quinta-feira, 28 de maio de 2015

Faiança de casario e arvoredo em tom manganês

Prato pintado em monocromia a manganês e aguada sob fundo em cor de grão.
Motivo de paisagem com casario  ladeado de arvoredo na direita,  com o tronco e ramos delineados a pincel  com ramagem em esponjado, na esquerda  pequenos arbustos e junco a pincel, sob rodapé em aguda debruado a esponjados em forma de meia lua.
 Filete ao limite do rebordo com cercadura   em semi círculos ornado por flores e sequência de folhas
Tardoz de textura grosseira com arrepiados no esmalte que não aderiu por o barro conter matérias plásticas, não ser de primeira qualidade.
Apresenta ao olhar um forte tom característico chamado cor grão, que se pintou numa determinada época em Coimbra.
Esta decoração, sobretudo a forma da pintura da ramagem, assemelha-se há que José Reis pintou em Alcobaça.Porém nesta terra ele tinha os melhores barros, por isso os arrepiados no esmalte me transportam para  fabrico de Coimbra(?) que na falta do melhor barro transportado de Alcobaça para a cidade, usavam outros barreiros das redondezas e muito do vermelho.
Exemplares de José Reis no Museu Dr Jorge Sampaio  em Alcobaça , aqui ostenta um belo exemplar
Exemplar no mercado da feira da ladra
Dúvidas consistentes: Fabrico de Coimbra ou Alcobaça dos finais século XIX (?).
Julgo sem grande engano aventar ser fabrico de Coimbra(?) 
Outro prato da minha coleção, cujo esmalte e a textura nada tem de semelhante, apenas a pintura do casario se assemelha.
Há que referir que em Coimbra no século XIX funcionavam à volta de 14 fabricas e olarias, metade trabalhavam com barro branco e a outra com vermelho, o mesmo em Gaia, onde haviam também inúmeras fabricas e olarias, na diferença que em Gaia na maioria  se conhecem os seus nomes e, em Coimbra na atribuição o sentido é mais lato, por isso difícil, pelas grandes diferenças na textura da massa e tonalidade do esmalte, espessura etc-, contudo na mesma cidade. 

Não

terça-feira, 26 de maio de 2015

Motivo Willow de Coimbra ou Tavarede(?)

Fascino-me com o motivo cantão popular. 
A diversidade no tema é imensa, talvez seja por isso o fascínio em sentir que os pintores  sentiam ao ver a decoração do Cantão China, no mesmo tema foi imitado por outras fábricas como Miragaia, Darque, SAVP , Coimbra, Aveiro e,...
Na volta na olaria a sua faiança era pintada com o seu cunho pessoal, sem conhecimento do enredo da verdadeira história do motivo  Willow .
Prato em monocromia azul e aguada sob esmalte amarelado. Apresenta- se ao centro fechado por um filete circular seguido de outro largo em aguada onde nasce a decoração do motivo Willow onde não falta a ponte, barco, pombos (amantes), salgueiro e os pêssegos no tardoz do pagode  sob rodapé em aguada. 
O motivo enquadra-se com  conjunto de linhas que no céu imitam nuvens e no rio a água.
 No limite do rebordo apresenta um filete fino  com cercadura dupla de arabescos a stencil em azul.
Tardoz esmalte cor de grão.
Mais um prato com "furinho" na aba que encontro em 99% de faiança do centro do País, um hábito as pessoas humildes os penduravam por falta de armários, este ainda traz o cordel.
Produção finais século XIX início de XX do centro, Coimbra ou Tavarede (?) pela simplicidade da decoração do rebordo, copiaram muito do que se fazia em Coimbra. 

Tavarede
Tavarede ou Coimbra(?)
Comparação de dois pratos no mesmo motivo decorativo vejo muita semelhança
Já aqui o primeiro prato apresenta o casario diferente, aparente igreja(?), com o rio, barco e arvoredo diferente -, para mim são todos produção centro do País.

Fontes
Excerto sobre produção de Tavarede e o prato falante  retirado do Blog Arte  Livros e Velharias

terça-feira, 19 de maio de 2015

Travessa oitavada em cantão popular fabrico do norte (?)

Perdi as estribeiras e comprei esta travessa.
Mais uma .Não resisti ao encanto dos corações na folhagem.
Ainda há muito vendedor ignorante em matéria de faiança, que  chama a este motivo "Miragaia". Ainda na última feira de Setúbal numa banca havia uma resma de pratos Aveiro neste motivo, uma senhora pega num e logo o vendedor  abre a boca "é um prato muito bom de Miragaia", timidamente ela responde, olhe que não, já li  sobre isto...ele interrompe-a e diz-lhe em tom estridente" se não é Miragaia é o quê, Alentejo?"
O vendedor até é homem formado academicamente, agradável, de trato fácil e afável, mas neste episódio esteve imensamente mal!
Porque a senhora sabia do que se tratava.Informa-se, porque tem interesse e assim é que é o certo.
Depois o dever do vendedor é explicar, e jamais falar por falar, no pior gozar.
O que fez, descredibilizando a potencial cliente.
Usou de atitude incorreta na venda.

Travessa oitavada, no motivo cantão popular, em cor monocromática azul e aguada, sob fundo branco.
Encanto das árvores, o suposto salgueiro, a ladear o pagode, com folhagem descaída típicas na pintura do norte.
Porém esta folhagem é salpicada com corações.O que indicia o pintor ser pessoa de afetos.
 Rebordo recortado nos cantos
Motivo central ocupa todo o fundo com nuances de aguada azul a sobressair o desenho, limitado ao limite do covo por dois finos filetes em azul e dentro um largo em aguada.
A aba com grega e traços em diagonal delimitado por finos filetes  em azul e no meio largo em aguada.
No tardoz do pagode uma grande árvore estilizada, tipo araucádia, muito pintada no norte.
O mesmo das supostas meias luas como se fossem nuvens e dentro delas uma pinta.
Duas janelas com caixilho cruzado
Ao meio do pagode uma espécie de sinete, em circulo fechado, dentro dele um arabesco tipo "l"  com meia argola nos extremos.
Duas janelas com símbolos tipo olhos com sobrancelhas(?).
Entrançado da parede muito carateristico da pintura da Fábrica Bandeira.
Folhas em bico no tardoz do telhado à direita, evidencia fabrico norte.
Ponte sem remadores nem sobreposta, de bons arcos, evidencia norte, Darque assim as pintou.
Em rodapé do desenho central a forma do tracejado  indicia fabrico do norte.
Todo o desenho enfeitado com salpicos de supostas aves em forma de avião, típico do norte.
Junto aos pés das árvores arabescos em semi círculo, típico da pintura do norte, que mais tarde Aveiro copiou.
Pintura manual, produção século XIX.
Fabrico norte(?)
Supostamente de uma boa fábrica, sediada em Gaia. Santo António do Vale da Piedade, Miragaia, Bandeira, Darque, ou ?
Tardoz gateado  em esmalte branco , o mesmo do barro que se nota na esbeiçadela recente, evidencia ser de Lisboa. O que evidencia outra coisa IMPORTANTE -, seria uma grande fábrica que  comprava barro de Lisboa.

domingo, 17 de maio de 2015

Faiança floral em azul de Coimbra(?)

Um belo prato  com 30 cm de diâmetro.
Pintura monocromática em tom azul e aguada sob fundo branco.
Ao centro um circulo com duplo filete em azul seguido de filete largo em aguada do mesmo tom com decoração com motivos florais  e folhagem e de novo filete de aguada ao limite do covo e fecha com duplo filete fino.Abra repete o motivo floral com filete largo de aguarda e termina com filete no rebordo.
Tardoz branco, brilhante 
Produção século XIX.
Probabilidade de fabrico Coimbra ou norte.
Supostamente será fabrico de Coimbra(?).
Um belo exemplar!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Faiança berrante de Coimbra(?)

Troquei uma grande boneca  tailandesa ou vietnamita a quem já faltava o pau a fazer de balança de segurar os cestos, em cerâmica popular com 40 anos, por este prato na feira de Figueiró dos Vinhos.
Não que seja amante deste tipo decorativo de cores berrantes (?) mormente do azul dito alecrim, que em Coimbra, se começou a pintar na fase tardia da loiça ratinha, já no século XX.
Supostamente estas cores deram origem à produção em massa da OAL em Alcobaça e congéneres (?) infelizmente muito desvirtuada neste agora, muito pelas variantes da pintura azul forte, no entanto aparecem algumas peças mais requintadas em que se mostra graciosa.
 O prato junto  das capuchinhas na minha jarrinha "casca de cebola" que apanhei na descida do Cristo Rei
Pintura a estampa ou stencil. Ao centro um anel largo em azul alecrim debruado a preto, no mesmo ao limite do covo e no rebordo, sendo neste o filete azul alecrim mais estreito. Do centro irradiam florões a grená, que se entrelaçam noutros mais finos em azul alecrim, verde ervilha e outros em amarelo. A aba alterna com flores em amarelo e outras em grená, com folhagem verde ervilha.
Esmalte muito brilhante cor de grão a chumbo estanífero.O que revela não ser uma olaria qualquer, nem tão pouco pequena. No tardoz apresenta tonalidade amarelada.
 Por hora destronou outro prato na estante.A minha filha veio almoçar no dia que o meu neto celebrou 6 meses, logo distinguiu o prato no móvel que achou bonito numa panóplia de uns 70...
De fato irradia um brilho inconfundível de uma determinada época, que tenho outro com andorinhas assim igual e, ainda mais outro com flores, que neste agora não tenho comigo, mas mais tarde irei registar novas fotos e colocar aqui 
Hoje as fotos não se revelam  no seu melhor, não exalam o brilho da faiança...

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...