quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Garrafa de vidro com a Cruz de Cristo em relevo

Hoje apresento uma garrafa em vidro que encontrei no sábado na feira da ladra no vendedor mais culto e giro, ao ser interpelado por mim quanto pedia por ela - disse-me logo - já me comprou um prato...estou a pedir 35, para me estrear faço-lhe 10...ao pegar nela reparei que tinha um dístico redondo em laranja com o preço de 25 €...riu-se, começou com aquela conversa em voz grossa de muita lábia...o Faria percebe muito de vidros - já viu que tem a Cruz de Cristo, seguramente fabricada no século XIX, veja o formato sextavado no bojo e no pé ...
  
O mais impressionante na garrafa é a presença da Cruz em relevo e nas quinas laivos de cornucópias.Segundo teoria do meu bom amigo Jorge Saraiva devia ser usada em celebrações religiosas ou para colocar o vinho de "missa" (?) Segundo outro não menos bom amigo Dr Manuel Dias sobre o Direito Canónico o vinho de Missa deve ser o mais natural possível, feito apenas de uvas e sem qualquer aditivo químico; quando o sacerdote, por decisão médica, não puder consumir bebidas alcoólicas, então será substituído por sumo de uva.
                        Realmente é um belo exemplar para os amantes do vidro
                 As dúvidas - onde teria sido fabricada e a sua verdadeira função.
Porque este jarro sabemos a função e a origem - Marinha Grande - também o comprei no sábado por 2€, impecável.

Nas feiras é preciso ativar o "olho clínico" para encontrar raridades, no caso quem for amante de vidros não passa despercebida...apesar de eu ter começado por dizer que o vendedor era o mais culto e bonito vendedor...mas eu não me distraio!

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sirvam -se de arroz doce em faiança a lembrar Aveiro

Um bom amigo enviou-me um e-mail com esta agradável surpresa de ficar com água na boca - arroz doce num prato da faiança  - seria uma grande probabilidade de ter sido pintado na fábrica S. Roque  em Aveiro se não se tratasse de  uma reprodução da Oficina
OFceramics - os seus produtos são reproduções da faiança portuguesa dos séculos XIX e XX. Os principais formatos das peças são os pratos, as travessas e as bilhas.

O que tem o caso de fascinante  além do gesto simpático e carinhoso?

 - 1º - no centro do País o arroz doce sempre foi uma iguaria enraizada que se oferece a quem se quer bem, e a convidados para  casamentos.
- 2º - a decoração da faiança - uma verdadeira relíquia na temática  floral e da linguagem do amor com um coração vermelho ao centro encimado por passarinho sob um galho floral, em rodapé ramos com cravos vermelhos e outras flores . O limite do covo apresenta um fino filete em azul tal como no rebordo, a aba com estampa floral em 4 reservas, recortada por dois filetes largos a ocre.
- 3º - o arroz doce tem um aspeto divinal - amei os círculos da canela. Em miúda recordo a minha mãe que tinha a criatividade de escrever o meu nome, fazia corações, flores...eu não tenho jeito para esfarelar o pozinho ,e fazer como ela, por isso espalho à laia de vento como mostro na foto abaixo.
Há tempos postei um prato da Fábrica de S. Roque muito mais singelo na pintura no entanto julgo seu meio irmão  que comprei na feira de Azeitão. 
Analisando o  prato gentilmente enviado estar a ser usado para comer o arroz doce , de aspeto novo sem marcas das trempes (?)  -  avento a hipótese de se tratar de uma reprodução . A decoração antiga não seria tão exuberante.De qualquer das formas é muito interessante a aposta na continuidade do que é genuinamente português.E que linda é esta loiça de novo nas nossas casas.

O meu arroz doce servido em prato de vidro...há falta de um em faiança ricamente decorado como o da oficina do meu bom amigo JS...
Muito agradecida  - vou publicar no facebook.
Amazing!

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...