quinta-feira, 15 de maio de 2014

Fábrica do Juncal e a sua reprodução

A faiança da Real fábrica do Juncal foi fundada em 1770 nos arrabaldes de Leiria onde haviam bons barreiros de argilas brancas. 
No tempo do Marquês de Pombal esta olaria teve foros de proteção alfandegária e isenção de taxas à exportação. As primeiras produções do Juncal eram muito semelhantes à das congeneres do resto do país, também o uso no copianço da moda de Ruão, geralmente  num tom avinhado borra de vinho, há quem lhe chame amora(?)  produzido por seixos da região, mais raras a pintura em azul e verde. 
  • Este meu prato o filete na bordadura apresenta-se amorado na mistura de azul forte e roxo, enquanto que o desenho a estampilha acastanhada borra de vinho.As mesmas dúvidas se Coimbra ou Juncal(?)
Juncal ainda usou a estampilha segundo vi no livro do Dr José Sampaio.
 
Esmalte tom de grão
  • O Dr. Jorge Pereira Sampaio defende a tese que o segundo período da fábrica começou em 1824, com a vinda de um ceramista de Coimbra -, José Fernandes da Fonseca, sendo o período mais original do Juncal.Os motivos decorativos deste período são conhecidos pelos nomes de Avencas e Fogos-de-artifício.
A olaria foi destruída com a passagem dos invasores franceses.

O meu marido comprou-me este covilhete há tempos cuja origem, no primeiro encalço atribuo a Coimbra(?) pelo duplo filete no limite do covo e decoração -, mas pode ser Juncal (?) apesar de não ter a grega na pintura . Mas a textura da massa grosseira tipo grés intriga-me pois não a conheço em nenhum dos locais até hoje.

  •  Terrina da coleção da IF já mostrada em tempos num post alusivo do Blog Velharias do LuisY para comparação sobretudo da textura.
  • Agora a minha última aquisição-, uma reprodução do Juncal. 
O mercado anda a nadar nelas -, assinadas, mas vendidas aos incautos nas bancas como genuínas e caras.
Bacia de lavatório  ou lavanda a que falta o jarro.
Pintura a cor mono cromática avinhada com motivos florais ornada no rebordo a filete fino ao limite do covo e relevos a limitar reservas de rebordo recortado pintado a els.



  • Mostra-se bem pintada por comparação com a de baixo
Pintura verdadeira

2 comentários:

  1. Prezada MIsa,
    Paz e Alegria,

    Embora queira falar sobre o post anterior, faço o comentário por aqui.
    Como já disse, agora é que comecei com as Louças e arrisco umas idéias.
    Gosto da Sacavém, especialmente, por ter sido uma das minhas primeiras aquisições em louça.
    Mas tenho opinião que, na maioria de suas peças , o que se tem é uma louça "inglesa" de Portugal.
    Não que a Inglaterra deva deter estes motivos como exclusividade de sua louça. Mas foram popularizados a partir desse país.
    Para vc e muitos outros conhecedores de louça, particularmente a portuguesa, é mais fácil perceber onde essa produção não foi mera cópia mas uma recriação.
    "Corticeira"... "Cantão Popular"... , tenho muito que aprender.
    Já o prato acima, considero típico português. Essa decoração floral da borda seria em estanhola?
    Vc falou sobre as reproduções vendidas a incautos como antigas.
    Há alguma lei que obrigue a marcação das peças contemporâneas como tais? Sei que estas eram (e são) daquelas perguntinhas que disse te fazer por e-mail. Mas se quiser pode responder por aqui.
    Voltando a Sacavém. Tenho um post para fazer com minhas mirradas peças. E animei-me depois de achar um pequeno vaso ou perfumeiro pintado à mão; uma joínha (pelo menos para mim)... Gosto do verde descorado da travessa de sua Vovó. Por aqui andou aparecendo umas travessas verdes assim (não lembro o desenho), mas não deu para pegar.
    Postei uns vasos, acho que franceses, e fiz outras fotos da moringa que já tinha postado. Depois de uma olhadinha.

    Um abração.


    Amarildo

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  2. Caro Amarildo muito obrigado pela cortesia e do carinho sempre presente nas palavras.

    A Fábrica Sacavém teve uma época em que o dono era o mesmo em Inglaterra daí o uso das mesmas estampas nos dois Países.

    O termo "Estanhola" julgo seja uma chapa ou papel recortado com o desenho que sobre a peça se pintam as ranhuras e uma vez retirada fica a pintura. O prato é pintado nesses moldes.

    As reproduções devem ser sempre assinadas com a oficina que as produziu. O que acontece é que as mais perfeitas supostamente tiram a marca com amoniaco e depois com lixa fina para passar por faiança antiga.

    Já deixei o meu comentário nos vasos.

    Fique bem
    Beijinhos

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