terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Relógios

BOM ANO NOVO

Votos para todos os que por aqui vão passando, aos amigos em dobro!

Na minha cabeça tenho várias ideias para postar, no entanto a escolha recaiu sem eu saber bem porquê em relógios, alguns exemplares que possuo.
Adoro relógios,fazem parte da minha meninice a ouvir aquele som inconfundível quando dormia no chão ao lado do cofre vermelho e frio... também pelo facto de gostar da vida do tempo dos meus avós em que ter um relógio era sinónimo de vida remediada. Eram muito poucos os que o tinham nas suas salas, guiavam-se por uma caixinha de madeira que funcionava como bússola e relógio de sol com pêndulo.
Apresento o meu exemplar foi pertença do avô do meu marido. Após o falecimento a minha sogra atirou os parcos haveres da casa, sem pejo algum para o ribeiro na extrema do quintal. Atrevida lá fui, por sorte a encontrei, ainda um solitário azul e...

No entanto há coisa de 30 anos que não os ponho no pulso.
Gosto deles nas paredes, adoro vê-los nas correntes de oiro nos coletes.
Em tempos tive por piada um em feitio de anel descalabro de risos num balcão ao atendimento ao público,espanhol, era a delícia de muitos e eu vaidosa com ele, claro. Também cheguei a usar um redondo pendurado num fio, de tampinha rotulava-me ao estilo de professora primária tal como a mania na altura de usar óculos em massa como agora parece estar na moda outra vez!

Comprado na feira-da.ladra. Carote porque não funciona
Julgo que 15€. Fiquei fascinada com a pequenez e os pezinhos.
As floreiras também foram compradas na mesma feira com a Marília estão assinadas mas não consigo deslindar a fábrica, o preço foi uma pechincha com outras coisas que trouxe da mesma banca.

Relógio americano Gilbert de 1807 comprado na feira do Terreiro do Paço. Travamos conhecimento com o vendedor em Setúbal por causa de outro relógio,ele falou-nos que tinha este e no dia seguinte o levava para a feira onde quando lá chegamos e o vimos ficamos encantados pela simplicidade.
O som é magnífico


Porcelana com relógio avariado, oferta ao meu sogro a título de um trabalho na casa de um freguês em Lisboa há coisa de 40 anos.
Na altura o meu marido retirou o relógio e colocou no lugar um busto do Pompadiur e ainda alindou a peça com dourados.
Acabou por ir parar no caixote da casa rural.
Num dia de arrumações dos compartimentos do caixote decidi deita-lo para o lixo, mas no mesmo instante olhei para ele e dei-lhe uma última oportunidade.
Os dourados estavam enegrecidos, bostelados, a peça estava feia...
Valorizei a recordação,trouxe-a para o meu marido a tentar recuperar.
Assim foi. Trabalho árduo tirar os dourados com diluente.
Depois andamos numa roda viva para encontrar um relógio que lhe conferisse traça.
Na feira de Algés encontrámos um relógio mecânico italiano a trabalhar por 5 € ao Sr Pereira.
No final ao olharmos para a peça,gostamos do resultado.
A piada era ter a foto como ela era, aí perceberiam de facto como fui atrevida em a converter de novo.

Herança do avô António do meu marido.
Corrente em prata e ponteiros em ouro.







Pertenceu à estação de Correios de Évora.
Foi-me oferecido pela minha irmã, há anos.
Funciona.Impecável de 2 cordas.
Faz-me voltar à minha infância,tantas horas dormi ao seu som,também acordei sobressaltada para me levantar a ouvir o tic tac à meia-noite à saída do correio ao descer o rebate o relógio da igreja dava as doze badaladas.










Foi-me oferecido num dos últimos Natais pela minha irmã.
Modelo diferente sem vidro, abobadado.
Consegui arranja-lo numa das suas últimas tarefas enquanto Directora.
Numa estação algures da zona centro.
Faz lembrar os que existiam na estação da CP de Santa Apolónia.











Herança da avó Rosa do meu marido.Foi-lhe dado em mãos pela sua irmã.Estava estragado, tantos os "sapateiros" que lhe meteram mãos...Um dia,limpou-o todo, arranjou a porta e meteu os entalhes nas pontas.
Tem a corda partida, mas funciona.
Comprado em 2ª mão nos anos trinta vindo dos Estados Unidos quando em 1929 se deu a grande crise financeira.Alguém de "olhão" de lá veio com uma carrada deles e pelas aldeias os vendeu.Na aldeia de Moita Redonda quase todos os habitantes compraram um.A avó Rosa do meu marido comprou este.
O avô António comprou um muito bonito, com um som inconfundível.O meu avô Zé Lucas, o mais endinheirado comprou dois.Pena tive eu de nas sortes a minha mãe não ter sido contemplada com nenhum.

14 comentários:

  1. Ola Isabel, desejo-lhe um bom ano de 2011 com muitas alegrias e surpresas boas ...
    ...quanto aos relogios, adorei, cada um no seu estilo, mas o que gosto mais é o da estação com vidro, sempre fui "louca" por estes relogios...não sei parece que só de os olhar ja me sinto em viagem...
    ...em casa de meus pais tambem há um relogio de herança, não tem muitos anos, é da marca "A reguladora" e está em optimo estado, actualmente está parado pois faz imenso barulho nas horas e meias horas e como o meu pai anda adoentado não há grande paciencia para o ouvir...mas não deixa de ter o seu encanto...aqui em casa para alem dos novos que raramente uso (acabo por usar por gostar da peça em si e não para saber as horas)existe um cauny de estimação que comprei numa feira de Torres Novas, tá tao velhinho...mas gosto muito dele!!! Mais uma coisa em comum Isabel - Relogios que gostamos e... não usamos!

    Isabel, no proximo sabado estou de folga...será que o tempo ajuda a uma "Feira da Ladra" daquelas???

    Beijinho grande

    Marília Marques

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  2. Olá querida amiga
    Olha ia eu para completar o post com outro relógio e já tinhas comentado...lol
    A ideia agrada-me, logo falo com o meu marido, depois mando uma sms.
    Acho que chove até ao fim de semana. Vamos mantendo o contacto.
    Sem dúvida uma grande alegria reencontrar-te amiga, comungar da tua energia, faz-me sentir mais jovem lol
    Beijinhos
    Isabel

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  3. Bem vinda Maria Isabel.
    Já lhe sentia falta!
    Um Bom Ano para si, ainda que os prenúncios não sejam muito favoráveis, mas ... a esperança é a última a morrer, lá diz o ditado!
    Este seu blog tem "roupagem nova" ou sou eu que sou esquecido? Sou de opinião que está muito mais interessante neste fundo branco com o rosa esbatido aos lados!
    Gostei muito deste seu post de relógios, pois já lhe escrevi aqui a minha mania por eles - sim, trata-se mesmo de mania, pois não consigo viver sem estar rodeado por eles, de todas as formas e feitios ... nada a fazer. Tento controlar-me, mas é mais forte que eu!
    Ao contrário do comum e sensato dos mortais, não consigo ter relógios que não funcionem e não batam as horas todas, para desespero de muitos ... lol
    Vendi (tenho mesmo de os vender de vez em quando, quando se tornam em demasia ... para poder comprar outros ...lol) há algum tempo um semelhante ao que refere que pertenceu à estação de Évora, juntamente com um lote de mais dois, também de parede, algo parecidos ao que aqui mostra como sendo Gilbert. Apesar da mágoa, tenho mesmo de me ir desfazendo de uns para dar lugar a outros!
    E, no final, acabo por ficar com os melhores, que estes seria demais para as minhas forças separar-me deles! São quase família, passe o exagero da frase!
    E mais dia menos dia terei de pensar em nova venda, que já começam a ser em demasia! O que vale é que o mercado neste ramo ainda vai sendo bom, talvez pelo carisma que estas peças introduzem no nosso imaginário.
    E que dizer do seu último, "de capela", que é lindíssimo! Ainda bem que está consigo e que vai cuidando dele.
    Manel

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  4. Obrigado Manel pelo seu comentário.
    É de "olhão", mudei a roupagem, sim senhora.
    Ano novo vida nova e no blog também.
    Pois, temos este gosto por relógios.
    Uma curiosidade, onde os vende?
    Eu estou com um que não postei arrumado e mais coisas, até já pensei na primavera fazer umas feiritas e vender os excedentes.
    Beijos
    Isabel

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  5. Olá M. Isabel,
    Começo já por lhe dizer que não percebo nada de relógios de parede, nem marcas de fabrico, nem épocas, nem estilos, mas acho-os muito interessantes como peças úteis e decorativas. Nunca comprei nenhum, mas já herdei um dos meus avós, daqueles com o cavalinho em cima, e recebi outro de oferta dos meus padrinhos, também bonito, francês. Há mais em casa dos meus pais, um de cuco, outro de capela, muito fora de vulgar, lindíssimo,como é o seu, que já era pelo menos dos meus bisavós. Gosto de todos eles, assim como também gosto muito dos seus, mas nunca me deu para me informr sobre estes objectos. Os seus dos correios são interessantíssimos, marcam uma época, muito ao estilo Arte Deco, parece-me.
    Sabe que agora quando estive no Brasil vi vários restaurantes com colecções de antiguidades - loiças, arte sacra e também relógios. O dos relógios foi em Paraty, tinham uma parede cheia de relógios e gostei muito de ver. Fazem um belo efeito todos em conjunto, e se calhar os seus também ficariam bem assim...
    Beijos

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  6. Em primeiro lugar, parabéns por ter tirado o preto como pano de fundo do seu blog!!! Agora a leitura dos posts é muito mais fácil e simples. Não há nada como o as letras pretas sobre fundo branco.

    Gostei dos seus relógios. Na era do digital estes objectos de corda tem uma poesia especial. Também tenho um relógio americano, Waterbury, do último quartel do século XIX, embora por vezes me esqueça de lhe dar corda, o que entristece muito o Manel, quando me lá vai visitar, porque na casa dele, há tique taques por todo lado, badaladas em cada quinze minutos e gongues hora à hora. Lol. Mas de facto, o Manel tem uma colecção de relógios cheia de charme.

    Beijos e por favor não volte ao preto

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  7. Ah, adorei o relógio de Capela. Tem uma flor pintada, não é? Parece um girassol. Será?

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  8. Olá Maria Andrade
    Obrigada pelo seu comentário. Os relógios exercem em mim um estar único. Muito porque em miúda acompanhava a minha mãe a fazer o turno da meia noite no tempo que não havia rede informatizada.Dormia no chão ao lado do cofre frio vermelho ao som das badaladas do relógio. À meia noite ao rebate ainda com a mão na aldraba batia o da igreja...Como vê os relógios fazem parte da minha vida.
    Beijos
    Isabel

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  9. Olá Luís
    Obrigada pelo seu comentário.
    Ainda bem que gostou da alteração que fiz ao blog.
    De facto o relógio de capela americano tem um vitral à frente uma flor tipo camélia de cor vermelha e folhas verdes.Agora pelo Natal o meu marido po-los todos a trabalhar. Imagina no salão o som??? Pois ajudou muito à festa.
    Beijos
    Isabel

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  10. Olá Isa
    Gosto da cor fúcsia que arranjou para o seu blog. É linda e arrojada.Parabéns.
    Quanto aos relógios, confesso que são objectos que não despertam muito a minha atenção.Cá em casa há um de capela,bonito, comprado pelo meu marido, há já alguns anos.
    Em casa dos meus pais, em Angola, havia um de cuco, esse sim fascinava-me.Intrigavam-me as pinhas penduradas e o movimento do cuco. Coisas de criança...
    Destes que apresenta, acho muito bonito o sexto e último. O da estação dos correios de Évora é também interessante.
    Calculo a sinfonia, na noite de Natal :)
    Beijinhos
    Maria Paula

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  11. Obrigada Maria Paula pelo seu comentário.
    Estou feliz, parece que a maioria gostou da alteração que introduzi em pano de fundo.
    Acho que vou mudar o visual de abertura. Estou cansado da ruína da igreja e do caos da pobreza ao seu redor na Trafaria.
    De facto apenas apresentei uma parte dos relógios que possuo.
    Tal como a Maria Paula desde miúda que o relógio de cuco me fascina,quando casei foi uma das primeiras peças que adquiri, acontece que o dinheiro na altura era muito contado, como agora,comprei um exemplar que não é em madeira, parece ser uma matéria plástica dura que imita na perfeição. Decora a sala do 1º andar da casa de província. A minha mãe fez o favor de o estragar ao puxar com força as pinhas, algo prendeu,agora só o consigo por a trabalhar pondo junto a uma das pinhas um peso de 1k. O cuco de bico vermelho também faz as minhas delícias.
    Tenho outro relógio tradicional em caixa de madeira com vidrinhos que comprei para levar para a casa rural, acontece que quando o levava para lá deixar encontrei a casa assaltada e já não o deixei. Está empacotado.
    Adoro relógios pelo que já escrevi, fazem parte da minha meninice mas também pelo facto de gostar da vida do tempo dos meus avós em que ter um relógio era sinónimo de vida remediada. Eram muito poucos os que o tinham nas suas salas, guiavam-se por bússolas com pêndulo.Por acaso tenho uma que era pertença do avô do meu marido e a mãe dele atirou os parcos haveres par um ribeiro, atrevida lá fui, por sorte a encontrei, ainda um solitário azul e...
    Beijos
    Isabel

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  12. Maria Isabel, os que vendi fi-lo em sites de leilões, que como sabe há vários (Miau, leilões.net, etc) e costumam vender-se bem, desde que o preço esteja aceitável
    Manel

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  13. Isa, é verdade o que diz sobre o luxo que era ter um relógio antigamente. Hoje, o seu uso (refiro-me aos de pulso), está banalizado. Eu tive o meu primeiro relógio, no dia em que fiz 17 anos.Recordo-me de na altura, a minha mãe me dizer, que tinha tido o seu primeiro relógio, quando ganhou o seu primeiro ordenado. Os meus filhos,e, com certeza todos os da sua geração, tiveram relógios desde sempre, e o vulgar é ter mais do que um!
    Abraços
    Maria Paula

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  14. Obrigada Maria Paula pelo seu comentário.
    é de facto como diz. tudo mudou nos últimos 50 anos. E de que maneira!
    Beijos
    Isabel

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