Ainda assim dei uma nota alta!
As casetas onde encaixam as galhetas do galheteiro apresentam do pé para o bojo um ligeiro achatamento ondulado, que lhe confere graça.
Não sei se as casetas laterais:pimenta e sal tinham tampas?.
Ao meio levanta-se a haste da pega do galheteiro decorado a cartelas com riscas em azul e esponjado em manganês, a pega em branco, arcada em oval , com ligeiro achatamento ao meio de onde irradiam pinceladas airosas sendo duas maiores que as demais.
Atendendo às cores, desenho e o rebordo em azul pontiagudo do saleiro e pimenteiro a imitar um modelo inglês, que foi copiado também por Gaia .
Decoração pintada a dois tons;azul e manganês aguado
As casetas do sal e pimenta debruadas a pintura pontiaguada usual na Afurada e Vilar de Mouros.
Motivo decorativo; casario diverso, sendo um com uma cúpula com altas janelas e por cima a ombreira em meia lua, como se fosse um olho com a sobrancelha, ladeado por vegetação tipo palmeira e diversa sob rodapé e envolvente, com aves.
As galhetas mutiladas, sem asas, bicos esfacelados, só uma tampa, em muito mau estado.
A decoração das casetas do galheteiro repete-se nas galhetas.
O bico é decorado com um filete azul e na frente do bico irradia como se fosse lume.
O que foi uma tampa, decorada com fino filete em azul ao limite do rebordo e a pega em manganês
Merecia ser restaurado, o problema é que tenho em restauro 3 peças e já lá vão mais de 2 anos...
E há dificuldade em encontrar bom trabalho a preço acessível.
O vendedor vendeu-mo como sendo Miragaia. Balanço a possibilidade de ser SAVP (?). Peça de molde e as galhetas feitas à roda, a pintura do manganês mostra-se arrepiada (na pega da tampa é bem visível), e pelo barro ligeiro em cor rosada( por não terem no norte barro branco, vinha de Lisboa e outras proveniências, misturavam com vermelho que era abundante na região, por isso os arrepiados de matérias plásticas que se notam no pé das galhetas).
Fabrico do norte com certeza do início século XIX (?).
Cara Isa Coy,
ResponderExcluirParabéns, peça deslumbrante, pese embora as maselas que possui. Mesmo desconhecendo a sua origem, é, sem duvida, de elevado valor artístico e as cores aplicadas fascinam-nos a todos nós.
Felicito-a por ter encontrado uma peça como esta e ainda mais por a divulgar a todos nós, pois ultimamente começam a escassear as apresentações de peças e as postagens, infelizmente, teem-se reduzido muito.
Continue, nós apreciamos a sua interessante divulgação.
Boa semana,
Jorge Gomes
Caro Jorge Gomes muito obrigado pela cortesia e pelo elogio ao post.
ResponderExcluirA peça apesar de mutilada é grandiosa, exala o belo, como se fosse uma ruína de património.
Retribuo os votos de boa semana
Isa
Isa.
ResponderExcluirMuito belo Nunca tinha visto com casario.
Esses galheteiros, junto com os areeiros, marcam o início de meu gosto pela louça portuguesa. Se bem que meu primeiro galheteiro de louça "portuguesa de Viana" como me dizia a vendedora é na verdade um francês de Ruão.
Quero fazer uma postagem com meus pobres galheteiros de louça que se não desses tão cheios de passado, pelo menos herdeiros diretos de sua simplicidade e beleza.
Um abraço.
ab
Caro Amarildo muito obrigado pela cortesia da visita e pelo comentário. De fato comprei-o apesar de mutilado, ainda assim irradia muita beleza.
ResponderExcluirUm abraço
Isa
Casa Isa,
ResponderExcluirA peça é realmente muito bonita. Parabens!
Adora galheteiros e... não tenho nenhum. Já estive comprador de dois do Carvalhinho e um da Viúva Lamego mas por uma razão ou outra não cheguei a concretizar o negócio.
Um abraço,
Carlos
Caro Carlos Martins, muito obrigada pelo comentário. Uma vez na feira sem regras de Coimbra não quis gastar dinheiro num em ótimo estado, muito mais belo do que este no tom forte lilás/azulado...e outro de Miragaia com a caixa em gradinha vazada em azul e branco...
ResponderExcluirNem sempre se pode comprar.
Um abraço
Isa
Há uma gafe no meu comentário onde quiz dizer que "Adoro galheteiros e não tenho nenhum" e não como está escrito.
ExcluirConcordo consigo. E, para além disso, não é só o valor das peças que conta. É nós gostarmos delas. Já me "apaixonei" (e comprei) peças em mau estado e outras que provavelmente nem valor têm... simplesmente porque gostei. Nestas coisas devemos deixar a nossa sensibilidade mandar... e às vezes até acertamos. Se não acertarmos, paciencia. Diz o ditado popular, e isso também se aplica a tudo o que é arte, que "Quem feio o ama, bonito lhe parece".
Um abraço,
Carlos