Travessa cantão popular de Miragaia século XIX (?)
Quando a comprei apresentava por dentro uma falha no vidrado a
toda a volta, julgo estaria arrumada com outra mais pequena que ao encaixar, e mais
utilizada durante anos a fio sempre no retirar e arrumar de novo a danificou no vidrado
ficando a de baixo, a minha esbeiçada sem esmalte algum, a toda a
volta, ficando à mostra o barro branco levemente amarelado. Restaurei-a.
Tardoz da travessa oitavada de esmalte
brilhante branca de pasta homogénea.
A distorção do desenho original Cantão com as pontes que delas aqui fizeram barcos sendo que a de baixo leva dois remadores com remos debaixo dos braços.
A forma das cúpulas das torres, o suposto salgueiro de cinco ramos ladeado por uma árvore tipo estilizada muito desenhada neste motivo a norte além das duas portas no casario com as ombreiras curvas dão a sensação de "olhos com sobrancelhas".
Visível nos cantos nervuras ou vincos na massa, esmalte branco translúcido atribuído a Miragaia.
Prato em motivo Cantão Popular numa variante que diria "Contemporânea" apresenta esmalte melado que irradia beleza do azul do motivo, pode ser fabrico final de Miragaia(?)
As diversas variantes portuguesas
designadas por " Cantão Popular " não são mais do que variantes do Cantão da Companhia das Índias, mais tarde por influência da loiça inglesa, vários motivos, sendo o motivo Willow pattern, o padrão do salgueiro muito pintado, surgido em Inglaterra no século XVIII como suposta transposição de um motivo chinês ilustrativo de uma lenda amorosa que alegadamente lhe estava associada, apresenta por sua vez inúmeras variantes, tal como o nosso Cantão Popular, que Sacavém produziu na Real Fábrica e depois mais tarde com o modelo Chorão.
Oi querida amiga
ResponderExcluirSua travessa é linda, e seu jeito de escrever autentico e gostoso, parece que estamos mesmo conversando.Sobre suas teorias aceito todas, a única coisa que entendo de louças é minha paixão por elas...adoro!
Tenha um lindo dia
bjs
Tina (SONHAR E REALIZAR)
Obrigada Tina pelo seu comentário.
ResponderExcluirTambém pelo carinho.
Ainda bem que temos as loiças como uma das nossas paixões
Beijos
Isabel
Ilnda minha querida......a Travessa e a tu minha querida amiga....beijinhos....amanha vou tentar reunir umas palavras e mandar uma mensagenzinha...beijinho
ResponderExcluirQuerida Marília obrigada por apareceres
ResponderExcluirTenho estado de certa forma aflita
Se por um lado sei que emocionalmente estarás bem...sei as dificuldades
No caso tenho estado quieta, mas não esquecida de ti a quem quero tanto bem e a melhor sorte do mundo.
Fica bem e sê feliz
Beijos
Isabel
Cara Maria Isabel
ResponderExcluirVenho passando por aqui há já uns dia, mas sem grande tempo para comentar. Hoje, juntando os retalhos do meu dia, ponho a escrita em dia.
A sua colecção de faianças é de facto invejável.
Acho interessante essa ideia de listar todas as suas reflexões sobre as características da loiça Coimbrã. É um bom trabalho o registarmos as nossas reflexões. Quem sabe um dia, poderão mais facilmente,ajudar a completar futuros registos.
Gosto de todas as peças que apresenta, mas a minha preferida é a da décima fotografia.
Que bem que fica o meu prato, aí no meio das suas faianças.
Um abraço
Maria Paula
Maria Paula muito obrigada pelo seu testemunho que registo com muito agrado.
ResponderExcluirDe facto é como diz, se registarmos detalhes comuns poderemos chegar mais facilmente a uma conclusão.
Perco-me na análise das peças que vou adquirindo.
Além da beleza figurativa, aprecio o esmalte das peças.
Em todas elas a massa argilosa ou pó de pedra com que foram feitas revela uma porosidade comum,também as impurezas da argila impediram o esmalte de "agarrar, ficando marcado na peça tipo arrepiado.
Outras peças de textura mais leve, outras mais pesadas, e da mesma fábrica, o que revela um período de fabrico diferente e barros de outra proveniência.
Outra caraterística interessante são os rebordos em rendilhado como o seu belo exemplar apresenta.
No caso eu não conheço exemplares de Miragaia de rebordo rendilhado, por isso comprei o pratinho rendilhado marcado das Lages para fidelizar essa técnica de Coimbra que também foi usada por outras fábricas.
São estas pequenas achegas que nos levam a fazer conclusões.
Amanhã vou até à feira da ladra com a nossa amiga Marília
Bom fim de semana
Beijos
Isabel
Bom fim de semana
Olá! Muitos parabéns pelo seu blog.
ResponderExcluirTenho pouco menos de 20 anos e adoro peças antigas, com história, com alma.
Ultimamente tenho "esfuçado" umas lojas de coisas usadas em busca de tesouros.. e tenho encontrado alguns, pelo menos para mim.
Tenho comprado umas peças da Vista Alegre por 1,00€, mas estão um pouco "esbutenadas". Como ser restaura, pode dizer-me? Ou encaminhar-me para algum blog/site que ensine.? Gostava de experimentar.
Obrigado.
Os melhores cumprimentos,
João
Olá João
ResponderExcluirPerdi o extenso comentário...quando assim é fico desolada!
Antes de mais, seja muito bem vindo ao meu blog. Muito obrigado pelas suas simpáticas palavras.
Apreciei, sendo um homem tão jovem e já despertar para este hobbie das velharias!
Deixe-me opinar.
Se eu fosse da sua idade e começasse agora, sabendo o que sei hoje, atrevia-me apenas a colecionar o género que mais aprecio, no caso:loiça ratinho e faiança de Coimbra, Aveiro e do norte, claro há sempre peças que nos enchem o olhar, seja arte sacra, relógios, candeeiros, caixas, enfim...
Eu comprei sempre muita cosa e agora já vou fazendo umas feiras para despachar...são peças a mais.
No entanto o facto de as ter adquirido deu-me gozo e ajudaram-me na sua catalogação. Sendo loiça geralmente que não foi marcada é estimulante descobrir a sua origem.
Hoje consigo decifrar por acumulação de pormenores a loiça Coimbrã, Aveiro e Cavaco de Gaia. Ainda faltam outras que por haver tanta semelhança, cópia da decoração e técnicas de fabrico nos induzem em erros, por isso o fascínio de procurar sempre uma peça que seja marcada para identificação de outras que possuo.
Eu reparo as esbeiçadelas com uma massa que compro para tapar buracos nas paredes, dos pregos.
Junto um nadita de água e deixo secar. Passo uma folha de lixa para tirar a demasia e pinto com guache que tento fazer ao tom, depois passo verniz das unhas.
Peças boas devem ser restauradas por quem sabe da arte. Serviço caro, muitas das vezes mais caro que a própria peça. Nos meus favoritos tenho a Inês Verissimo Martins, visite o blog.
Na sua idade inclinou-se para um hobbie caro. Acredite,na alegria que lhe vai dar andar nas feiras aos fins de semana,antiquários,falar com gente anónima, aprender,nunca será um tempo perdido.Não imagina o que oiço de mães que apenas tem um filho, homem e o desgosto de um dia partirem e saberem que eles deitam tudo no lixo...Eu tenho mais sorte, só tenho uma filha com 29 e aprecia, não tanto como eu, gosta da porcelana chinesa, Ming com 300 anos, faiança de Coimbra século XIX e pouco mais.
Hoje, numa casa minimalista a decoração tem sempre apontamentos com peças antigas, o contraste é extraordinário.
Apareça sempre e pergunte, gosto de conviver com pessoas de todas as idades. Apesar de quota, sinto-me muito jovem...eheheh
Um abraço
Isabel