A decoração apresenta-se no bojo do bule com ramos em tons a manganês e folhagem pintada a verde e aguada, o pássaro em policromia vermelho e azul, abaixo dele um círculo floral em decalque com pinturas a cheio e vermelho, pelo menos uma aventa ser um coração.Completa a decoração com filetes finos em manganês na tampa e no pé do bule, igualmente finos a azul na asa e no bico, para fechar com dois largos na boca do bule e na aba da tampa em amarelo claro.
A tampa como referi não tinha pega, adaptei uma tampa de galheteiro que também por casualidade tem a cor manganês, apenas está colada, falta a pintura em volta.A asa apresenta-se rugosa, resulto do calor no forno, sendo fabrico artesanal sem termómetros, era uma situação decorrente e aqui bem visível.
Evidência do barro utilizado - vermelho que sobressai no esmaltado lácteo a puxar para cinza/azulado.
Apesar de ainda não estar pronto,já lhe arranjei lugar...
Este tipo de pintura em estampagem com aves foi usada desde meados do séc.XIX ao XX. Em Coimbra, Alcobaça e no norte.
A cor do barro reporta-me para o centro de fabrico de Coimbra, contudo pela pintura estriada, se repararem no pássaro não se apresenta a cheio integral, apresenta riscos, uma carateristica de Gaia da Fábrica Cavaco num determinado período tal como a cor do esmalte cinza/azulado. E sabendo que só as fábricas com mais posses mandavam vir de Lisboa o barro branco para a sua produção, outras o misturavam com o vermelho dominante na região faz sentido dizer que na falta de barro branco usavam só vermelho (?).