sábado, 13 de dezembro de 2014

Réplica século XVII da Fábrica Viúva Lamego

Em jeito de endereçar votos de Boas Festas para todos os visitantes apresento um prato da Fábrica Viúva Lamego, anos 64, a fazer fé na data impressa no tardoz, ainda produzido na antiga fábrica sita às Laranjeiras em Lisboa, onde depois viria a ser construída a Universidade católica. Tenho um amigo com mais de 60 anos que viveu nas imediações e com os colegas brincavam à volta dos buracos (barreiros) de onde extraiam o barro vermelho para uso no fabrico.
Dedicou-se tal como outras congénitas a fazer reproduções de decorações de séculos anteriores ao género deste que retirei do Livro de cerâmica de Coimbra, século XVII..
Fragmento de faiança encontrado em Torre de Mocorvo pelo meu amigo Prof. Arnaldo Silva  atribuído a Coimbra, com rendas.

O prato apresenta-se pintado a duas cores:azul e vinoso, sendo que o centro encerra um coração trespassado, com floreados em cima e rodapé, o início da aba  é decorado por um conjunto de três filetes em balancé , sendo o primeiro e o último em azul e o do centro a vinoso que na aba se abrem  sobre eles rendas a azul e vinoso.O rebordo em filete azul.

Que este coração vos encha de alegrias na saúde com bons olhos para derreter pestanas em boa faiança portuguesa, são os meus votos

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Palangana com flores esponjadas em loiça "ratinho"

Acabei de jantar, eis a surpresa  doce -,num ápice foi ultrapassada a barreira dos 200.038 visitantes.
Comovida, quase sem palavras, bem hajam a todos os que me contemplam na cortesia deste blog. Independentemente de algumas vezes zangada e desiludida, nunca deixei de cumprir o propósito a que me propus no compromisso da divulgação e partilha de peças em faiança, cerâmica, vidro, eventualmente madeira, lata e outras, objetos a que hoje muitos chamam artigos vintage.
Elevando o pensar em Simone de Beauvoir " O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação".
Porque nesta vida todos somos confrontados com inúmeros caminhos durante o nosso percurso terreno, e temos de escolher!
Só que umas vezes acertamos, outras não.
Mas o importante é que somos nós a escolher e nós a viver do que gostamos!
Palangana "ratinha" com 37 cm de diâmetro.
Uma grande possibilidade ter servido de comedouro de galináceos, por isso picada no vidrado no covo.
Apresentava uma racha larga na aba com uns milímetros. A textura da massa pela antiguidade e diferenças de temperatura abriu e não fechou, apesar de ter estado em água mais de uma semana, mas não cedeu, foi colada e depois cheia.
Apresenta-se com uma espiral fechada ao centro em tom manganês circundada por dois filetes finos da mesma cor ao nível do covo, aba carenada,  que se abre larga, ornada a flores em  manganês esponjado de olho amarelo antimónio que se ligam em  repetição em "S" azul forte,  entre elas irrompem semi círculos em verde cobre e amarelo . O rebordo é delimitado por filete fino manganês.
Fabrico de Coimbra,  finais do século XIX, início de XX (?).
Tardoz com arrepiados e muitos buraquinhos por o barro  mais vermelho menos rolado que o branco conter muitas matérias plásticas.
O maior exemplar da minha coleção de "ratinhos", entre bacias, alguidares e covilhetes.
Neste tempo de festa e muita felicidade com o nascimento do meu querido neto Vicente, as alpargatas de lã artesanal , que vieram do Nepal-, das férias que a mãe ao saber da gravidez adiou, e a amiga  que vai ser madrinha lhe trouxe, ao olhá-las a graça ao lembrar os ratinhos, que também os há de bigodes...

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Travessa em faiança aba relevada fabrico Devezas (?)

Encontrei por acaso num estaminé de chão  na feira da ladra esta travessa que me foi vendida por duas amigas que faziam dinheiro, era pertença da mãe.
  • Não que fosse importante comprar, não foi paixão, mas o costume para a estudar.
Apresenta-se com a aba dividida em cartelas relevadas e rebordo ondulado.
Esmalte do vidrado muito brilhante e branco translúcido pelo uso do chumbo.
Motivo floral central  com flores de hebísco em destaque, rodeado de outras em azul, de linho, ornado com folhas de agrião, pintadas em vermelho, em vez de verde.
Há anos comprei esta travessa com a aba martelada(?) também em cartelas, mas diferente da hoje apresentada, ainda assim inovadora e semelhante, e com isso a dúvida do seu fabrico ser Coimbra ou norte (?).Com o passar do tempo o fabrico a Coimbra foi aposta pela elegância da pintura, da folhagem fina azul, e das pintinhas em preto que saem da flor -, a dúvida persistia na cor do vidrado que me catapultava para a fábrica Cavaco (?) -, mas depressa percebi que teve haver com a alta temperatura da cozedura, até porque se nota ligeira diferença da pintura da aba no contraste do vidrado do bojo, o mais certo.
Esta será fabrico de Coimbra ou norte (?)
Travessa com  aba relevada e decoração folhas de agrião que retirei foto do OLX, fabrico Devezas(?)
Travessa da minha coleção na mesma decoração fabrico de Coimbra(?)
Grande prato da banca de do colega Carlos, gentilmente me deixou fotografar. Tem a particularidade na aba depois da lista cor de rosa, apresenta um quadro da mesma cor, e dentro dele as iniciais  "C" uma igreja com torre pintada seguida da letra "I".
  • Para mim se faz claro que é produção de Coimbra, o pintor quis enaltecer o Convento de Santa Clara em Coimbra, e  nele ter vivido a Rainha Santa Isabel.
O que me parece é que esta travessa poderá ser fabrico Devezas século XX. O Que me espanta é mesmo o esmalte branco translúcido e as folhas de agrião pintadas a vermelho, quando sempre as vi pintadas em  várias tonalidades de verde.
Tardoz muito branco, homogéneo e translúcido
OLX retirei esta bacia  decorada a marmoreados típico do norte onde houve uma fábrica que executou marmoreados,  e folhas de agrião em azul da mesma cor das flores de linho, mas de barro vermelho.
Travessa que retirei a foto da minha última aquisição livrista "Cerâmica Portuguesa da Monarquia à República" que atribui a Coimbra, ao inicio século XX por altura da implantação da República.
A aba tem muitas semelhanças e o rebordo também é recortado, só o vidrado se mostra mais opaco por terem usado mais estanho. O chumbo fornecia a fusíbilidade e o estanho a opacidade branca do vidrado, tudo isto a cozer em forno de lenha a baixa temperatura (950-1000ºC) segundo o meu bom amigo Jorge Saraiva.
Ora este esmalte nada tem haver com o da outra travessa que é bem branco e translúcido
Em Coimbra e na região envolvente, houve muita fabrica a laborar até meados do 3º quartel do século XX o que originou na continuidade o copianço das tecnicas e decorações ,  não estando as peças marcadas apenas as podemos com os dados disponíveis destacar na atribuição à região pelas evidências mostradas se revelarem fortes e determinantes até outras mais credíveis, as destronar.

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...