quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

José Alves Cunha Sucessor das Caldas da Rainha

Parra em loiça vidrada verde típica do  fabrico das Caldas da Rainha
Belo exemplar de parra de videira, com a gavinha elegante na ligação da folha em trabalho de molde, muito bem feito, sobretudo bem pintado, com sombreados que irradia um brilho que nas fotos não consegui salientar,conferindo à peça uma realidade como se fosse natural.
José Alves Cunha (1849-1901) fundou a sua fábrica de cerâmica em 1862 nas Caldas da Rainha, quando faleceu, a sua filha Henriqueta Ceselina Cunha, casada com um juiz Francisco Gomes de Avelar, continuador da produção cerâmica do sogro, pelo que adquiriu em 1916 moldes à fábrica de Faianças. As  suas peças passaram a ser marcadas com a marca antiga do sogro, acrescentado a palavra SUCESSOR  (?).
 

 
No tempo a peça perdeu dois pés de suporte que se descolaram supostamente por diferenças de temperatura. Inclusive trazia restos de adesivo muito antigo, que eu usei em miúda, que lhe puseram ao tempo na tentativa de os segurar, o que parece aventar, podre, só saiu estando em água horas a amolecer. No entanto quando a encontrei não os trazia. De qualquer das formas não lhe retira graça, para expor pendurada ou num tripé de suporte.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Saladeira cantão popular fabrico de Miragaia(?)

Hábito falar-se que aquilo que tem de ser nosso o será...Na verdade é que me deparei pela primeira vez na feira  de Oeiras há mais de 4 meses, com esta peça a um preço exorbitante, pior do que isso "escancarada dos gatos" em três partes nas mãos da vendedora que a pregoava...
Este mês mal entrei na mesma feira reparei nela já colada numa pequena banca a um preço convidativo e logo ajustei em baixa para trazer comigo.
Apesar das  esbeiçadelas que são recentes, a peça exala um encantamento que me regala o olhar.
Saladeira, bacia, lavanda-, julgo que todos os nomes se adaptam à peça sem a desprestigiar em qualquer função que tenha servido.
Pela moldada, oval, funda, com as abas em caneludos ou gomos de rebordo relevado, recortado em ondinhas com pegas salientes . 
Pintura  manual em monocromia em azul sobre branco.
Motivo decorativo "cantão popular" ao centro, com o pagode ladeado por dois supostos salgueiros. 
Os gomos das abas apresentam riscos crescentes que terminam em bico que lhe conferem graciosidade apesar da ingenuidade.
Textura leve em barro branco, esmalte  translúcido brilhante a chumbo, e a ingenuidade do desenho; seja no formato das árvores com términus em bolas, a crista bem delineada em cima do pagode e a estilização de outra árvore em traços bem alta, junto da árvore na esquerda, são evidências de fabrico do norte -, Miragaia (?).
Ao centro  quatro falhas de desgaste que vinham pretas de sujidade, se juntar a falha na aba e a do tardoz no friso do frete revelam a cor do barro proveniente de Lisboa que aportava em Gaia, julgo sem dúvidas(?) o seu fabrico finais do século XVIII, início XIX (?).
O tardoz apresenta uma esbeiçadela no frete do pé , coisa recente motivada quando a peça se desmembrou, pois a humidade e o calor são um perigo para a faiança, apesar de "gateada". 
 
 
  
 
No Livro da Fábrica de Miragaia encontrei esta bacia marcada Miragaia, peça mais requintada obra de Rocha Soares
 

Num catálogo "Mostra de Faiança Portuguesa" de 98
Não sei se estará bem catalogada (?) por não ter marca-, à prior aventa ser fabrico de Coimbra (?) pelo rebordo e formato do casario, apesar do rodapé em forma de barco, ser uma carateristica do norte, Coimbra também o pintou.
Na mesma dúvida a semelhança com esta minha terrina nas pegas e no esmalte se é fabrico Miragaia ou Coimbra(?).

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Faiança esponjado de pincelada livre de Coimbra (?)

Encontrei este prato na Ladra, pela decoração não apaixona à primeira vista muitos admiradores. No entanto gosto do tamanho, da cor, e sobretudo deste emaranhado de borrões que nem são esponjados, nem escorridos, nem coisa nenhuma, serão arabescos de pincelada livre, seguidas, como quem põe vistos em conferências(?) partiam do covo para a aba, aparentemente simétricas ao centro para depois à medida que se fechava no bordo de qualquer jeito e maneira.
Prato com 31,50 cm de diâmetro pintado a monocromia em azul.
Interessante perceber que o esmalte pela frente é a estanho.




Simples e belo







O tardoz  apresenta a tonalidade creme que autores chamaram "grão", não sei a técnica que ao tempo era usada como pigmento para dar esta tonalidade, 1 a 2% de óxido de antimónio ou possivelmente de um seixo de xisto? depois de moído na Mó de oleiro, a mistura do banho final nessa tonalidade -, afinal só servia para poupar no estanho, porque apenas a frente era esmaltada.  
Produção do século XIX de pintura manual.
Fabrico de Coimbra(?).
Baseio-me ao tamanho-,  31.50, textura, peso, tom azul, motivo, e o tardoz da cor grão que não engana!
  • Pese embora por Aveiro e no norte, Gaia, os esponjados foram "rei".
Há muito que desejava ter assim um exemplar. Comprei-o a um senhor que o tinha na sua casa do Algarve que desmantelou, segundo as suas palavras. Apresenta uma esbeiçadela no rebordo com um pequeno "cabelo" possivelmente pela aranha em ferro artesanal que o manteve anos numa parede, ainda existe gente incauta que ao retirá-los, negligenciam o cuidado devido, que as peças pela antiguidade deviam merecer.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Prato de brinde da Real Fábrica de Sacavém

Pratinho BRINDE 
Real Fábrica de Sacavém 1885 - 1894
Apresenta  aba levantada, recortado frisado às ondinhas.
Decoração floral em policromia  que irradia da aba para o centro.
A publicidade apresenta-se ao meio dos dois ramos, a preto a legenda e o ramo de flores
LEMBRANÇA
DAS
CALDAS DE MOLEDO
No final do século XIX frequentadas por gente da alta, aqui tinha chalets e casas de veraneio
O carimbo é falsificado!
Pois é.
Todo o cuidado é pouco.
Uma situação que se encontra com alguma frequência.
Supostamente quem tinha o pratinho, decidiu colar o carimbo para o vender melhor...
Terrina da Real Fábrica Sacavém, da minha coleção, sem marca, mascarimbo falsificado
Pratos do Fábio - Trapos, cacos e velharias.
O mais pequeno igual no formato , só na diferença no filete a dourado no limite do rebordo.

Uma cuspideira ou escarradeira-, o nome é repugnante, mas a peça é interessante da minha coleção com a mesma decoração
Sacavém, apesar de não ter marca ,apenas a numeração 13

Prefaciando o comentário de um amigo Amarildo "Sei pouco sobre a Sacavem, mas do pouco que sei é que são louças de bela presença e com características bem fortes.
Há peças que dispensam qualquer marca para que sejam identificadas.Outras requerem tanta pesquisa, memória e intuição...
Não sabia que se falsificavam estes selos da Sacavem. E ao que parece, segundo sua informação, é uma "falsificação" de uma peça genuína. Coisa do mundo das louças e seus loucos ajuntadores (e também vendedores)."

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...