terça-feira, 16 de outubro de 2012

Rota do vidro e do cristal em Portugal

Paralelamente ao gosto pela faiança adoro o vidro antigo - não sei se pela mão da minha descendência fenícia...volto a falar sobre a sua laboração e mostra de exemplares.
O que é o vidro? Trata-se de uma substância mineral que à temperatura ordinária é sólida e transparente e por fusão controlada a alta temperatura à volta de 1300 graus dá uma mistura doseada de várias matérias primas:
Sílica (areia) - Fundentes:como o carbonato de sódio, o carbonato de potássio e o óxido de chumbo - Estabilizantes: como o carbonato de bário, carbonato de cálcio, carbonato de magnésio e óxido de alumínio Afinantes: como o óxido de arsénico, o óxido de antimónio, e o nitrato de sódio - Descorantes: como o arsénico, o óxido de manganês, o nitrato de potássio - Corantes: matérias-primas que, misturadas à composição dos vidros brancos, lhes dão a coloração pretendida. Por exemplo: óxido de prata para obtenção de vidros amarelos; cobalto para vidros azuis; manganês para vidros ametista; óxido de ferro para vidros verdes; púrpura de Cássio para vidros vermelhos; criolite para vidros opala; etc - Casco (vidro partido em pedaços), utilizado normalmente em grandes percentagens na leitura da composição para embaratecimento desta, depois de seleccionado de acordo com o tipo e cor do que se pretende fabricar.
Deve-se a Sousa Viterbo a divulgação da maior parte dos documentos que permitem esboçar a história do vidro em Portugal nos finais da idade média e princípios da idade moderna. A mais antiga referência data de 4 de Janeiro de 1439. Trata-se de uma carta de privilégio, passada por D. fonso V a favor do vidreiro João Rodrigues Vadilho, residente em Palmela. Pela lista de Viterbo, verifica-se que nos séculos XV e XVI vários mestres vidreiros exerciam actividade em Lisboa, Palmela, Santarém, Coina, Alcochete, Asseiceira e Salvaterra de Magos.
Em 1484, D. João II determinou que em Portugal se não pudesse estabelecer qualquer Fábrica de vidros sem consentimento de Diogo Fernandes, vidreiro no Côvo em Oliveira de Azémeis.
Segundo Vasco Valente, o referido vidreiro foi o fundador da fábrica do Côvo . Em 1528, o castelhano Pêro Moreno, desejando manter um forno de vidro no lugar do Côvo, requereu a D. João III o privilégio - que lhe foi concedido - de ter o exclusivo da fabricação de vidro desde a Vila de Coruche até à Galiza. Vasco Valente põe a hipótese de ter existido parentesco entre Pêro Moreno e o mencionado Diogo Fernandes do Côvo. A produção nacional parece, no entanto, ter-se limitado a campo bem modesto, não passando de peças de exclusivo uso doméstico e não chegando a produção para o consumo do país.  Lisboa foi igualmente centro vidreiro. Segundo Cristovão Rodrigues de Oliveira, em 1551, existiam na capital quatro oculistas, quatro vidraceiros e oito fabricantes de espelhos. Alice Frothingham, no seu trabalho Hispanic-Glass, refere-se a alguns estrangeiros que no século XVII vieram trabalhar para Portugal. Entre eles o veneziano Giacomo Pellizari, que chegou a Lisboa em 1678, onde se estabeleceu, com outro vidreiro, Francesco Costa, oriundo de Altare (Génova).
Em 1689, o vidreiro flamengo Louis Verné, de Antuérpia, veio igualmente exercer actividade no nosso país, em Abrantes, onde permaneceu cerca de dez anos.
Não obstante a presença de artistas estrangeiros, e dos nacionais já estabelecidos, uma parte do vidro vinha dos grandes mercados europeus, como Veneza, Boémia, Alemanha e França. 
Nesta odisseia do vidro é conhecido o labor do vidreiro Guilherme, que trabalhou no Mosteiro da Batalha. O vidro era obtido através da  incineração de produtos naturais com carbonato de sódio -erva-maçaroca. 
Houve diversos fornos para a produção vidreira em Portugal, mas a passagem de uma produção artesanal, muito limitada, para a produção industrial foi lenta.
Foi no século XV numa freguesia de S. Pedro de Villa Chã no concelho de Oliveira de Azeméis - a pioneira fábrica do Côvo terá laborado desde 1484 até aos finais de oitocentos com o privilégio de El - rei D. João II ...que lhe deu uma provisão garantindo que não se pudesse estabelecer outra fábrica, sem consentimento do dono da primeira, um tal Diogo Fernandes ao que parece. Apesar d'este privilegio, em 1498 estabeleceu-se outra fábrica de vidros em Coina, não se sabe se com consentimento do proprietário da fábrica de Côvo. Esta nova fábrica que a princípio pouca produção teve, foi desenvolvendo-se com o andar dos tempos, de modo que em 1580 os seus produtos faziam grande concorrência à fábrica de Côvo, o que obrigou esta a fazer-se valer dos seus antigos privilégios perante D. Affonso."
Foto de cortesia de um site de leilões no Correio Velho 
Conjunto de 12 copos em vidro espiralado de modelos e decorações diferentes, sendo alguns gomados, da Fábrica do Côjo. (12)ver Alt. máx.: 15,6 cm.; Alt. mín.: 6,5 cm. 
Tenho um conjunto de copos gomados em casca de cebola , pesados que serviram numa taberna, o fundo de todos está esbeiçado de tanto rolarem na pia para lavar - poderão ser fabrico desta fábrica - nunca vi nada igual tal como outros brancos com este formato no pé e no bocal de vidro grosso. Não os tenho aqui comigo em tempo oportuno tirarei fotos e completarei o post.
Viria a ser à posterior permitida outra fábrica de vidros desta feita em Coina no concelho do Barreiro que laborou desde  1719 a 1747 e que ditaria o fim da produção vidreira do Côjo  nos finais do século XIX. Em 1882, ainda concorreu a Exposição Distrital de Aveiro.
O que resta da Fábrica Real de Vidro de Coina na margem do Rio Coina, os fornos encontram-se atulhados, o local um marasmo de abandono depois da escavação arqueológica em finais de 80 que originou a publicação de um Livro
Foto de 2016

Na Amora na frente do esteiro do Seixal ainda persistem bairros dos operários de casinhas paredes meias todas iguais que dizem terem sido habitadas pelos vidreiros (?)
  
Em Coina produziu - se : vidro branco, vidro tipo cristalino, vidraças, espelhos e vidro verde. As tecnologias utilizadas foram a irlandesa e a italiana (principalmente esta ), aproveitaram as experiências holandesa, inglesa e espanhola nas suas manufacturas.O seu fim estava determinado pela grande utilização de combustível vegetal para os fornos, tal como para a produção de cal , construção naval e outras atividades - os lisboetas queixavam-se da escassez de lenha no mercado para as suas casas o que viria a provocar uma longa crise, e a sua transferência para a Marinha Grande onde havia fartura de madeira proveniente do Pinhal de Leiria e areia claro.

Copo fabrico de Coina das reservas da CMB

O Museu Nacional Soares dos Reis para integrar um estudo sobre a origem de 33 peças seleccionados da colecção de Vidros atribuídos às manufacturas da Real Fábrica de Vidros de Coina e da Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande, deslocou para  o efeito um equipamento portátil de Espectrometria de Fluorescência de Raios X. O projecto, ao qual se associaram outros Museus, visa caracterizar os vidros manufacturados na Fábrica de Vidros de Coina e na Fábrica da Marinha Grande, cujas classificações são de difícil distinção - um dos copos estudado

Cálice com forma de sino invertido, de pé alto e base redonda. Apresenta decoração gravada com motivos florais.
Séc. XVIII, 1ª metade  Vidro gravado à roda
Cálice de tipologia setecentista, com pé desenvolvido numa das variantes produzidas na Real Fábrica de Coina, o “pé de salva”. Museu Soares dos ReisFábrica de Coina - Séc. XVIII, 1ª metade  Copo em Vidro armoriado em  esmalte policromado - Museu Soares dos Reis 
Achados de fragmentos de cálices ou de copos de pé, de botão separando a copa da base ou do pé, datáveis já do século XVI. Finalmente, são talvez os copos de pé e a caneca portuguesa provenientes da Casa dos Bicos (Lisboa), do mesmo século, os exemplares mais notáveis do vidro arqueológico português tardo-medieval. Vemos nestas peças, feitas em vidro grosso incolor, testemunhos da laboração vidreira nacional encontrados nas localidades de :Coimbra, Pombal, Sintra, Álcacer do Sal  e Torre de Moncorvo ( vi 2 copos de pé de salva no Espaço Museológico do meu bom amigo Prof Arnaldo que os arqueólogos atribuem a Coina)
Mais Informação sobre o vidro em Portugal
http://orlandompnc.planetaclix.pt/VTNatesecxvii.htm
Na Marinha Grande no século XV teria aqui sido instalado um pequeno forno para apoio da reparação dos vitrais do Mosteiro da Batalha. As vidreiras começaram a ter muito negócio durante a grande reconstrução de Lisboa após o terramoto que destruiu parte da cidade em 1755. Começou a ganhar contornos mais sólidos em 1748 pela mão do irlandês Beare que  transfere para aqui a fábrica que explorava em Coina. Cabe então, em 1769, ao inglês Guilherme Stephens, beneficiado por Alvará de D. José e com todo o apoio do Marquês de Pombal: subsídios, aproveitamento gratuito das lenhas do Pinhal do Rei, isenções, etc que a fez ressurgir dando-lhe a prosperidade e o prestígio que deram à Marinha Grande o título de Capital do Vidro. O seu sucessor vai ser o irmão, João Diogo, mas também gerações e gerações de marinhenses - por nascimento ou por afeto - que se dedicam a fazer do vidro uma indústria e uma arte.
A Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande desenvolvendo-a ao ponto de ser Portugal, a seguir à Inglaterra -, o primeiro país a fabricar o cristal. A mais conhecida é a Crystal Atlantis . Outro dos nomes mais conhecidos - Fábrica Jasmim. 
A Marinha Grande vê os seus esforços para a garantia de qualidade recompensados quando os seus vidros são galardoados na Exposição Internacional do Porto - 1865 e na Exposição Universal de Paris em 1867. Entre 1870 e o inicio do séc XX, além da Real Fábrica Nacional Fábrica de Vidros - surgiram outras :
Fábrica de Vidros Santos Barosa & Cª Lda em 1889
Nova Fábrica de Vidros em 1894
Fábrica de Dâmaso Luiz dos Santos em 1913
Fábrica do Marquês de Pombal (Magalhães Cª) em 1914
Muitas outras...
Até 1916 estas fabricas especializaram-se no vidro utilitário, decorativo e na vidraça - a partir desta data apareceram as indústrias paralelas à vidraria: por exemplo - a Fábrica de Vidros M. Morais & Cª em 1916 e a Sociedade Vidreira Marinhense em 1919 cuja produção se orientou para o vidro de embalagem. Houve também a produção de vidro de laboratório - Fábrica Portuguesa de Vidro Neutro ( Fábrica Morais Matias Lda) em 1926; Roldão & Garcia Lda em 1943; Fábrica Francisco de Oliveira ( Fábrica do Mona) também de 1943.

Fábrica de Vidros Crisal – Cristais de Alcobaça inaugurada em 1945.

"Sociedade Vidreira Lusitana" foi fundada em 1920 , a fábrica é constituída por um conjunto de estruturas distribuídas consoante as funções técnicas e produtivas atribuídas a cada uma delas, tendo produzido cristalaria, nomeadamente chaminés para candeeiros a petróleo, notabilizando-se pelo fabrico de lustres de estilo austríaco. Entretanto, com a primeira grande movimentação da classe operária contra o regime de Oliveira Salazar (1889-1970), registada em 1934, em resposta à entrada em vigor do "Estatuto do Trabalho Nacional", originando uma greve de características insurgentes, deu-se o encerramento da fábrica, então de posse de Emílio Gallo. Quando retomou a laboração, já em 1942, em grande parte graças à iniciativa de um novo associado emigrado em Angola (daí a designação pela qual é conhecida), celebrou-se novo arrendamento firmado pela "Sociedade Emílio Gallo Lda.", ainda que encerrasse as suas portas logo em meados dos anos cinquenta, funcionado, desde então, como armazém de várias empresas vidreiras e, mais recentemente, de oficina de restauro de objectos destinados ao Museu do Vidro (instalado no Palácio Stephens), devendo-se à "Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial" a identificação, no local, de importantes estruturas industriais atribuídas à primeira metade do século XX. 
Haveria de ficar conhecida por outros nomes

Fábrica "Angolana"
Fábrica do Armindo
Fábrica do Emílio Gallo
Tenho um covilhete e uma tacinha assinadas - LUSITANA
A indústria vidreira haveria de  viver muitos períodos de estagnação comercial, várias fábricas souberam manter a tradição de vários séculos de laboração , e com muita história.
A Marinha Grande é uma das regiões em que o vidro continua a ser uma matriz histórica e onde se continua a produzir o vidro com modelos cada vez mais inovadores e modernos. 
 http://www.aeflup.com/ficheiros/arqueologia
Salva de pé alto e disco plano, em vidro transparente dourado e gravado. O disco termina num ligeiro rebordo. Na superfície do disco, estão gravadas flores dispersas.
Peça identificável em catálogo de manufactura nacional setecentista. As salvas eram utilizadas para a apresentação de todos os tipos de doces.Marinha Grande - Séc. XVIII - Vidro gravado e dourado Museu Soares dos Reis .
 Mostragem de algumas peças da minha coleção
Prato em cristal de vidro branco de  bordo recortado  e aba facetada com gatinhos em relevo ao centro comprado na feira da Costa de Caparica
Garrafa de água de mesinha de cabeceira em vidro "casca de cebola" comprei em Alcochete ao colega Carlos

Garrafas e tacinhas em "casca de cebola" - uma herança a outra comprada à colega Helena.
Cestinhos em "casca de cebola" na aba filetes em cristal  à temperatura de 1700 graus - há anos que os coleciono ,tenho mais.


Jarrinhas em "casca de cebola"

Vidros de uso laboratorial para os enólogos com orifício na base do pé
A Real Fábrica da Vista Alegre começou por fabricar vidro e cristal  no período de 1824 a 1880 entusiasmada pelo sucesso que se vivia na Marinha Grande ao mesmo tempo que se atrevia a deslindar o conhecimento para produzir porcelana.Os primeiros ensaios decorreram entre 1824 a 1834  e tiveram como resultado uma porcelana imperfeita de pasta mole a que se deu o nome de -  Pó de Pedra.Foi preciso encontrar em 1832 o caulino, por Luís Pereira Capote, que se concretizaram os ensaios para a produção da “verdadeira” porcelana. João Maria Fabre e Manuel da Silva Ramos, pintores de mérito, irão ser os precursores da futura escola de pintura da Vista Alegre, iniciando um movimento que se irá distinguir pela sua qualidade e rigor artístico.  Era o início de uma longa tradição portuguesa de arte em porcelana.

Hoje - neste post - , o destaque é a produção do vidro na VA.

Algumas peças da minha coleção VA
Copo em cristal de forma circular, ornamentado por motivos fitomórficos em alto-relevo. Base em forma de flor, com pétalas longilíneas e pontiagudas. Pé com oito faces. Ao centro, quatro painéis decorados por flores e folhas enroscadas sobre um fundo arenoso
( tipo cristais) -, separados por quatro frisos verticais. Bordo simples.
Possivelmente uma serventia -, a utilização na missa como cálice nas capelas dos solares. 
Outra decoração com lobos em reservas e quadradinhos com frisos.

Chávenas de chá e café





Prato em cristal de forma circular de rebordo recortado, com motivos fitomórficos em alto-relevo, ao centro duas crianças em relevo a baloiçar numa grinalda de flores  tipo  balancé.Comprado no colega Peres.

"A Casa-Museu Medeiros e Almeida expõe no mês de julho um magnífico conjunto de peças da coleção de António Medeiros e Almeida que por norma não está em exibição. Trata-se de 23 vidros com camafeus cerâmicos incrustados, seleccionados entre os mais de 40 que existem na colecção, produzidos na Real Fábrica da Vista Alegre entre 1837 e 1846, altura em que a moda dos camafeus está por toda a Europa.
Nestes camafeus apresentam-se destacadas personalidades, entre as quais poetas, figuras ligadas ao liberalismo, personagens de corte ou representações religiosas. Algumas das peças expostas são tão difíceis de encontrar que resulta claro que foram fruto de encomendas específicas, como o copo com a efígie de D. João VI, possivelmente um tributo póstumo ao rei sob cujo reinado a Fábrica da Vista Alegre tinha sido fundada."
Algumas peças que ainda não cataloguei

Mostardeira comprada ao Miguel na feira da ladra - em abono da verdade foi oferecida pela esposa tal e qual como a floreira abaixo
Floreira

Copos em cristal que ofereci ao meu amigo Arnaldo e esposa Ilda

Copos de pé alto tipo cálice de tudo idênticos aos da VA com camafeu




Prato em vidro coalhado com marca ao centro dentro de triângulo oferta da minha amiga Leonor Ceia



Solitários com fundo verde - serão da fábrica de Coina? Usavam o vidro verde


SEMPRE OUVI DIZER QUE ESTES ERAM OS MAIS ANTIGOS!

Em remate um lamiré da Fábrica das Gaivotas que funcionou até 75/76 na Rua Poços Negros no Beco do Carrasco em Lisboa, onde passa o elétrico antes de subir a Calçada do Combro. Fabricavam todo o tipo de frascaria: frascos para farmácia, globos para candeeiros, campanulas "cabeça de nabo" estilo art déco com riscas opalinas, peças em vidro para telefones, pisa papéis, lustres em meio cristal, pendentes de lágrimas, bolinhas, pratinhos e,...
  • Berlindes o que os empregados faziam à hora do almoço em moldes de madeira, ferro ou alumínio, faziam um buraco onde punham um pouco de vidro e depois cinza.
O vidro martelado era mergulhado em água para voltar ao forno para ser picadinho.

Espero que fiquem mais apreciadores desta indústria fabulosa - o vidro! 

FONTES 
  http://www.agendalx.pt/evento/vidros-com-camafeus-ceramicos-da-vista-alegre
https://reservasmuseologicascmb.wordpress.com/02/real-fabrica-de-espelhos-e-vidros-cristalinos-de-coina/

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...