quarta-feira, 9 de julho de 2014

Contraste de travessas em cantão popular norte(?) e China

O cantão popular extasia sempre o meu olhar.
Travessa apresenta o pagode com duas cúpulas em feitio de chapéus de padres(?) um maior que outro, na frente as portas parecem dois olhos com as sobrancelhas, ponte, e um barco com remadores.
O formato do salgueiro sem ponta,  noutras  fábricas de igual feitio mas com ponta, ao cimo dois montes, e por todo o lado tracejados em ziguezague, outros em formato ovalado, outros parecem olhos rasgados, ao lado do salgueiro árvore estratificada muito usada nesta decoração na pintura que se fez no norte em fábricas sediadas em Gaia.
O limite do covo apresenta grosso filete em azul limitado por dois finos tal como no rebordo, entre eles uma  grega e traços que pegam no filete fino de cima.
A decoração lembra fabrico norte -, Miragaia de uma determinada altura ou outra fábrica sediada em Gaia. 
Faz lembrar também alguma produção COIMBRÃ.O que pode evidenciar a probabilidade de ter sido fabricada entre Coimbra e norte(?).
É sempre difícil aferir a origem destas peças, os estudos que há são muito, muito fracos, e com isso se vão delineando hipóteses, atendendo ao esmiuçar de pormenores -, e evidências, que uma vez conjugadas se mostram mais perto da luz ao fundo do túnel.
Formato redondo apresenta esmalte branco, pasta homogénea láctea partida com três "gatos".
Esta pasta láctea é que me divide entre o norte e Coimbra(?)

Travessa minúscula a primeira que vi e comprei  em cantão CHINA da Companhia das Índias vinha em muito mau estado, colada.
O formato do salgueiro de ramos caídos foi muito pintado por Miragaia tal como as cúpulas arredondadas, a ponte e a árvore estratificada que se distingue no canto direito por detrás do pagode.
Contraste dos cantões
Cantão popular e o verdadeiro de uma determinada época que tal como por cá se fizeram nesta diversidade temática, apesar de em todos se contemplar o tema essencial, ainda assim, a variedade e a distorção de elementos e acrescento de outros, são rei.
Por isso para mim a graça em descodificar e contemplar em exposição tanta diversidade neste motivo encantador, basicamente releva um amor impossível da filha do mandarim , que vive no pagode,  decide fugir com o seu amante, rapaz pobre, por isso a ponte da fuga e o barco onde fugiram para os montes para longe.
Exemplares existem com duas pontes, noutras em que uma delas passa a barco com rodas ou arcos(?) e remadores de remos. Quando no original só existe uma ponte. 

2 comentários:

  1. Gosto muito de ambas embora mais pequena tenha um desenho mais elaborado. Este é um tema que me encanta adoro as cores... os pormenores de uma e a singeleza da outra. Muito obrigado por me ir dando a conheçer todas estas peças maravilhosas!
    Será que veio à feira de velharias de Leiria? Ainda não fui lá pois até tenho medo... não me posso deixar tentar!
    Bom fim de semana!
    Ana Silva

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  2. Cara Ana Maria muito obrigada pela cortesia.
    Não fui a Leiria, este fim de semana nem fiz feiras, só praia, o calor é insuportável nas feiras, as pessoas quem é praia, o certo.
    Deixar tentar...Sabe tão bem descobrir coisas giras a baixo preço, esse o segredo, vai conhecendo as peças que mostro e que delas falar acho que se deve aventurar, leva só 10 € na ideia nem os gastar, depois na feira é partir à descoberta. Por exemplo o cantão popular é riquíssimo pela ingenuidade e pouca gente o desvaloriza por falta de sensibilidade.
    O fim de semana foi só praia desde sexta, hoje é trabalho e logo jantar, vem a minha Dina .
    Bem haja
    Bjos
    Isabel

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