segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Faiança de Coimbra(?) em prato de casario singelo

Não resisti pelo preço à compra de mais um prato de faiança, apesar de partido e colado.



Sou amante fervorosa desta temática de paisagem inserida com casario, seja pela ingenuidade a lembrar a pintura Naif, também por se revelarem em todos os exemplares tão iguais e afinal tão diferentes, ao meu olhar, que jamais se cansa de os admirar.
O prato preenche todo o centro com um  complexo de casario diferenciado de telhados, havendo um no formato de torre, em tom monocromático amarelo ocre, sendo ladeado por duas árvores na mesma tonalidade em que a da esquerda apresenta as ramagens em esponjado verde, a mesma cor que remata o desenho da envolvente em rodapé.
A aba toda preenchida com tarja vermelha em formato de losangos com uma bola ao meio unidos por quadrados
Tom do esmalte "creme " carateristico duma determinada época de fabrico Coimbrão.
Sem delongas nem indecisões, trata-se de um prato de faiança atribuído à produção de Coimbra do início século XX (?).
O tardoz evidencia outras carateristicas que é habitual encontrar nestas peças: um ligeiro vidrado esverdeado/amarelado que se retrata ao centro  e o "buraquinho" feito pelo rouca de fazer os "gatos" para ser pendurado-, na região centro, as cozinhas eram muito pobres sem mobiliário, sendo que os filhos comiam todos da mesma bacia, de onde picavam o aferventado de couves  ou nabos com feijão, só o pai tinha honra de ter o seu prato.
Apesar do mau aspeto quando o adquiri num estaminé de chão-, que melhorei, o meu marido deu-lhe honras na parede, e de fato ficou muito bem enquadrado, por retratar  cores careteristicas primárias de Coimbra; ocre e vermelho, sendo o verde já o ervilha inventado por Vandelli na sua passagem pela cidade que abandonou pelo incêndio na sua fábrica do Rocio de Santa Clara, causado pelos desertores do Buçaco, os franceses,sendo que abalou de malas para Gaia. Só falta no prato o tom manganês.

domingo, 30 de agosto de 2015

Motivo Silveirinhas numa almoçadeira da Vista Alegre

Um belo exemplar da porcelana Vista Alegre, talvez das decorações mais bonitas, seja pela fineza do pincel, na pintura delicada com grande carga criativa e de afetividade, saída da mão do pintor(a).

Género de porcelana falante  ou com legenda,  com ortografia antiga -, LEMBRANÇA DE ANNOS, a palavra anos, escrita com dois "N".
Tal como o último exemplar postado neste Blog, também a história desta almoçadeira falante veio do mesmo recheio da Marinha Grande.
Ótimo estado de conservação que se preservou no tempo.
Motivo Silveirinha 1881 a 1921, pintura manual circular com rosinhas delicadas a dois tons em rosa em cadeia com folhagem dourada sob grinalda esvoaçante de silveirinhas.
Legenda escrita em dourado tal como os filetes dourados no rebordo do pires e ao limite do covo e na chávena no rebordo e no limite do pé.
Marca "verde" no prato e chávena
Supostamente o motivo foi inspirado na porcelana China, sendo por cá as flores as  típicas rosinhas de Portugal, trepadeiras que cresciam nas ribanceiras
Este exemplar comprei-o na feira da ladra, quando perguntei o preço ao vendedor, este vira-se para mim e pergunta-me de onde tirei a chávena...respondi, estava aqui no pano do estaminé...sabe é que vendi agora mesmo 4 iguais a uma senhora e não vimos essa...

sábado, 29 de agosto de 2015

Faiança decorada a fruto atribuída a norte, Fervença ou SAVP (?)

Um espetacular prato com 35 cm de diâmetro.
A última história de vida  deste magnifico exemplar de faiança, fala-nos que veio de um recheio duma família Berardo, sita na Marinha Grande, que me confidenciou o vendedor.
 Apresenta-se gateado com "gatos" à antiga em ferro e ligeiramente esbeiçado na aba.
Ao meio apresenta uma decoração com um fruto, pêssego? Adois tons;amarelo e rosado, o pedúnculo a manganês tal como as nervuras das  folhas, em verde.O limite do covo com um circulo em esponjado a azul seguido de dois filetes da mesma cor.A aba apresenta-se com uma cercadura floral que fecha com filete fino na tonalidade azul.
Um defeito de fabrico na massa que se retrata no esponjado, no limite do covo.
Um singelo pormenor do limbo de uma folha pintada a manganês que se cruza com o pedúnculo em caracol em graça.Um toque criativo, ingénuo e de afetividade da mão de quem o pintou.
Gostei do fantástico tamanho, do seu brilho exuberante, da sua história que paguei sem regatear, tal a paixão!
Tardoz translúcido deixa perceber a textura de barro branco com ligeiro rosado. 
O norte recebia o barro de boa qualidade vindo de Lisboa e Leiria, mas quando faltava juntavam do vermelho, abundante no norte, sem ser amassado homogeneamente, julgo seja a carateristica do rosado e mais branco noutras partes da peça-, a explicação para este fenómeno(?).
Fabrico do norte, seguramente.
Possibilidade ser Fervença (?)que pintou vastamente este género de decoração.
Outra boa possibilidade em aberto pelo tamanho, pela cercadura floral  e pelo bom esmalte, a SAVP(?)
Atribuição aos finais do século XIX

sábado, 1 de agosto de 2015

Loiça azul porcelana China século XVIII

Erradamente dita loiça da Companhia das Índias, o nome da rota que a trazia do oriente para o ocidente, a loiça deve chamar-se, porcelana  da China.
"Foi com a primeira viagem de Vasco da Gama, que chegou a Calecute em 1498, contornando a costa africana e assim ligando o Mediterrâneo ao Índico oriental por via marítima, que os primeiros pratos de porcelana da China viajaram nos porões das naus da coroa portuguesa. “Vasco da Gama sabia do valor comercial desta louça – a pouca que chegava por terra e era vendida na Europa era para uma elite mesmo muito rica -, como sabia do valor da seda e das especiarias. Sabia ao que vinha e percebeu de imediato o valor comercial da porcelana. Foi o primeiro a trazê-la por mar.”
Na Idade Média, já havia pratos como estes a chegar à Europa mas vinham com a Rota da Seda, e eram depois distribuídos a partir de Alexandria e Veneza. Chamavam-lhes louça da Índia. “Depois, durante praticamente todo o século XVI, são os portugueses que a comercializam em grandes quantidades, procurando eliminar todos os intermediários e distribuindo-a pela Holanda, França e Espanha, mas também pela África Ocidental, graças às ligações de D. Manuel ao rei do Congo, e mais tarde pela América do Sul e Central. Este é o verdadeiro negócio da China.”
Um negócio que coloca pratos como estes à mesa da elite europeia, com os de maior dimensão como “peças de aparato”, usados em ocasiões de festa. “Esta porcelana é de grande qualidade e, por isso, não é de espantar que chegue até nós com estes vidrados impecáveis, praticamente sem falhas. Tem 500 anos de garantia.”
Com a porcelana nos porões, ao lado da pimenta ou da canela, as expedições portuguesas ao oriente fizeram a primeira globalização desta louça chinesa, uma globalização que abriu a porta a outra – a que levou às Américas, à África ocidental e ao norte da Europa, a partir do início do século XVII, a faiança produzida em Portugal mas feita “à feição de porcelana da China”.
Tacinhas que ofertei à minha filha; uma em grés, e mais quatro de tamanhos diferenciados, todas assinadas, um encanto, as desta época ÁUREA, século XVII(?) 
Em Azul sobre Ouro não há exemplares portugueses de faiança mas é simples estabelecer uma ligação entre essa produção e a colecção dos Lencastres, dando um pulo às galerias da exposição permanente inaugurada no Museu Nacional de Arte Antiga , Azul sobre Ouro, reúne 58 pratos de porcelana chinesa de uma colecção rara que pertence ao Palácio de Santos, casa de reis e da alta nobreza que desde o início do século XX pertence ao Estado francês, que ali instalou a sua embaixada. O acervo que tem 263 peças e que está habitualmente exposto de forma pouco convencional – encastrado num tecto piramidal com uma moldura em talha dourada – sai agora pela primeira vez do palácio, onde está há 330 anos. “O edifício teve obras estruturais entre 1667 e 1687 e a montagem data dessa altura”. “O que agora foi descoberto é que, muito provavelmente, a montagem da colecção foi feita no chão e só depois a pirâmide foi posta no seu lugar.” Os pratos, alguns com 500 anos, têm uma estrutura metálica a prendê-los ao tecto e estão “em, óptimo estado de conservação, sobretudo se tivermos em conta que sobreviveram a um terramoto”, diz uma responsável pelas colecções de arte oriental.
“Sabemos que os oleiros de Lisboa, mal chegam os primeiros pratos de porcelana por via marítima, começam a tomá-los como modelos”.
Mas, como o fabrico da porcelana (argila, com uma mistura de minerais - caulino e feldspato – e depois vidrada) permanece um segredo que missionários e comerciantes tentaram descobrir, em vão, durante muito tempo, as cópias que produzem são em faiança (barro fino vidrado)."
A cerâmica chinesa produzida após o século XVIII tem sido vista apenas como hábil imitação dos modelos antigos.
A minha penúltima aquisição loiça século XIX (?)
Duas tacinhas  em tamanhos diferenciados com os pires. No motivo cantão


Pratos produção século XVIII(?)
 Os meus singelos pratos de textura fina, leves. O típico motivo de cantão oitavado, impecável
 Motivo campestre e figurativo, apresenta ligeiro "cabelo", oitavado com recorte
 Motivo floral com rebordo recortado, ligeiras esbeiçadelas no rebordo

Fontes
http://www.publico.pt/

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...