quinta-feira, 28 de março de 2013

Loiça inglesa majólica na Páscoa com amêndoas

Para desejar votos de BOA PÁSCOA  a todos que passam neste blog escolhi este prato que  comprei na feira da ladra a um preço muito razoável. O vendedor meu conhecido -, um amigo disse-me que era da Fábrica Sacavém...

Há primeira vista parece da fábrica Bordalo Pinheiro, o que francamente me pareceu!
  • Vou usá-lo para as amêndoas tricolor em chocolate...
  • Muito porque me faz lembrar o meu coração verde de Sportinguista...e dos prados da "paisagem Bocage"

Notam-se 3 tracinhos em redondo - a marca que o vendedor afirma ser Sacavém(?)...
Sob fundos diferentes   em relevo para contrastes da exuberância do vidrado 


    It probably dates to the late 1800. 


    Será o meu pratinho inglês???


    O prato é pequeno, com decoração relevada que irradia do centro com folhas verdes sob fundo picotado em tons verdes e castanho com aba encanastrada e recortada.Tem um esmalte brilhante.
    De fato fabrico inglês com a folha da liamba, que u ma inglesa que o comprou me informou.

    quinta-feira, 21 de março de 2013

    Faiança com casario da minha coleção...

    Uma mostra para dar as Boas vindas à Primavera com um  motivo decorativo que no mínimo  despoleta várias interpretações:
    • Há quem o atribua à cópia do Motivo Roselle inglês   fabrico de  "Vilar de Mouros". Pessoalmente vejo o motivo inglês de grande exuberância decorativa quer no centro quer na aba ricamente decorada ao invés das nossas peças em faiança o serem mais pobre. Vilar de Mouros foi cúmplice da pintura Coimbrã quer nos motivos quer na palete de cores. Usavam os verdes ervilha e os rosas velhos.
    • há quem também faça  atribuições a "Coimbra " 
    •  inegavelmente também a  "Alcobaça" 
    • Mas há "Aveiro"
    • Quero acreditar mais centros oleiros que temos de descobrir !
    Na maioria atribuem a origem de fabrico (?)  sem modas-, ao calhas a uma das atrás referidas, no mesmo modo que banalmente chamam ao Cantão popular " Miragaia"...
    • Ainda outros atribuem o motivo aos Challets com capela que os novos ricos imigrantes no Brasil  no regresso mandaram construir  acima de Coimbra .
    • Por fim, julgo simplesmente à quem lhe chame só Casario.
    Hoje vou mostrar algumas das minhas peças alusivas à temática para se verificarem grandes e poucas diferenças. Claro que por se tratarem de peças não marcadas a sua catalogação torna-se sempre um quebra cabeças.
    Com alguma segurança  acredito que nesta panóplia estarão todas as atribuições referenciadas com alguma margem de erro!
    Tampa com barro vermelho e as cores, inclino-me para Coimbra(?)
    José Reis de Alcobaça
    José Reis Alcobaça (?)
    José Reis Alcobaça (?)
    OAL (?)
    José Reis Alcobaça (?)
    Miragaia (?)
    Coimbra ?
    Aveiro (?)
    Aveiro S. Roque(?)
    Coimbra (?)

    Artesanato Algarvio com a idade do Festival Gastronómico de Santarém...mais de 30 anos
    Tampa de terrina de Miragaia?


    Veja-se este bule atribuído a Miragaia na mesma sequência de quadrados traçados
                                                                              José Reis (?)
    Faiança marcada na massa com um "1"Coimbra(?)
    Segui a ideia do Fábio ...atrevi-me a experimentar a tampa sem terrina com a terrina sem tampa... rápido é  entender que para cada panela há um testo...vale a foto pelas rosas albardeiras, na gíria de Sicó se chamam Cucas.

    Coimbra  (?) pelo rodapé, arvoredo, filete largo na aba e esmalte cor de grão
      Vilar de Mouros, marcado na massa "2"(?)
    Casario pintado a vinoso Coimbra?
    Aproveitem sabiamente as Boas Novas da Primavera...não deixem de ouvir o chilrear dos passarinhos, apreciar o aroma das flores -, quiçá maré de romance...sempre na companhia de boas compras em faiança!

    segunda-feira, 11 de março de 2013

    Porcelana francesa assinada Bayeux para uso de doentes

    Peça pouco usual em ser encontrada na feira da ladra ou noutra... mas lá estava ela  num estaminé de chão na banca do Sr Tiago junto com outra um bocadinho maior com pintura floral  mui suave em rosa, até parecia VA... Fazia pelas duas 5€... sendo que a segunda peça apresentava um "cabelo"...trouxe apenas a primeira em branco por 2 €...
    Peça mui suja, mas impecável, logo a achei mui graciosa.

    Na realidade trata-se de duas peças em porcelana
    • 1º dá a impressão de ser um fogareiro pela abertura  nela se colocar uma fonte de calor 
    • 2º pelos buracos no topo 
    • pelas pegas airosas e delicadas
    • 4º pela forma  como se fecha o topo para encaixe da 2ª peça - uma taça.
    Logo me lembrei de  a vir usar para manter o chocolate  quente para o fondue de frutas.
    • Por certo  a peça terá um nome apropriado atendendo à sua antiguidade.... a partir de 1880 fabricaram peças para laboratório de química - poderá ser muito provavelmente uma peça dessas.
    A Maria Paula atenta deu-me indicação de um site com fotos... 

    http://www.ceramicfeeders.com/8.html

    Revela que a minha peça falta-lhe a tampa!
    Seriam usadas para dar líquidos a doentes. 
    Em Portugal ao que saiba só tínhamos o bule de caldo, bica ou caneca de doentes
    No estrangeiro eram mais sofisticados porque aqueciam diretamente o líquido tal como se constata noutras peças da VA e,... que tem um nome especifico no bule aqueciam o café paar o t~ete à tête...
    Exemplares em faiança portuguesa
    Em baixo exemplares do site francês

      Assinado Bayeux

      A PORCELNA EM FRANCIA

    La porcelaine de Bayeux

                                                   Atrevam-se no convite a testar o francês!
    L’ensemble de bâtiments situé à l’angle sud-ouest de la place appartient à un ancien couvent de Bénédictines (XVIIe-XVIIIe siècles) transformé en manufacture de porcelaine au début du XIXe siècle. Fondée en 1646, la communauté des Bénédictines de Bayeux s’installe à l’extérieur de la ville, au pied des remparts. Durant la Révolution, les religieuses sont expulsées de leur monastère et ne reprennent la vie communautaire qu’en 1806. Elles sont alors contraintes de s’installer dans une nouvelle résidence (entrée actuelle du couvent rue Saint-Loup). Leur ancien monastère devenu trop vétuste pour servir d’habitation est transformé en 1812 en manufacture de porcelaine, entreprise qui maintient son activité jusqu’au milieu du XXe siècle. Tout d’abord très modeste et n’employant qu’une dizaine d’ouvriers, l’industrie se développe rapidement jusqu’à compter vers 1870 cent quarante employés.

    En un siècle et demi, trois familles se succèdent à la tête de la manufacture, les Langlois, les Gosse et enfin les Morlent.

    Elles s’attacheront à produire une porcelaine raffinée permettant d’inscrire durablement le « Bayeux » dans l’histoire des arts de la table, tout en développant une gamme de produits utilitaires variés dont les plaques de rues encore en place à Bayeux sont un magnifique exemple.

    A partir des années 1880, la manufacture, entrée dans l’ère industrielle, s’oriente parallèlement vers la production de pièces destinées à l’équipement des laboratoires de chimie, lui valant alors une renommée internationale.

    Depuis sa fermeture le 31 juillet 1951, toute trace d’activité porcelainière a certes disparu, mais le Musée Naron Gérard vous invite à en découvrir toute la richesse au travers des riches collections.


      

    Enquanto fazia pesquisas constatei uma nota importante sobre arte na cidade de Bayeux  na Normandia. Interessante, -  a peça de tapeçaria bordada que mostro.
    bayeux1.jpg
     Tapiz de Bayeux, a mais famosa do mundo  guardada no Museu da Tapeçaria.
    Reza a sua história...Por volta de 1070, Odo, bispo de Bayeux (c. 1030-1097) e meio-irmão do duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador (c. 1028-1087), encomendou a feitura de um bordado em linho para comemorar a vitória e a conquista normanda da Inglaterra em 1066. Esse bordado, que seria utilizado na festa de consagração de sua catedral, em 1077, ficou conhecido como Tapeçaria de Bayeux (c. 1070-1080).
    Embora fosse bispo, Odo participou ativamente daquela guerra de conquista. Como a Igreja se opunha a que os padres derramassem sangue com a espada, Odo conduziu seus cento e vinte cavaleiros na batalha protegido por uma resistente cota de malha, e atacou os inimigos anglo-saxões com uma imensa maça, esmagando suas cabeças.

    Em jeito de remate do post transcrevo um belo pensamento de um escritor da Normandia, como não podia deixar de ser - André Gide:
          "As coisas mais belas são ditadas pela loucura e escritas pela razão".

    Sobre a  minha peça... branca, simples ,elegante ,e airosa! 

    segunda-feira, 4 de março de 2013

    Faiança com casario de Coimbra ou Caminha (?)

    Comprei-o na Expoeste nas Caldas da Rainha 2013.

    Prato  pintado a monocromia em verde, com o centro com  paisagem formada por igreja ou chalet dos primeiros emigrantes que enriqueceram no Brasil -, no regresso ricos os construíram desde Coimbra, e por todo o  norte - , ladeada por arvoredo sobre rodapé em aguada esponjada em bicos, fechado no limite do covo por fino filete ,  e largo pintado a cheio antes do rebordo,intercalado por finos.

    Completa-se o motivo decorativo com pormenores usados no" Cantão Popular": linhas em ziguezague, cruzes em alusão aos pássaros, já sobre o significado da bandeirola não sei se será do pagode(?) ou dos emigrantes, porque significado tem de ter.
    O vendedor meu amigo dizia se tratar de faiança atribuída a Coimbra (?). Porém outro muito conhecedor por ter nascido numa família de antiquários puxava para Vilar de Mouros.(?)...
    • Certo e sabido Caminha copiou as cores e motivos de Coimbra, por isso a grande dificuldade na catalogação.
    • Atendendo ao filete na aba, pintado numa data época, ao tipo de rodapé,  da folhagem e à cor do vidrado do esmalte, julgo que o fabrico é de Coimbra(?)
    Na banca da D. Carolina  de Setúbal encontrei este prato muito parecido com o meu no motivo principal, e na decoração da aba com o meu que mostro de seguida.
    Forte probabilidade deste, e do que mostro a seguir terem saído da mesma fábrica  tal a criatividade do pintor...
     Prato que me foi oferecido pelo Sr Raul de Abrantes

    Travessa que encontrei no OLX no mesmo tema, pode também ser produção de Coimbra, pelo esmalte amarelo
    Em Coimbra na banca do Sr Serra vi dois exemplares a verde com pintura mui semelhante a este e ao da D. Carolina. Dizia ele ser fabrico de Vilar de Perdizes. Nunca ouvi falar...
    • A minha amiga Isa Saraiva também uma conhecedora de faiança me garante que para ela os pratos verdes são fabrico de Caminha -, mas que tipo de verde?
    Fabrico Vilar de Mouros(?) a fábrica fundada  em 1846 - 1854 pelos irmãos Alvarinhas Martins Ruas  - ex operários da fábrica de Darque que por vezes marcavam as peças como as de Viana(?) -  só laborou uns oito anos  por ter sofrido um incêndio. Os produtos  em louça branca, com relativa perfeição dos Ruas ou Rua, como também ficou conhecida .

    Em 1820-184... em Caminha foi fundada por António José Xavier da Silva, a fábrica Cabana - sendo mais simples a sua ornamentação, tanto relevada como em pintura, do que resulta um aspeto mais modesto - comparada com a de Viana mais fina - dizendo-se que esta faiança desta fábrica é filha por influência da Fábrica de Darque.
    Sobre Vilar de Mouros -, Caminha  aparecem muitas falsas atribuições nas feiras e leilões(?) na verdade já vi este motivo casario em algumas peças atribuídas a Vilar de Mouros...infelizmente não conheço uma peça desta fábrica, na maioria o que encontro  diz-me que pode ser pintura de José Reis , Alcobaça .
    Uma suposição  certeira, serem os 3 pratos de COIMBRA!
    Esta minha terrina verde ervilha marcada na pasta com o número 2...afiançavam ser Vilar de Mouros (?)... a meu ver pode ser Alcobaça do tempo de Manuel da Bernarda?

    Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

    Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...