depois dos anos 30 |
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Cortesia de Ivete Ferreira |
Origem da faiança de Alcobaça
Em tempos divaguei sobre a produção de faiança por terras de Alcobaça. Volto a insistir no tema por alteração do post inicial ao qual retirei matéria para numa posterior fase o voltar a abordar .
O José Reis transportava carroça com barro branco de Alcobaça para Coimbra, no tempo que ficava na cidade aprendeu como fazer olaria a pintar e na volta a casa era comerciante de faiança que levava embrulhada em palha de Coimbra e possivelmente vendia peas terras onde passava. Na altura do Marquês de Pombal decide fixar-se em Alcobaça onde abundava o barro branco de 1ª qualidade - matéria-prima a pensar no seu negócio de oleiro em Alcobaça.
Segundo informação do blog :http://www.valadofrades.com "teria arrendado umas instalações a José Rino, numa cavalariça de uma casa senhorial junto à ponte D. Elias, e aí surgiu a primeira fábrica de cerâmica de que se tem conhecimento em Alcobaça."
"A produção de José Reis - ia desde a loiça pintada até à estampilhada, empregava como base o barro branco da região, que provinha de uma quinta pertencente à família Pereira dos Capuchos, foi, durante quase um século (até à década de sessenta), a matéria-prima da cerâmica produzida em Alcobaça. Existem pouquíssimas peças marcadas conhecidas, e as que não o são podem confundir-se com as de Coimbra. Os motivos decorativos mais conhecidos são paisagens com casario e árvores ou então flores, a preto, azul ou cor-de-rosa." É notório a grande testemunho de influência e tendência Coimbrã incutida nas suas peças em Alcobaça. Razão pela qual só pelos detalhes se consegue com alguma fidelidade atestar a origem de muitas peças - tal a semelhança.
Fabricou desde loiça ordinária à fina, pintada à mão e estampada, para utilização doméstica. Os motivos decorativos eram de inspiração rústica: flores, frutos, animais domésticos, cenas da vida rural, lendas populares. Além de peças de uso doméstico: travessas, pratos, terrinas, xícaras, tigelas, saladeiras, também se fizeram outras de utilização mista ou decorativa: garrafas de forma humana ou animal e pratos de parede.
Analisando algumas peças concluí haver uma predominante pobreza da estampagem da cercadura do rebordo (talvez pela exuberância da pintura central) (?) Quanto à grossura da massa e ao peso das peças - difícil será atestar em tantas que já vi - porque em Alcobaça o José Reis fabricou peças finas e grosseiras.
José Reis viveu até 17 de abril de 1898. A filha dele após o falecimento do pai arrendou a fábrica em 1900 com notícia no jornal local a 7 de outubro a Manuel Ferreira da Bernarda. A primeira fornada saiu a 7 de Novembro desse ano, conforme foi registado num prato pintado por J. Pequeno (nome pelo qual era conhecido o dirigente da fábrica, José dos Santos). No verso do prato é referido o facto de ser a primeira peça pintada por conta de Manuel da Bernarda. Apresenta uma pintura de folhagem larga em tons de azul, a zebre, castanho, tendo no centro um retângulo com uma inscrição semelhante à loiça coimbrã.
No princípio do século trabalhavam na fábrica oito operários enquanto na direção tomava parte Silvino Ferreira da Bernarda, filho mais velho do proprietário, uma vez que seu pai se dedicava à construção civil, não tendo tempo para se dedicar aquela.
As marcas "Alcobaça" e "15/8/75"
Inscrições que se encontraram num prato referido por José Queirós na sua Cerâmica Portuguesa - num outro feito para uma exposição em 1925, também o ano de 1875 vem referido como sendo a data de fundação.
Santo António produção José Reis AlcobaçaCortesia da banca do amigo
Engº Adriano Maia
Outras peças de pratos falantes |
De Coimbra e Senhor do Areeiro de Tavarede Figueira da Foz
A minha amiga Isa Saraiva comprou no norte um prato semelhante assinado Viúva A. Oliveira de Coimbra
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O tardoz com dois fretes é típico da produção de Aveiro e não de Coimbra. O que levanta a questão de algum pintor ter trabalhado na fabrica de Coimbra se ter deslocalizado para Aveiro, continuando a por a marca de Coimbra, o que também aconteceu com outro pintor que se deslocou para a região de Leiria e o fazia, dito por um neto.
Apresento esta terrina em faiança com motivo decorativo - paisagem e casario pintada a verde ervilha.
O que me intrigou nela foi a impressão do número - 2 - no fundo da terrina. Evidencia o tamanho da terrina
O barro é amarelado a evidencia produção a norte de Coimbra.
Fabrico de Coimbra
Outras peças retiradas da net
Coimbra
Coimbra
Coimbra
Gaia
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Mostra em policromia e o outro a dois tons;verde e rosa de Coimbra(?)
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Pratos
1º Coimbra
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Exposição do Museu de Alcobaça Dr. Jorge Sampaio
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Bacia e jarro. Colecção Dr Luís Pereira de Sampaio
Pratos, um deles com marca sinete incisa na pasta. Colecção Luís Pereira de Sampaio
Prato pintado à estampa. Colecção Coronel Bivar de Sousa
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Marcas da faiança de Alcobaça retiradas de - http://www.valadofrades.com |
Segundo informação do site mencionado passo a transcrever -
Esponjados Coimbra ou José Reis Alcobaça(?)
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pratinho esponjado séptia |
A fábrica de Manuel da Bernarda era conhecida por Fábrica de Alcobaça como, aliás, aparece nas suas marcas. Desta fábrica, hoje...resta a recordação e, peças em colecções particulares!
0 meu prato decorativo. Não sou fã desta loiça, pela exuberância do azul- nalguns casos chega ao berrante...desculpem - contudo gosto de algumas peças, nomeadamente deste prato pela elegância contorneada da aba, do desenho miúdo e da palete de cores.
Em jeito de complemento a oiro: Ivete Ferreira - para quem não sabe foi a investigadora da "coleção ratinha" do Museu Cargaleiro em Castelo Branco. Muito recentemente o Museu editou um catálogo sobre este tema com textos seus para Tese de Mestrado sobre a faiança ratinha, o último do género ocorreu há coisa de 20 anos, e que muito honra os amantes da faiança. Teve a gentileza de me enviar algumas fotografias com as marcas de José dos Reis e de Raúl da Bernarda, bem como de uma peça publicitária, em que é nítida a "marca ratinha" - que muito me honra a sua ajuda. A cerâmica faz parte da vertente industrial de Alcobaça, e por décadas foi sem dúvida quase a única e de certeza a maior empregadora.Problemas colocados na última década levou ao seu desbaratamento e hoje...não existem!
Na faiança de Alcobaça e da de Raúl da Bernarda, encontram-se nítidas influências de outras fábricas, do norte a Sul de país. Sem esquecer os pratos TI Mila vendidos nas feiras( a vendedora deu o nome aos pratos). A loiça azul que muita gente não aprecia, de certa forma descredibilizou ALCOBAÇA.Sendo que há belas peças.
PARA QUEM QUISER SABER MAIS - http://www.alcobaca.pt
CLARO QUE FICA MUITO AINDA POR DESCOBRIR E MOSTRAR - O MAIS FASCINANTE!