terça-feira, 26 de agosto de 2014

Villa romana do Rabaçal

Convidei para conhecer a villa do Rabaçal os meus amigos de Torre de Moncorvo: Prof. Arnaldo, esposa Ilda e a filha a Inês sob um calor escaldante.
Interessante a constatação de nomes de terras atribuidas em Trás os Montes  na reconquista e nesta zona iguais e outras semelhantes: Penela da Beira - Penela; Rabaçal - Rabaçal; Almofala- Almofala; Mogadouro- Mogadouro: Ansiães- Ansião.
A villa romana do Rabaçal  situa-se junto à via que ligava OLISIPO A BRACARA AUGUSTA no concelho de Penela na estrada de ligação a Ansião de onde partimos a caminho da Casa Senhorial do Conde de Castelo Melhor em Santiago da Guarda também com mosaicos romanos e uma torre medieval feita à posterior.
No Rabaçal trata-se de um Museu repartido por três núcleos:
Espaço-museu, aberto à população e ao público em 2001 situado na Rua da Igreja. Aqui se reúne algum espólio recolhido durante os trabalhos arqueológicos em 84.Não é permitido a recolha de fotos...Fiquei com água na boca com o alto miliário em forma fálica... 
A villa  rústica é composta pela quinta agrícola, frumentaria e villa urbana, datadas do século IV D.C
Bela foto tirada na primavera que retirei do site do Museu 

Estação arqueológica da Villa tardo-romana onde foram identificadas apars urbana ou residência senhorial, o balneário e a olaria, a pars rustica ou casa da lavoura e seus anexos de produção, as nascentes e os sistemas elevatórios de água, junto à aldeia da Ordem, dotada de edifício com recepção, salas de apoio à visita e aos trabalhos arqueológicos, reserva e sanitários.
Vista panorâmica do Miradouro de Chanca, dotado de painel explicativo sobre diferentes pontos de interesse na paisagem, constituindo-se como um olhar sobre diferentes tempos de ocupação.
Quando visitei a serra de Janeanes e a Chanca o ano passado parei no miradouro e não gostei da falta de manutenção com silvado a crescer desalmadamente!

A riqueza  do espólio do Museu deve-se ao empenho da  população, autarquia, investigadores e voluntários.
Na véspera da minha visita uma moradora levou em mãos uma pedra esculpida em mármore para entregar para estudo e disse ter outras duas a fazer de canteiro...
Em tempos ao passar na localidade de Fonte Coberta-, o caminho da via de Santiago, nas imediações a 12 km de Conímbriga vi num muro de uma eira um grande busto em mármore rosa...que entretanto desapareceu do local.
Há meia dúzia de anos na estrada em frente da igreja encontraram imagens em pedra que enterraram por altura das invasões francesas em 1810, uma das imagens decapitada está patente no Museu, julgo Santa Bárbara(?), as outras estão nas reservas.
Um poço feito  na propriedade da villa em época tardia pelos habitantes

Seria a estrada de acesso à villa ?
Os painéis de azulejos estão cobertos por areia que os ajuda na preservação, porque estivemos na companhia de outro casal  a guia destapou o mosaico que escolhemos-, o verão!
Os motivos figurativos dos mosaicos e algumas composições geométricas e vegetalistas não têm semelhança com o que existe em Portugal. No seu conjunto formam um género pictórico inovador.

Fotos retirada do site
Foto com os meus bons amigos de Torre de Moncorvo
Peristilo octogonal raro
Ao longe os plásticos que cobrem as termas ? descobertas em 88
Na despedida da villa baixei o olhar no cardo maduro em oiro  que dele se usa ainda na feitura do queijo de renome nacional  chamado RABAÇAL, pelo travo especial dado pelo tomilho por aqui chamado Erva de Santa Maria na mistura de leite de cabra e ovelha -, e oregãos que apanhei um com raiz para a Inês levar para Moncorvo.
Oliveiras  quase tísicas pela secura de beleza ainda lhe senti  uma bela escultura!
Terras áridas que inspiram a ficar, contemplar, e porque não se encantar com os silêncios da paisagem cársica, seca, cinza e em tons de argila amarela, sinuosa, e quase nua e crua, talhada pela mão do homem durante milénios com cedros salpicados  aqui e ali e pinheiros mansos de cúpulas belas que conheço desde que me lembro pequeninos e enfezados e neste agora grandes...
O poço em jeito de mina típico na região com o balanço da picota ou cegonha.
Ficou por conhecer as Buracas de Casmilo!
E andar a pé pelo Rabaçal, a igreja é bela, alguma traça de casario antigo, em ruína casas com janelas de apenas um caixilho-, que sempre me fascinaram-, como seria as gentes da casa espreitarem o dia e a noite por uma abertura tão minúscula...

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...