quinta-feira, 26 de junho de 2014

Casario em faiança de Coimbra à laia de Vandelles (?)

Um belo exemplar de casario em policromia cromática que comprei na banca do Hermínio e do Paulo para a minha coleção.


O prato é de textura fina, leve e pintura delicada.
O motivo da decoração central revela-se em casario parcialmente pintado a azul e branco, com janelas e portas a vinoso, telhados  e cúpulas em laranja , sob rodapé em verde ervilha e azul , uma ponte também em azul, debruada a laranja,  num rio com cordeirinhos, ondas minúsculas pintadas a azul, nele barcos  pintados a vinhoso .
Sinto em alegoria ao motivo do cantão popular (?) o que vejo na pintura onde o arvoredo se mostra igualmente belo, com as ramagens também em vinoso, e pelo chão dispersas com outras em verde ervilha .
O motivo encerra por filete ao limite do covo largo em amarelo forte sem ser ocre que ao jeito de quadro, na dupla até meio do círculo do covo.
  • A aba apresenta orla de bicos em bandeirolas em triângulo, cortadas em escala  como se fosse uma serra, pintadas em azul.
Curiosamente o prato apresenta um orifício na aba -, ao tempo muito carateristico, feito por um aparelho giratório usado para fazer furinhos para a colocação de "gatos" na faiança quando esta se partia e assim de novo nova. 
  • A  falta de prateleiras para o guardar em muita cozinha -, assim se pendurava, e outros havia que assim pendurados iam às costas para o comer da janta, ao meio da manhã no trabalho do campo.

"Há pouco tempo deixei de vender um  prato impecável por ter o furinho-, dizia-me o cliente " não o levo por ter o buraco...
Ora com a certeza que só se compra o que se quer, no caso a nossa faiança foi usada e muito,sendo que  carateristicas como esta -, deveriam a meu ver tornar os amantes mais sensíveis, perceber que Portugal não foram só famílias ricas a degustar boa comida em porcelana Companhia das Índias, também houve muita gente, que tendo pouco para se suprir ,não lhe faltava imaginação. Para mim um prato exala história mesmo partido, com gatos, esbeiçado ou maltratado, consigo na ruína ver beleza tamanha.



Vinhoso uma cor deliciosa que se mostra "gorda" de pincelada e brilhante, cor fantástica !
Atribuição de fabrico?
Coimbra!
Mas porquê?
Porque foi feito à base de barro vermelho,  pintura eximia, cores fantásticas , sobretudo o vinhoso, bem esmaltado. 
Fabrico atribuível à primeira metade do século XIX (?).
A lembrar " A louça Vandelles" distinto químico, multifacetado noutras vertentes que produziu louça em barro vidrado, em porcelana branca e fina, à semelhança da fábrica do Rato, com quem privou pareceres sobre barros  e pigmentação de cores, pelo que hoje seja difícil distinguir a louça do Rato da “louça de Vandelles” , sendo justo que ambas tenham um valor elevado no mercado da especialidade.

A fábrica no Rossio de Santa Clara, onde hoje é o Portugal dos Pequenitos "  foi incendiada pelos ingleses, o que implicitamente aponta supostamente a sua saída da cidade para comprar a fábrica Cavaquinho em Gaia." e a eterna dúvida porque não foi para Lisboa?
Os seus  bons pintores  de azulejos que deixaram marca em grandes painéis  -, Manuel da Costa Brioso e Salvador Sousa Carvalho,  sem fábrica para pintar, e com o patrão de malas avidas (?) se instalam noutra olaria na cidade, seguindo os ensinamentos e práticas do mestre Vandelli , na mesma que outros desde sempre ao se mudarem assim aconteceu.O provável!

Meados século XIX(?) pela cercadura a stencil , vastamente usada em loiça de Coimbra, este prato à venda com cercadura semelhante, em serra, num azul mais claro.


O tardoz apresenta-se de esmalte translúcido de homogeneidade quase perfeita, sendo que o fundo apresenta um vidrado brilhante amarelado-, uma carateristica que se encontra nalguma faiança atribuída a Coimbra(?).
No OLX  encontrei uma foto de um prato muito semelhante que é produção de Coimbra,o desenho em formato retangular que outro no mesmo formato também tenho, mas de paisagem com pessoas africano.

O pintor deixou cair uma lágrima de tinta  em azul que se mostra na elevação do covo para a aba do prato
Por incompatibilidade de carateres sendo que excedi o máximo  4.096 permitido respondo aqui ao comentário da IF 
Cara If muito obrigada pela cortesia da visita e do comentário tecido.
Pois a origem foi um misto de evidências:  manganês soberbo, encorpado, gordo e brilhante, que aventa para o séptia que Vandelli descobriu, e com ele ficou reconhecido.
Também o desenho como escrevi no texto, faz lembrar a imagem que no tempo da fábrica de Vandelli no Rossio de Santa Clara de onde se avistava a cidade de Coimbra, sendo na frente o Mosteiro de Santa Cruz com extrema do Mondego com barcos, pois era navegável, apesar da ponte só apresentar um arco, e ao tempo serem um misto deles, claro as árvores do choupal sempre existiram.
Juntei a textura da massa fina, leve, e o vidrado que se mostra no tardoz amarelado como noutras peças assim igual, não sei se da cozedura (?).
  • Agora como um parecido foi parar a Trás os Montes (?).
Vários fatores.
Sendo o primeiro já descortinado -, há muitos anos neste gosto atribuia o fabrico pelo local onde encontrava as peças, por isso o erro crasso de algumas vezes  apelidada " ... tudo Coimbra..."
  • Por isso tento investigar, perceber e compreender por comparação.
Atendendo à rota da faiança que outro meu querido amigo Arnaldo de Moncorvo foi orador o ano passado no 1º Congresso da Faiança, desde o século XVI ao XIX, no Museu de Arte Antiga, onde demonstrou possível e verdadeira constatação da viagem desta loiça e também estrangeira por estas terras longínquas, pelo elevado número de fragmentos "ratinhos" e outra faiança fina atribuída a Coimbra, e de outros centros oleiros, que encontrou no derrube de uma parede na parte histórica.

Sendo que sempre houve deslocações de gentes que levavam os parcos haveres de uma terra para outra, e nos casamentos que a noiva levava de enxoval e oferendas.
O mesmo de gente rica que mandou para Coimbra os filhos estudar, acredito na volta a casa no final de ano levassem um agrado, nem que fosse como prenda para a mãe ou namorada -, a graça de uma terrina ou travessa ou....
Ainda os padres que mudavam de paróquias, com eles levavam o espólio sempre rico de faiança nacional, estrangeira e vidros VA, cálices e outros, quando se reformavam voltavam por hábito às origens, e com ele as loiças que na morte os herdeiros os vendem, aparecendo neste agora como sempre nas feiras e antiquários.
No meu tempo de miúda assisti às sortes dos bens depois do falecimentos dos progenitores, com filhos dispersos por várias terras, sendo que cada um levou o que lhe coube, enfim outra hipótese plausível, por isso se encontra ainda faiança tão gateada que por ela houve carinho, e assim viveu guardada tanto ano, sem outra valia que não a da recordação.
Recentemente apreciei na loja da Marília espólio de um padre com peças como descrevi nacionais e estrangeiras, VA, e,…Sendo que soube de outro padre precisamente em Trás os Montes andou por Santarém ,e na casa havia faiança com casario...
  • Mas claro, dou-lhe sempre inteira razão, porque tudo o que não tenha qualquer marca, tem sempre uma percentagem de dúvidas.
Neste caso são elementos demais para se poder abarcar fabrico desde o norte até Coimbra, seja pela cercadura, e pelo 1º elemento que me chamou a atenção do barro vermelho com que foi produzido.
Como A IF deve saber até melhor do que eu em Coimbra no séc. XIX havia a laborar segundo José Queiroz 14 fábricas, sendo que 7 em barro branco e outras tantas de barro vermelho. Estremoz também usou este barro. Durante uma época nos meados do século XIX os barros seguiam de Alcobaça para Coimbra e outros carros de bois os levavam para a Figueira da Foz, sendo da melhor qualidade seguiam para o norte, Porto e Gaia, para produção de faiança onde julgo também haveriam outros barreiros de menor qualidade (?).
  • Mas claro só se saberá no dia que inventarem uma máquina como já está disponível nalguns Museus par descodificar o vidro (Coina, Vista Alegre, Marinha Grande e estrangeiro).
Ponderei o casario ( parecendo igual a outros que se vêem é diferente).
Por me lembrar o primeiro que conheci num prato de família, espólio de um padre, anos 30, região centro, que de herança só tinha peças atribuídas a Coimbra, o centro oleiro mais perto. Espólio que eu, e a minha cunhada herdamos juntamente com outro prato esponjado em manganês, escarradeiras e um bule de caldo além de penicos de massa malegueira. Sendo que o casario igual a este sem o rio, de formato igual, anos depois haveria de encontrar outro igual num antiquário da Sé, por ele pediam um dinheirão, sendo que nunca mais vi nada igual. Lamentavelmente por incompatibilidade com a pessoa em questão que é dona do referido prato não tenho, a foto para mostrar.
Comprei o prato precisamente por me fazer recordar esse casario!
  • Em relação à bordadura a IF dizer que tem uma semelhante com um galo.
Alguns exemplares para descodificação:
Travessa  e pratinho com um galo no género de bordadura pintada , Aveiro seguramente pelas evidências: flores , galo e os bicos da aba.
O mesmo desta travessinha oval, uma e outra são pintadas à mão
Mas este pratinho com carimbo quase imperceptível sobre o nome da fábrica percebe-se GAIA.

Alonguei-me, desculpe. E sei que não fica nada convencida… E não lhe levo nada a mal, mas até se encontrar outra justificativa mais concreta, pois mudarei de opinião ao jus do Alexandre Herculano, que não se chateava de alterar, e eu na faiança também não, por ser um arte, ou ciência (?) em constante mutação que só vendo muitas peças e esmiuçar detalhes se chega perto do que se pretende, e ainda assim sempre com dúvidas.
Bem-haja por questionar sendo a par do gosto da partilha-, bens preciosos nesta vida desumana que nos deixam radiantes.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Bule de Alcobaça ou Coimbra (?) atribuído a José Reis

O meu olhar deleitou-se neste pequeno bule -, uma graça, que me catapultou para a infância numa banca de feira de Paço d'Arcos do Hermínio e do Paulo-, na despedida disse-lhes com sorriso maroto " este bule é a minha cara"...

Para quem conhece mal a olaria de Alcobaça supostamente teriam sido os monges de Cister, os oleiros da sua própria loiça malagueira de cariz conventual-, porque barreiros de primeira qualidade não faltavam nas imediações, que séculos depois viria a ser transportada em carros de bois de passo pachorrento para Coimbra e para a Figueira da Foz, para seguir para o norte, para os cais de Gaia e Porto .
Sendo que o mercador, oleiro e pintor José Reis, decide seguir as pisadas de um outro -, um tal Fonseca, que anos antes se mudou para o Juncal.
José Reis decide mudar da cidade do Mondego para Alcobaça em 1875 onde funda a sua olaria  que labora até 1900 -, quando morre. 
O Dr. Jorge Sampaio fala do José Reis, como sendo apenas mercador, que levava a loiça de Coimbra para Alcobaça. Mostra-se difícil de aceitar esta teoria ao se pensar que não sendo oleiro como poderia abrir uma olaria? E começar a trabalhar, e a dar continuidade da pintura que se pintava nesse tempo em Coimbra? Mais, viria a concorrer a uma exposição onde apareceu um belo prato, muito bem conseguido em cor de rosa com casario e aba cortada em traços. 
Sabendo que as técnicas sendo várias em trabalhar o barro e nas suas misturas, decantar, secar,moldar, cozer em chacota, pintar ,nova cozedura para vidrar com estanho ou chumbo e,...
Bem, eu não acredito, até porque não era oleiro quem queria, tinha de ter licença e muitos não passavam! 

A filha de José Reis decide alugar a olaria ao Manuel da Bernarda  que continua a laborar na mesma tradição e moldes do antecessor, mais tarde com os filhos criam a OAL. Paralelamente proliferam imensas fábricas na zona que marcaram uma época em pratos de decoração vazados(com buraquinhos na aba) com versos, também jarras, caixas e outros biblots de cores berrantes com dourados, onde predomina o azul forte, rosas e amarelo, que uma maioria desprestigia e não devia, embora também não sejam do meu encanto, considero as do Raul da Bernarda copiosas na sua maioria e delicadas.
E é esta produção que faz parte de gerações como a minha que desprestigia a olaria de Alcobaça que tem muita qualidade, nomeadamente de José Reis e OAL -, faiança de qualidade, e riqueza, nada atrás da feita em Coimbra no século XIX , sendo esta ainda muito mal estudada (?).
Nesse pressuposto há peças de inegável valor. Aconselho a uma visita ao novo Museu em Alcobaça com a coleção do pai do Dr Jorge Sampaio onde vão encontrar peças que se não estivessem assinadas se dizia à boca cheia que seriam fabrico de Coimbra.
Há contudo sempre algumas dúvidas nas peças não identificadas-, no caso d'hoje saber se as peças que acredito sejam do autor José Reis se o são do tempo que esteve em Coimbra ou já em Alcobaça. 
O bule apresenta uma pintura monocromática em azul e aguada com motivo casario ladeado por arvoredo sob rodapé em esponjado.
Filete fino contorna o pé e o bocal. O bico pintado em dedadas que terminam afuniladas.
A tampa ligeiramente elevada ornada a filete largo em aguarda contornado por filetes finos em azul. O mesmo na pega.
Fui busca-lo hoje à Ladra! Foi um dia de emoções apaixonante!

Na ideia da parelha com o canjirão  ou leiteira mui semelhante

O canjirão ou leiteira
http://leriasrendasvelhariasdamaria.blogspot.pt/2012/05/canjirao-ou-leiteira.html

O esmalte do bule é mais parecido com este pratinho de casario diferente, também típico à época que  aventa ser produção de Coimbra(?) por se apresentar amarelado, cor de grão.
Os vendedores que conhecem pessoalmente o  Dr Jorge Sampaio,  diretor do Museu do Mosteiro de Alcobaça ,disseram-me que ele defende a opinião que este tipo de casario alto é a imagem do Mosteiro de Alcobaça (?) -, o que incita a dizer que se trata de produção de Alcobaça do José Reis (?).
Mas em Coimbra as torres altas já se pintavam... Mas deste belo prato falarei adiante. 
O esmalte é ligeiramente diferente na tonalidade-, sendo o bule de esmalte mais amarelo(cor de grão) que me dita Coimbra (?) e a leiteira mais branca.
O pé das peças é diferente.
As asas de ambos também são diferentes, sendo que a da leiteira apresenta apenas um friso longitudinal ao meio, e o bule dois vincos.
A leiteira apresenta dois frisos  relevados acima do pé como era usual nas canecas direitas.
O desenho mui semelhante e a cor.
Aventa hipótese de fabrico pelo mesmo oleiro e pintor em fornadas diferentes no espaço de tempo(?)
  • Serão as peças fabrico de Coimbra, ou Alcobaça (?) porque uma terceira julgo não exista.
Espero tenham ficado roidinhos de inveja ( que maldade) , estou naturalmente a brincar com esta peça delicada por fazer sonhar como se fosse um "tete á tete" -, eu e tu a beber chá ...você e ela ...ela e você...Enfim amantes felizes!

domingo, 22 de junho de 2014

Gomil pintura minimalista e gomados esmeralda Viana(?)

Surpresa ao meio dia o mau pronúncio da chuva  copiosa em gota grossa , incessante, na feira de Algés, no resulto fraco negócio, não escapei da molha molhada, um pito!
Pouca saída da minha banca, seja a conversar ou a namorar as bancas dos colegas, como é do meu apanágio, adoro vadiar. Já de roupa mais molhada que enxuta, o meu marido trás-me uma capa guardada há anos no carro, e assim a estreei-, apesar de nova, neste agora não passa de velharia como o Sottomayor -, nem de propósito, e ainda assim no propósito na estreia a compra, esbarrei numa peça que foi duma casa de Champallimaud, o dono do Banco onde trabalhei, sendo que foi meu patrão!
Fora essa coincidência, ainda outra, de ter uma bacia mui semelhante onde o casamento das duas peças é quase perfeito!
Conheci gente muito interessante, fui conhecida pelos blogs!
Chegaram-se a mim leitores assíduos dos meus blogs.Da sua boca ouvi gratas palavras, "não imagina como estou feliz por a conhecer" -, elogios estragam-me, só me deixam ainda mais vaidosa!
Empatia fantástica, senti que me conhecem desde que me descobriram, hoje foram 3!
Intriga-me este gosto nato no prestígio da continuidade, a cada dia a crescer...
Supostamente pelo meu escrever ao estilo sincero, sensível, acutilante de crítica construtiva, liberal, descritivo, explosivo "quando sinto aperto de calos", altruísta, aprendizado sobre cacos e vidros, escape emocional , estórias e claro aventuras ...
  • Visitas diárias como no tempo assim acontecia no ritual da missa da manhã...A lembrar curiosidade e devoção, ora não mereço tanto carinho!
Empiricamente sinto que já fazem parte da minha família, e de personagens que habitualmente abordo nas crónicas, casualmente se os encontram gostam de se fazer apresentar na transmissão de tal conhecimento 
prefaciando as palavras da Filomena " não é a Marília? E o Santiago como está lindo -, conheço-os do Lérias, da Isabel"...
A mim a  D. Filomena de rosto iluminado pela doçura e simpatia diz.me -, reconheci-a pela madeixa"...
Muitos julgam que é pintada, sendo natural...Não deixa de ser muito divertido!
Fenomenal a família dos amantes dos cacos a crescer desta maneira.
Na verdade na hora do adeus pela chuva que se fazia sentir, o abraço  que a Rosa Maria  me deferiu foi imensamente afetuoso, gesto que me tocou particularmente pelo clique cúmplice que veio ao de cima,  sendo que uma maioria nem sabe dar um aperto de mão, um beijo, muito menos um abraço -, e para mim os afetos é para se trocarem com afetividade e mui intensamente, no prazer real do sentir a verdadeira amizade 
O marido -, Francisco Marques, na mesma deixa do abraço afetuoso, vestido de verde a fazer jus ao nosso querido Sporting, homem de aspeto charmoso me confidenciou ter sido diretor muitos anos numa Cerâmica sendo hoje as suas peças Art Déco muito apreciadas - Secla! 
Espanto de casal pelo cariz amoroso, mostraram-me um pratinho lindíssimo que seria Fervença (?) com grande certeza pelo esmalte, leveza, contas pintadas a preto, motivo peixe sob rodapé de ramos em azul esbatido azul cobalto, e  filetes finíssimos de ligação de outros motivos em manganês...Pois o perdi, na corrida da compra porque ainda não tinha  saído da banca...No entanto feliz pela partilha, e por saber onde neste agora a casa onde mora em contemplação!
Dizia o Dr Francisco Marques para a esposa D Rosa " mas  a Isabel não trás o chapelinho branco"...
Pois não hoje vim de boina, tenho este prazer camaleonico em variar chapéus e óculos...
Diz-me pela segunda vez a D Rosa Maria " nem imagina como gostei de a conhecer"...

A D Filomena também me deu do mesmo jeito um abraço afectuoso na despedida.

Ambos me lançam o repto-, continue a mostrar peças lindas!

Atenção tão delicada e grata que tenho recebido, de todos sem exceção, que me sinto obrigada neste estar continuar para não os desfraldar, isso sinto ser um dever!
Eu é que agradeço a deferência e o carinho. Bem hajam meus novos amigos.
Jarro ou gomil de bacia de lavatório.
Na sorte de ter já a bacia, pelo menos mui semelhante, desta feita encaixo as duas peças num casamento diria quase perfeito. Banca com peças  3º escolha (?). Recheio adquirido de uma casa de Lisboa, segundo a colega havia muita coisa do norte, faiança partida com "gatos"num belo prato pintado em monocromia azul claro com aguada, pois nele deixei o olhar por ter um exemplar que saiu da mesma fábrica-, dizia-me que um antiquário lhe aventou poder tratar-se fabrico da fábrica "Rato"... Para mim é outra coisa igualmente boa!
  • O gomil apresenta-se no fundo e no gargalo de lobos relevados pintados a esmeralda. Ao meio, decoração fina floral em policromia cromática, de pequenas flores com folhas agrião e outras ponteagudas .
A asa é delicada com pormenor em relevo onde pega no gomil.
  • Será fabrico finais do século XIX  Viana(?)  sob naperon em bordado típico da região.

  • A minha bacia no mesmo feitio de lobos gomada e na cor esmeralda com cercadura floral miúda igual   dividida por esquemas em triângulos invertidos em azul.
  • Tardoz reflete a tonalidade esmeralda, uma carateristica que se atribui a Fervença.
  • Encontrei na base um "V" gravada na massa que pode aventar a hipótese de fabrico Viana (?). 
  • Norte concerteza!
O meu lavatório com a bacia, neste agora nas reservas, nele uma de faiança de Coimbra.

Este modelo de lobos gomados foi feita por Sacavém, Massarelos com certeza, supostamente por Viana e quiçá outras fábricas (?).
Já a pintura que me atrevo a dizer aos dias d'hoje minimalista  pela ingenuidade da pintura floral que se repete o mesmo da folhagem finíssima pontiaguda em cores aguadas a cinzento.
Esta decoração também  foi também pintada por Coimbra, sendo o verde da folha de agrião mais aberto e este mais seco.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Caneco com filetes camarão de Sacavém

Mais um caneco para a coleção da Fábrica de Sacavém.

A caneca segue a linha das canecas em faiança, pelo  formato  da base robusta com corte de friso logo a seguir ao pé, não sendo direita, o que a distingue para colecionadores.

Interessante foi a pintura-, no friso do rebordo do pé e do bocal em cor camarão-, que foi numa determinada época vastamente pintado no norte, possivelmente uma cor inventada pelo Vandelli quando se instalou na Fábrica Cavaquinho em Gaia  1786 , sendo químico, depois das cores inventadas em Coimbra uma probabilidade, esta também ser sua(?).
  • Será fabrico de 1885/86 quando o carimbo impresso na massa era da coroa com a palavra?No caso pela curva do fundo só ficou a palavra ? Tenho uma molheira de igual forma.E um prato, as três de pasta parecida a porcelana mas pesada, o prato até pelo peso parece Alcântara.
Já vi loiça pintada com esta tonalidade que lhe confere um fausto exuberante-, eu gosto muito! 
A caneca é decorada com um ramo floral que abrange quase metade do lobo, com uma flor em cerise aberta e botões disseminadas por floragem em várias tonalidades de verdes sendo algumas raiadas de castanho ocre. No outro lobo da caneca um ramo floral só com botões de flores.
A asa de traça elegante com um pequeno alto, onde se pega nela .
  • Esmalte parece porcelana, embora a textura da massa seja pesada e brilhante. Se não estivesse assinada difícil atestar SACAVÉM! 
Assinada na pasta, o fundo com ligeiro craquelê.


Tive a sorte de a encontrar estava meio reservada para um colecionador que tem qualquer coisa como mais de 700 exemplares...
Falta-me o tamanho mais pequeno.O vi há pouco mais de um mês, veio da Serra da Estrela em faiança, por ele me pediram 45€,  com esbeiçadela...

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...