terça-feira, 21 de maio de 2013

1º Congresso Internacional de Faiança Portuguesa no Museu de Arte Antiga

22 a 25 de Maio de 2013
Lisboa
                             3º dia orador Prof. Arnaldo Silva

Torre de Moncorvo na rota da Faiança a partir do século XVI

Sinto-me muito orgulhosa pelo achado, empenho, luta, dedicação e pesquisa do meu amigo Prof. ARNALDO SILVA (Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior) orador no 3º dia no Congresso, com apresentação deste trabalho meritório para os amantes da Faiança -, sobretudo honroso para Torre de Moncorvo, para a sua família e amigos.
  • Tive o privilégio de ver os caixotes armazenados na sua casa e alguns "cacos"-, que me deixaram completamente deslumbrada pela beleza.
  • Que a voz não te doa no sábado com a emoção, meu amigo!
http://lelodemoncorvo.blogspot.pt/2013/05/torre-de-moncorvo-na-rota-da-faianca.html

O  presente trabalho aborda a caracterização da faiança encontrada num espaço com as dimensões de 6x4x3m, posto a descoberto após a retirada de um muro no rés-do-chão de uma casa de habitação localizada no centro medieval da vila de Torre de Moncorvo.
Este espaço habitacional deu lugar, finalizadas as obras de requalificação e transformação, ao Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior.

    Além da faiança, que revela técnicas, temáticas, idades e centros de produção diferentes, também se encontraram milhares de fragmentos de cerâmica, correspondentes a malgas, pratos, cântaros,cantarinhas e, ainda, artefactos em metal, pias, mós manuais, bases de colunas e falos em xisto, entre outros objetos. 
    Contabilizam-se, quanto à faiança, mais de  5000 fragmentos e algumas peças quase completas, nomeadamente as que se caracterizam pelas decorações com contas e caligráfica, situando-se, em termos cronológicos, entre a primeira metade do século XVII e meados do século XX
    O espólio exumado, depois do devido tratamento de limpeza e acondicionamento, foi submetido a um cuidado estudo que nos permitiu concluir, entre outros aspetos, que os habitantes de Torre de Moncorvo adquiriam peças utilitárias de faiança produzidas em vários centros oleiros de Portugal e de Espanha e que a sua presença, na rota comercial deste produto, recua ao século XVI.
    • Congratulo-me por ter aceite o seu convite para visitar Torre de Moncorvo em julho do ano passado. Adorei a aventura que relatei noutro blog http://quintaisisa.blogspot.pt/2012/07/terras-de-moncorvo-terra-quente-no-vale.html . Em mãos levei um catálogo que pedi via correio ao Museu Cargaleiro de Castelo Branco elaborado por Ivete Ferreira em 2012 que lhe ofereci -, com isso facultou a catalogação de loiça ratinha encontrada no espólio. 
    •  Quro acreditar que o estudo será posteriormente publicado para gálio de outros estudiosos e amantes da faiança!

    Inegavelmente o seu nome , da esposa Ilda e dos seus filhos, Bernardo e Inês -, todos juntos o ajudaram neste sonho Mayor  numa terra que não sendo a sua e sim da Ilda, se tornou num frenesim cultural ,só igual ao amor que sente por ela -, acredito esta grande iniciativa com o levantamento do espólio veio em definitivo mexer com mentalidades fechadas e tacanhas, pouco interessadas em valorizar e dinamizar a história do local como tu meu amigo o fizeste -, e o vais mostrar ao Mundo neste Congresso. 
    • Homem  teimoso nunca deixou de acreditar  na mais valia de tanto espólio - , já lá vão uns anos  para este epílogo sabendo que a faiança só começou a ser uma paixão para ele  após encontrar os fragmentos  -, sem dúvida um mérito alcançado !
    Qual engenho e arte é um homem de fibra, lutador e apaixonado pelo passado rico da nossa faiança igual a outros que se destacaram fosse na descoberta ou como ajuntador, por isso ficaram na história como ele vai ficar inevitavelmente ligado na de Torre de Moncorvo com  parte do acervo a integrar o Museu do Ferro na parte arqueológica.
    • Por isso só lhe posso desejar  a ele e à família muitos PARABÉNS!

      No que me toca no papel de amiga -, fico imensamente feliz. Adoro homens e mulheres que se destacam pela diferença na teimosia , em não se deixar vencer e amolecer em ouvir "nãos"...por isso és  e serás sempre um grande amigo que estimo muito aqui encontrado neste meio virtual  quando descobriste o meu blog e me pediste ajuda (?) na catalogação de faiança de Miragaia!
    Remato a chave d'0iro prefaciando as tuas palavras " Izabel, aqui vai o estudo. Acabei. Já senti a tua satisfação e tu foste a grande culpada"...
    Só um homem Grande envia a um amigo um trabalho desta envergadura antes do apresentar. Tal gesto ficarei eternamente grata -,enquanto trabalhei habituada estive a ver ficarem com os "trunfos nas mangas".
    Representas o típico homem do norte, honrado, sábio, simples que sabe partilhar .
    • Já o fato de me catalogares como sendo uma grande culpada deste feito histórico ... grande exagero meu amigo, sabes que sou apenas uma curiosa apaixonada pelos "cacos" que desde sempre apanhei no quintal da minha mãe -, contra a vontade dela,  ao relatar o feito  no blog na 1ª oportunidade que tiveste de ir à tua terra o mesmo fizeste...igualmente outros que me leram. Essa a grande virtude em fazer coisas simples e com elas incitar outros a fazê-las por  à partida parecerem impensáveis -, como apanhar cacos de porcelana ou azulejo na avenida das Naus em Lisboa, porque simplesmente é irresistível deixá-los, gosto que outra amiga aqui encontrada  - Maria Andrade na 1ª oportunidade em Lisboa fez o mesmo!
    • Apraz-me dizer que adoro o carinho como escreves desde sempre o meu nome à antiga -, que em abono da verdade não és o único -, outro amigo historiador Manuel Dias honra-me no mesmo trato.
    • A isto chama-se  a verdadeira AMIZADE  -, que só travei conhecimento após os 50 anos e na maioria neste meio virtual, quem diria?!

    Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

    Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...