Minúsculo pratinho com pintura dedicada aos afetos. Ofereci-o a alguém muito especial com uma pianha africana igualmente minúscula entrelaçada. O embrulho foi feito com papel vegetal cortado em redondo , apertei o laçarote com ráfia laranja.
Ao centro apresenta dois corações em vermelho encimados por uma chave-, a do amor dos amantes "M" e "T". Aba com floragem.
A marca no tardoz não é muito visível, pintada a uma meia tinta julgo da Fábrica V A Oliveira de Coimbra(?).
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Imediatamente catapultei a minha imaginação para os lenços dos namorados ainda hoje tão em voga no Minho, nomeadamente em Vila Verde. Sei que este motivo começou por ser pintado na faiança Coimbrã no século XVI e depois por volta dos finais do século XVIII até inicio dos anos 20 do século passado.
Notoriamente a faiança inspirou as moçoilas casadoiras em bordar este motivo nos lenços e em os oferecer aos namorados, caso eles estivessem interessados no namoro logo os punham ao pescoço, caso não tivessem interesse na moça o deveriam devolver.
Um Lenço dos Namorados
Chama a atenção as cores vivas com versos populares, corações, flores e muita inspiração da bordadeira apaixonada.
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Que gracioso é este pratinho, Maria Isabel!
ResponderExcluirE fez muito bem a associação com a tradição dos lenços dos namorados, pois os símbolos amorosos repetem-se, a chave, os corações e depois a decoração com flores, sempre presente.
Foi uma bela prenda q ofereceu!
Gostava de saber mais sobre a Fábrica das Lages desse José António Bélico. Penso q é o José Queiroz q o menciona na sua obra sobre cerâmica portuguesa, mas só tenho a versão online guardada nos meus favoritos e não é muito prático fazer a leitura assim. Tenho q arranjar tempo para lá descobrir este nome, que deve estar no capítulo "Coimbra e o seu distrito".
Beijos
Olá Maria Andrade.Sabia que iria apreciar o pratinho. Ainda nos emocionamos com este tipo de faiança. Ainda para mais assinada e de Coimbra.
ResponderExcluirAntes deste pratinho vi outro de sobremesa, um nadito gasto e nem era caro da mesma fábrica que passei a conhecer a 1ª peça. Deixei-o ficar, quando vi este não resisti, também muito mais apelativo.
Curiosamente José Queiroz nasceu em 1856 e faleceu em 1920.Estudos incompletos, uma lacuna na faiança portuguesa na catalogação de peças e mais pormenores das fábricas,características de pintura e até quando deixaram de laborar.
Apenas evoca que em 1813 Acúrcio das Neves forneceu uma lista com 14 fábricas em laboração em Coimbra sendo 7 de faiança e outras 7 de produtos de barro vermelho onde trabalhavam 200 operários, homens e mulheres. A do José António Belico no sítio das Lages,uma delas designou-a de estacionária, enquanto outras de; progressiva e decadente.
Este motivo foi largamente pintado peça viúva de Alberto Oliveira. No entanto no livro fala de uma fábrica de António Oliveira, decadente.
Nas Lages havia outra fábrica progressiva de loiça entrefina de Manuel Caetano de Moura.
Beijos
Isabel
Gostei do seu prato e singelo e imediatamente intrigado ccom o significado das iniciais M. T. Que quererão dizer? será que eram iniciais de pessoas que enconderam o prato por uma ocasião especial, como um casamento ou um noivado?
ResponderExcluirBeijos
Olá Luís
ResponderExcluirMuito obrigado pelo seu comentário
A simbologia do desenho e das letras inseridas
Dizem:
A chave do MEU coração e do Teu coração
Foi por certo uma oferta de noivado ou mesmo de casamento
Beijos
Isabel