segunda-feira, 31 de março de 2014

Faiança com casario em verde com marca "3" de Coimbra (?)

Comecei por namorar esta terrina sem tampa numa loja de velharias , para mal dos meus pecados de porta fechada em vários dias...Até que numa tarde de sol , triste em jeito remediada, na solidão, passei de novo estando a porta aberta entrei, e a comprei.
A decoração em tom monocromático verde  e aguada desmaiada apresenta-se no casario  em perspetivas várias: telhados de apenas uma água e com duas, vistos de frente e de lado , envolto por arvoredo do lado direito, e palmeiras do lado esquerdo, sob rodapé esponjado.
Poderá ser fabrico finais do século XIX de José Reis  Alcobaça (?) atendendo às semelhanças da aguada do rodapé da vegetação à esquerda e outras.
Foto de um prato da coleção do Dr.Jorge Sampaio
Uma nota a destacar: nesta terrina o pintor vincou os ramos da árvore e na de cima não
As pegas decoradas na dupla de filetes em paralelo e um traço sobre elas na meia altura. Rebordo do bojo da terrina e do pé debruada com filete fino.
Interessante é constatar que a peça foi inicialmente passada num esmalte branco -, notório junto das pegas os escorridos, depois mergulhada noutro esmalte que chamo cor de grão para lhe dar aspecto que se conhece na faiança numa determinada época.
Curiosamente no fundo tem impressa na textura da massa o algarismo "3" seguido de três pontinhos, como se fossem reticências...
Pois sobre a numeração nada sei. O que sei tenho outras duas terrinas, aparentemente com o mesmo motivo de casario com envolvências diferentes , sendo que uma tem gravada na massa o nº "1" e a outra o nº "2". Tema que nos pode levar a conjeturar hipóteses...
Possivelmente será a diferença no motivo a atribuição da numeração...Acho que não. Numa feira vi uma  quarta terrina, completa, maior que as minhas três, tinha impressa o nº "1" motivo pintado a azul .
  • Pois não sei explicar, e esta última aquisição ainda por cima com as reticências...
Da net retirei esta foto, apesar da paisagem ser diferente, a cor  do esmalte e os traços nas pegas  e no pé são iguais
Pega tipo flor de liz
 Parte da coleção do Museu Dr Jorge Sampaio em Alcobaça com peças atribuídas a José Reis
Há muita semelhança no desenho com esta terrina.
Ora fico dividida sobre o  fabrico , pelo menos a minha  terrina por ter impressa a numeração aventa ser já elaborada em fábrica feita  por molde e não olaria(?) .
Será que  José Reis  em Alcobaça  já assim trabalhava ?
Esta última terrina o rodapé apresenta-se em bicos como em Coimbra se pintaram e noutras fábricas como Miragaia e Cavaco.
Fabrico de Coimbra (?) a minha pelas evidências do barro vermelho  e do esmalte amarelado e a da  net,  José Reis Alcobaça(?),  tempo o dirá!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Alcobaça OAL (?) na decoração de trajes populares

Comprei estes pratos ao meu amigo Fontinha na sua banca repleta deles de vários tamanhos.Ao escolher dois mais pequenos, porque na decoração os acho com mais graça, no rol da conversa, a dispersão, e com isso escolhi  de marcas de fabrico esborratadas...
  • Já anteriormente fiz um post sobre esta decoração em pratos grandes de trajes populares, vastamente pintado por Alcobaça e Aveiro-, pela sorte de estarem assinados,com isso a certificação deste opinar verdadeiro sem margens de dúvida.
No 1º prato o motivo central com um casal a dançar, pescador e varina vestidos em policromia, no 2º um casal saloio. No rodapé um coração raiado e sobre eles simbolo do amor duas pombas a segurar um coração mais pequeno. A barra no 1º mais cheia com as ramagens de flores em policromia verdes, azuis claros, amarelos e castanhos ornada a filete fino na orla do rebordo na dupla de amarelo e castanho , no prato mais pequeno a barra se mostra menos esplendorosa, apenas com 4 ramagens e sem a cor  azul.





  • Os dois pratos na diferenciação de tamanhos e do motivo central

  • Tardoz marcado, as marcas da fábrica estão impercetíveis, apesar de saber que são produção de Alcobaça, vi os outros que estavam na banca da mesma casa onde todos vieram.
  • Se alguém tiver algum prato com esta marca percetível agradeço a partilha
 
  • Gentilmente o meu amigo JS da Oficina da Formiga enviou-me estas fotos, a marca é muito semelhante, só falta descodificar a fábrica -, julgo seja OAL(?). Tenho uma taça com esta marca castanha noutra casa vou clarificar, mas sim julgo seja.
São amorosos pela riqueza criativa dos trajes populares e pelo simbolismo do AMOR que encerram!

terça-feira, 25 de março de 2014

Prato oitavado com naipe de carta de póquer

Descobri este prato num estaminé de chão. Há mais de um ano vira outro idêntico que a vendedora fazia à  minha amiga que me acompanhava a módica quantia de 40€, pois pedia  ao público muito mais.
  • O que me fascinou no imediato nesse prato foi o formato quinado e ao centro uma Cruz -, o que me pareceu -, por ter na memória a visualização de  uma esculpida em pedra num portal de uma mina d'água , que me parecia igual e com ela andava às voltas para saber a Ordem a que pertencia. 
Hoje penso que estava enganada. Mostrei o prato ao Pedro  a quem comprei uma travessa, que me alvitrou ser um naipe de póquer...
  •  Visiveis arrepiados no esmalte nos cantos do rebordo pelas impurezas da argila.
  • O tardoz apresenta-se brilhante, ao centro amarelado como se vê noutra faiança atribuida a Coimbra.
  • Fabrico entre finais do século XIX, início do XX.
  • Segundo o Pedro num catalogo de leilões em tempos apareceu um prato destes atribuído a fabrico de Coimbra. 
  • O autor revela-se no formato e na temática decotativa pessoa criativa à época  em dignificar com arte uma peça de faiança que bem poderia ter honras de exposição, seja pela forma oitavada tão usual no formato de travessas que se mostra em prato bela, moderna, de textura leve de bom esmalte numa arte , a do jogo de póquer, quiçá praticado pelas senhoras da nobreza (?).


A decoração central é representada por uma carta do naipe de "paus" delimitada por ramos de flores em policromia, de rebordo oitavado delimitado por fino filete em azul e outro mais grosso em vermelho no rebordo, antes do covo.
 
Temática de novo pintada no periodo Art Déco


Cinzeiro  anos 50 da Fábrica Aleluia de AveiroFoto retirada http://modernaumaoutranemtanto.blogspot.pt/2012/02/cinzeiro-anos-50-modelo-630-aleluia.html


segunda-feira, 24 de março de 2014

Faiança de casario fabrico de Coimbra ou Vilar de Mouros (?)

Ontem comprei num colega o Pedro, esta  bela travessa partida com "gatos", que afinal era de outro amigo dele, o André.
  • De todas as da minha coleção, a mais bela, delicada  ao toque de esmalte radiante de brilho magnífico ligeiramente melado, de aba recortada, ligeiramente torta.
Não resisti ao encantamento da tonalidade monocromática azul a puxar amora, que no desenho se mostra deliciosa pela tonalidade em aguada à vez com pinceladas mais fortes no telhado, nos ombreais das pedras, nos caixilhos quadrados,  nas ramagens,  e na grinalda encadeada da decoração da aba que realça no todo o  motivo  de casario.
Fabrico meados do século XIX (?).
Fabrico norte de uma fábrica de Gaia, ou Coimbra(?), sendo a primeira hipótese de maior probabilidade (?).

O motivo central apresenta-se com casario como se fosse uma igreja(?) pela fachada principal  com portal  e dos lados supostas outras portas, encimada por vitral em jeito de janela, atrás identifica-se a torre que fecha em jeito de cúpula e pináculo, o telhado de telhas no típico beirado português ladeado por arvoredos frondosos e duas esguias, araucárias , sob rodapé esponjado, salpicado por arbustos, sendo o quadro completo a conjuntos de tracejados enviesados tão usados na decoração do motivo do cantão popular atribuído a Coimbra?.
Aba com tarja em estampa  limitada por dois filetes finos, sendo que se nota a ligação no lado direito depois do meio ao cimo.Pincelada forte no contornar da  dupla cadeia  de encadeamento alternada por flores, sobre tracejados na horizontal, sendo no limite inferior delineada por traços na vertical.
Apreciada de longe na parede, destronou outra... pelo esmalte em tom acinzentado que lhe confere uma patine incrível.
A pintura  manual do motivo central
Tardoz apresenta-se gateado de esmalte translúcido bem estruturado, e homogéneo, sem ser demasiado branco de rebordo recortado nos cantos
Travessa da coleção da minha amiga Cristina
Notam-se diferenças no rodapé que é em forma de barco ao estilo do norte(Cavaco e Bandeira) e o conjunto de três bolinhas entre o tracejado enviesado em jeito de nuvens
A Marília outra amiga, tinha uma à venda esta em tonalidade azul clara
Travessa da minha coleção com motivo decorativo semelhante, notam-se pequenas diferenças no remate do telhado, janelas, pobreza no arvoredo e rodapé com ziguezagues no esponjado, sendo as ramagens em jeito de nuvem muito semelhantes, mas de esmalte totalmente branco, banho a calcário?O que evidencia ser produção mais recente século XX, do que as anteriores, e ainda nela a dúvida se norte  uma qualquer fábrica de Gaia
Fábrica Pereira Valente, o mais provável (?).
Prato coberto que vi numa feira em que se nota substancial diferença no arvoredo  de ramagens descaído.
Seguramente fabrico de Coimbra, apesar da vendedora e outros dizerem que será Vilar de Mouros ?.
O meu bom amigo Arlindo Bento enviou-me fotos da sua última aquisição,  travessa de esmalte de beleza irradiante.
  • Analisados os pormenores do rebordo com recortes nos cantos e a cor castanha aberta sobejamente pintada nos seus motivos de casario.
  • Decoração a cheio acompanha toda a travessa apenas ornada com fino filete antes do rebordo, pintura manual de folhas de fetos secos  típicos na região.
  • O tardoz,o esmalte ligeiramente amarelado, decoração e cor será fabrico de Coimbra(?) meados do século XIX.

sábado, 22 de março de 2014

Covilhete em loiça ratinho Coimbrão

Na feira de Ansião travei conhecimento com uma senhora de Abiul que me confidenciou que a sua avó comia num covilhete de loiça ratinho Coimbrã.
Interessante as gentes darem este nome pomposo.Supostamente dado pelos Duques de Aveiro, senhores de Abiul uma freguesia de Pombal - ,  usariam covilhetes da China e outros  de loiça estrangeira, que o povo por trabalhar  no paço se fidelizou no nome...O Marquês de Pombal quando conseguiu  que os Távoras fossem despojados dos seus bens, e enforcados, nesta terra tudo foi roubado, ainda há poucos anos os antiquários por aqui compravam peças muito boas,uma cómoda em pau santo e,...
  • Ora a gentil senhora explicou o que eu já sabia, nas casas mais pobres todos "picavam" da bacia, alguidar ou palangana  -, em casas mais remediadas só o homem e a mulher comiam num covilhete  como este - um prato sem ser raso mais covo.
  • Covilhete com filete circular ao centro a manganês e outros dois finos da mesma cor antes do filete rosa antes do rebordo.
Decoração simples, de imagem ingénua, o pintor seria pessoa fechada (?), pouco criativa só o preocuparia o trabalho em série...
Visíveis as marcas das trempes na frente e no tardoz,  do estriado do esmalte e algum craquelê por ter sido cozido a alta temperatura que o estalou ao centro ,com isso adquiriu um tom rosado, embora ligeiro, conforme já anteriormente sobre este assunto nos explicou o JS da Oficina da Formiga de Ílhavo.
Este tamanho aparece pouco, tenho trés exemplares.Todos diferentes, já  anteriormente postados.
  • Este o mais pobre em termos decorativos.
Este da coleção da Marília, minha amiga, ainda mais pequeno que a foto documenta, apresenta um filete azul claro seguido de grega na cercadura.


Ao tecer um comentário lembrei-me que me disseram que ao tempo esta loiça era feita debaixo da linha do comboio em Coimbra nas imediações do Choupal, por homens que a fabricavam de noite, pois de dia tinham outros afazeres.

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...