quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ainda voltando a falar de penicos...

Vou de férias até aos Algarves.
Deu-me uma vontade de vos deixar novos exemplares de faiança escatológica, termo que aprendi com a seguidora assídua Maria Andrade, a quem endereço um beijinho especial pela grande aprendizagem que com ela tenho adquirido. Bem haja, hoje e sempre.
Apeteceu-me deixar a pensar os demais...ser ou não ser Coimbra, Cavaco, Juncal ou...
Vim carregada da feira da ladra com mais dois penicos...

Estes dois muito parecidos com outros dois que já tenho.
Ligeiras diferenças.

Rebordo do pé largo, duas riscas azuis no bojo e no rebordo, barro vermelho.
Evidente a massa malegueira com buracos tal como em muitos ratinhos, que a pintura não adere.
Há partida seria fácil atribuir todos a fabrico de Coimbra (?).
Acontece que o circulo da base, o pé, nuns é bastante largo e noutros mais estreito e um ainda mediano.Também o rebordo do bocal nuns é muito airoso, elegante,enquanto noutros é quase talhado a direito sem rebordo saliente.
Também as riscas tem tonalidade diferente. Umas azul cobalto, outras azul claro e outro com duas riscas uma maior que a outra.

Uns são de argila branca e outros vermelha.
As asas são iguais com um pormenor no final uma dedada que o oleiro fazia para colar a mesma ao penico.
O penico de flores que não está postado aqui tem a asa diferente e esse não tenho dúvidas de ser de Coimbra.Veio de herança da casa dos avós do meu marido onde a loiça era praticamente toda de Coimbra e Aveiro. No entanto haviam mais 3 penicos bejes mais pequenos de massa malegueira.
Apenas um deles apresenta um esmalte lateo anilado que faz lembrar a pintura de Cavaco, postado no

leriasrendasvelhariasdamaria.blogspot.com/2011/05/penico-cavaco.

Fácil é entender que serão de épocas diferentes.
É sabido que as tinas de tinta seria feita talvez por aprendizes que nem sempre respeitariam a dose dos produtos, o que induz a tentação de de acreditar que sejam efetivamente todos de Coimbra, mesmo.No século XIX haviam 14 fábricas em laboração 7 de barro branco e igual número de barro vermelho.

Na feira não resisti a trazer este, apesar de lhe faltar um pedacinho no rebordo que vou restaurar.Igualzinho ao que tenho dúvidas se será Cavaco, um nadita menos anilado, igual ao da Maria Andrade.
Depois de outras pesquisas pode aventar-se que de fato é produção norte, possivelmente SAVP(?)

Comprado na feira da ladra .O sarro que tirei com o esfregão de arame...Ofereci-o á minha amiga Isabel Saraiva, para lhe dar sorte no casório.


Este que postei à dias de todos o mais anilado, no resto igual a este que lhe falta um pedacinho. A foto aqui ao meio de propósito para se comparar.


No mesmo dia encontrei outro  meio escondido entre carros...o vendedor apressou-se a dizer que era de Coimbra e com muita certeza.

Visualização do fundo, o friso da base é mais larga do que o penico a seguir e mais pequena dos de Coimbra postados à dias.

Vão servir de decoração num qualquer espaço...
A Maria Andrade tem um igual a estes de risca azul e um com flores que não engana ser Cavaco.
http://artelivrosevelharias.blogspot.com/2011/04/faiancas-e-porcelanas-escatologicas.
Atrevo-me a pedir que quando tiver um tempinho se fotografa o fundo dos seus e acrescenta no seu post para comparação.

Este penico é semelhante a outros que tenho. O esmalte é mais translúcido e asa é lisa
Sobretudo o Cavaco, estou curiosa.Muito obrigada, e desculpe o desafio.
O LuísY alvitrou no seu post que tinha visto uma imagem muito idêntica num catalogo de faiança do Juncal.Uma coisa é certa no Juncal só se trabalhava barros brancos que até iam de barco para o Porto e Lisboa embarcavam na Figueira da Foz, e estes exemplares mais torneados, elegantes são todos de barro branco.
Ajudem-me!
Prometo que não volto a faianças escatológicas.

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...