domingo, 13 de dezembro de 2015

Réplica no artesanato alentejano de um pré ratinho Brioso e aranhões

Ontem na feira de velharias do Montijo, encantei-me com um prato de artesanato em cerâmica do Redondo, Alentejo, por se mostrar numa decoração rara, habitualmente privilegiam a pintura de paisagens alentejanas com as searas, sobreiros e azinheiras, casario baixo com grandes chaminés, e variedade de flores. Encantei-me pela pintura azul, pelo rosto feminino central que logo me reportou para os" pré ratinho do Brioso "em Coimbra...Faiança belíssima e caríssima, no mesmo modo para os ditos aranhões-, afinal decorações do século XVII. Dificilmente adquiro uma peça em artesanato de olaria, comprei há mais de 30 anos em Santarém, no primeiro festival gastronómico, a um oleiro algarvio dois belos pratos, um que ainda tenho com a típica casa alentejana,o seu forno e a piteira pela frente( porque me faz lembrar do episódio no 5º ano, que ninguém da turma sabia o significado de piteira empoeirada na beira da estrada -, e claro a professora mandou que todos escrevessem 50 vezes o que dizia no dicionário ...planta da família das amarilidáceas, de folhas espessas, carnudas, fibrosas e espinhosas, subespontânea em Portugal que se vêem nas ribanceiras das estradas ...Comprei ainda outro prato com uma aldeia e igreja que ofereci à minha irmã.
Este porém ficou preso ao meu olhar por esta reprodução ser rara .
Pintura monocromática a azul sobre creme fosco, visível os contornos da pintura que o pintor incutiu ao desenho e se destacam no prato, sendo que a aba se  apresenta decorada com os caraterísticos ditos aranhões, intervalado por ramo de flores. Ao centro o rosto em grande plano de uma mulher, sendo que o pintor/oleiro quis deixar a sua marca (?) ao ornar ao limite da testa, flores e abaixo, algo que não consigo decifrar, mas parece a pressão do dedo polegar com o indicador segurando duas alianças(?) seria para um pedido de casamento? O tocado do cabelo o ornou com um animal/inseto, centopeia (?) e ao limite do colo com uma ramagem e do covo com um filete fino.
A bela faiança  de Coimbra, o mote inspirador do artista, supostamente algum prato viu quando os "ratinhos" os levavam nas arcas para as ceifas, e os deixavam a troco de roupa usada, por haver pouca loiça no Alentejo,porque a compravam baratíssima nas feiras das suas terras.
Um exemplar verdadeiro
Tardoz revela ser antigo feito na roda do oleiro e cortado com arame, dito por um freguês que foi oleiro e tentava vender uma cabaça ao vendedor...
 Assinado Redondo Portugal e as letras do pintor, faltou-lhe o ano!
Diz-me o meu marido, a nossa prenda de Natal -, vamos pô-lo ao meio da chaminé da casa de...está pesada só com cantão popular, vai ficar giro centrado ao meio, quando se olha lembra logo o Brioso...
Pois lembra!

domingo, 15 de novembro de 2015

Prato de faiança com paisagem campestre em azul fabrico de Coimbra(?)

Encontrei este prato de faiança na feira de velharias de Figueiró dos Vinhos na Páscoa. A vendedora disse-me que já tinha vendido os melhores só restava este, frágil, cheio de mazelas, gostei da história que era dum tio padre para os lados de Coimbra.
Gostei também da pintura tipo Naif a lembrar as que eu fazia na primária;árvores, moinho, rio, serras e passarinhos.
Pintura monocromática em azul que preenche todo o centro com árvores do lado esquerdo, à direita um moinho de vela erguida altaneiro na serra, pelo meio um rio com um barco e no céu passarinhos. O limite do covo com um filete fino em azul e outro ao meio da aba mais largo.
 Tardoz apresenta-se de esmalte amarelado
Restaurei-o, ficou muito bem disfarçado.
Vendi-o à minha amiga Anabela do Torrão.
Fabrico de Coimbra (?) atendendo às árvores e ao esponjado do arvoredo, inicio século XX (?).

Bacia em faiança com flores atribuída a Coimbra(?)

Pequena bacia ou taça  em faiança, comprada na feira de velharias de Figueiró dos Vinhos pela Páscoa a uma vendedora da Sertã.
Peça utilitária que faz parte do meu imaginário de criança, de as ver nas casas de avós e tios
Esta cativou-me pela decoração, que nunca vi nada igual, sobretudo a decoração central com um ramo de petúnias(?)  em policromia azul, vermelho e branco, ramagens em castanho, e folhas em verde esbatido, ao limite do covo uma dupla de filetes finos em amarelo ocre. Na aba ramagens de flores em castanho e sobre elas sobreposto um filete largo em amarelo ocre. Ao limite do rebordo  quebrado um filete em azul.

Apresenta "um cabelo".
Esmalte amarelado uma tendência carateristica de uma determinada época em Coimbra.
Tardoz; corte do pé da bacia com cana (?).
Aba do rebordo direita.

 Fabrico atribuído a Coimbra(?) finais do século XIX início de XX(?)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Pequeno prato de faiança com marca "1" fabrico de Coimbra (?)

Encontrei um pequeno prato de faiança, com um "cabelo" de apenas 15 cm de diâmetro, na banca da Jú e da Anabela, na feira da ladra.
De pintura singela, além da pequenez que me atrai, foi outro o fator que fez que o trouxesse comigo. Descubram mais à frente.
Apresenta-se decorado ao centro com estampagem de um pequeno ramo floral  em policromia;verde e ocre
A aba também com estampagem de flores simples em azul cobalto
Dá para ver e bem, que o esmalte "agarrou" mal à massa , por esta ser de fraca qualidade na mistura de muitos materiais plásticos, por isso a má aderência do vidrado que se mostra e muito com " arrepiados e buraquinhos", seja pela frente, mas sobretudo no tardoz.
No tardoz ao centro marcado na massa com o algarismo nº 1.
Foi este o motivo principal da compra. 
A primeira vez que encontrei um prato minúsculo, marcado na massa com o algarismo "1", da Fábrica Viúva Lamego. O segundo foi este -, antes só vira em terrinas ou sopeiras, que tenho exemplares marcados com os nºs 1 - 3- 5 ( julgo que ao número poderia corresponder o tamanho ou formato(?), agora com o prato fiquei com mais certeza que estou no caminho certo(?).
Minha última aquisição, terrina marcada na pasta com o nº 5 e com o nome do artista José Cardoso (?) e local de fabrico- Coimbra
No caso do prato o nº 1 impresso seria referente ao prato que se chama de sobremesa (?)
Com muita certeza o seu fabrico é de Coimbra(?) dos meados do século XX.Embora as flores em azul da aba nos catapultem para o norte em Gaia onde foram pintadas por várias fábricas e o mesmo do ramo central.
Distingue-se a utilização de barro vermelho, a cor azul cobalto só as olarias mais credenciadas e abonadas financeiramente o podiam comprar, por ser muito caro, ( no tardoz há marcas de azul, o que evidencia no forno este foi cozer com demais faiança nesta cor pintada), também pela decoração, mas sobretudo pela numeração impressa, que no caso das terrinas são também com muita certeza de fabrico de Coimbra.
Não deixa de ser surpreendente como à partida um pequeno prato "tão mal amanhado" , acaba por se mostrar hilariante, para os amantes da faiança , divagar na sua origem e com isso deslumbramento pela graciosidade.

domingo, 18 de outubro de 2015

Faiança falante ou com legenda - AMOR fabrico de Coimbra (?)

Comprei este prato falante ou com legenda na banca do Pedro e do André na última feira de Algés. 
O preço na realidade não foi em conta, mas foi em relação ao preço marcado, pelo estado,  partido.
Impossível resistir mal os meus olhos nele caíram...

Pintura em monocromia em azul e aguada, ao centro decorado por um coração trespassado com uma seta, e a palavra AMOR.No limite do covo largo filete pintado a aguada limitado por filetes finos em azul.A aba apresenta-se com cercadura floral. No limite do rebordo um filete fino em azul.


Restaurei sem preocupação, apenas para se aguentar
Provável fabrico  de Coimbra, primeiro quartel do século XX.
 Tardoz  evidencia buraquinhos na textura de bom esmalte
Ao mostra-lo à minha filha logo mostrou interesse em o pôr na sua casa-, o primeiro!
Já o levou, ficou-se a olhar, porque achou o restauro muito bom...
E quer mais dois em azul!

Par de jarras de altar fabrico norte M.A.DA ROCHA(?)

Comprei em Setúbal este par de jarras que o colega, ou as partiu no caixote, que nunca acondiciona as peças, ou já as comprou fraturadas, achou por bem restaurar para "puxar dinheiro". O problema é que fez um péssimo restauro com materiais comprados nos "chineses" mas acreditem tive o prazer de enxovalhar à fartasana pela idiotice, ainda o enervei quando com a unha tentava retirar o excesso de acrílico azul com isso deixei o barro vermelho com que encheu as faltas, à mostra...

Furiosa por ver tão mau trabalho de restauro ainda assim não as quis perder, a pensar na alegria em as poder mostrar e partilhar com os meus muitos visitantes, apesar de caras.

Nesta foto descubram o barro vermelho num dos sítios onde fez restauro...
Jarra rodada, de bojo redondo, ombro com ressalto, carenada e colo alto, com estrangulamento central, bordo virado para o exterior e pé alto de base circular com estrangulamento na ligação com o bojo. 
Faiança com esmalte branco e decoração pintada e estampilhada a azul. 
Bojo decorado com uma paisagem oriental com pagodes e palmeiras, com nuvens estilizadas no céu ao género do motivo cantão popular. 
Em volta da base e no colo, cercadura de tracejado oblíquo, seguida de filete ondulante, entre barras azuis escuras.
Análise da base dos pés das jarras, de formato ligeiro abaulado do rebordo com o frete  rebaixado ao meio em forma delicada, belo.
Uma das carateristicas de atribuição de fabrico de SAVP (?).
Mas também a M. A. DA ROCHA

 Museu Nacional Soares dos Reis século XIX atribuído a Gaia ou Porto

O mesmo pé fechado como as minhas jarras
 Fragmentos resultantes da escavação na FSAVP em tonalidade azul mais escura
Foto retirada de A Fábrica de Louça de Santo António de Vale de Piedade, em Gaia: arquitetura, espaços e produção semi-industrial oitocentista / Laura Cristina Peixoto de Sousa
  • O 1º fragmento evidencia no pagode janela com traços na diagonal e a direto. Vejam-se as diferenças do motivo cantão popular com carateristicas que nos ajudam na catalogação: 
Também uma espécie de dois olhinhos na direita
No fragmento abaixo a ramagem do salgueiro para baixo
Uso de tracejados
Bordadura  em silva do prato com casario vário, alto e baixo 

 Museu Nacional Soares dos Reis século XIX atribuída a Gaia ou Porto

No OLX, a pintura do casario(pagode) diferente, mas carenada eo vidrado mui parecido
Mas o pé é fechado

Concerteza  em segurança o meu par de jarras de altar é de fabrico do norte (?)

    Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

    Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...