Presente ganho ontem em Alcácer do Sal no antiquário Santyago.
Um dos exemplares mais caros da minha coleção, e com restauro...
Só que ontem era dia especial, mais propriamente o 36º aniversário do meu casamento, e um dia não são dias para se perder a cabeça, sendo que o tema é um dos meus preferidos.
O prato privilegia uma palete cromática a verde claro, manganês, laranja e amarelo canário.
O motivo central apresenta-se circunscrito por fino filete em laranja, seguido na curva do covo por outro largo em verde, e do lado de dentro, outro filete largo em amarelo canário, que cobre parte do motivo.
Neste prato o suposto pagode dele apenas se avizinha uma cúpula, sobreposta noutra com um torniquete ao meio à direita, uma árvore à esquerda em altura estilizada ao lado de uma torre alta, nuvens, uma ponte com quatro arcos, sobre ela duas pessoas e pássaros.
A aba apresenta traços na diagonal ladeados por grega na parte inferior e filete na parte superior em laranja seguida de largo filete em verde claro.
Estranho e raro nestas cores, nunca tinha visto a pintura tradicional que todos conhecemos na cor monocromática da pintura a azul neste motivo de Cantão Popular ou também há quem lhe chamasse o Cantão das feiras( na alusão popular ao verdadeiro da China, Companhia das Índias) .
O tardoz revela barro amarelado de textura leve e esmalte brilhante com transparências de verde.
Contraste com outro que atribuo fabrico a Fervença (?) por terem muita semelhança no formato, na quina do covo, no esmalte, no diâmetro e no tom do manganês.
- Claro que me debati na possibilidade de ambos ser produção de Vilar de Mouros (?).
Fascinação pensar ser produção Vilar de Mouros, segundo os novos dados trazidos à luz, uma grande probabilidade , pelo manganês tipo esborratado e o arabesco em laranja a induzir uma ave (?).
Prato pintado à mão o que lhe garante uma autenticidade de maior antiguidade 1830/50 (?).
Pelas cores, esmalte, pormenores do desenho, transparências no tardoz e o traço fino da grinalda que liga os ramos, o fabrico é norte, concerteza, Fervença ou Vilar de Mouros (?).
Brinde aos meus fiéis leitores pela morosidade em publicar.