segunda-feira, 2 de abril de 2012

Faiança Sacavém, Coimbra, Alcobaça ou norte a chamar a PÁSCOA !

Podia escolher outra peça...Afinal tenho várias à espera de tal sorte.
  • Refinada escolha neste covilhete  lindíssimo para os amantes da loiça de Sacavém.
Espero ficar redimida, em tempos escrevi que não era loiça da minha preferência.
Nele, deposito desejos sinceros de uma PÁSCOA FELIZ para todos aqueles que por aqui passam, sobretudo aos comentadores que me estimulam sempre a não ficar quieta!
A todos vocês leitores sem exceção, por serem já  tantos, não menciono os seus nomes, estão no meu coração, ainda corria o risco de falhar algum...
Ao olhar o covilhete surgiu-me a ideia de ser a melhor peça para vos mostrar, fazer jus à sua  beleza incondicional com o pormenor do rebordo ligeiramente ondulado de uma elegância mensurável, em  verde,a minha cor preferida, numa de induzir ESPERANÇA , forte desejo para todos, neste nosso Portugal cada vez mais de rastos!
Comprei-o em Setúbal a um vendedor eventual de boa linhagem...E bom espólio.O preço uma pechincha!


Sem esquecer as amêndoas. Recordo-me que em miúda a minha mãe encomendava da Briosa de Coimbra "bonequinhos com licor", que não eram mais do que drageias em cor de rosa, azulinho, amarelinho, verdinho e branquinho, um trabalho manual minucioso, de ficar estarrecida a olhar para elas, em abono da verdade nem eu nem a minha irmã apreciávamos o licor, apenas adorávamos aquelas miniaturas deliciosamente graciosas.Amêndoas só de chocolate, tipo rochas...

A vida não tem graça nenhuma se não prevalecerem os AFETOS!
Neste blog de velharias, a forma de o demonstrar é postar faiança alusiva ao tema.


A pedido de um "comentador anónimo", ao ler o meu post sobre o meu último passeio por Lisboa, no caso à feira-da-ladra me desafiou para postar os pratinhos com coraçãozinhos que comprei.
Pois aqui estão. Lindos em azul, comprados numa loja de antiquários à volta do antigo mercado da feira . Não resisti ao encanto. Vê-los à entrada, foi mote para os ter. Tal sedução cara, empolgou-me e de que maneira para "dar em cima do meu marido" e, conseguir em segundos dinheiro para os comprar. Bem, antes seduzi a vendedora com alguma lábia...Grande destreza baixou o preço 10€!


O tardoz não engana. Massa malegueira cheia de buraquinhossssss.... Esmalte escorrido ligeiramente anilado.Finais do século XIX. Duplo filete em azul a limitar o centro e no rebordo ainda decorado com arabescos sob esponjado.
Ao centro o símbolo do AMOR. Dois corações em chama unidos com a chave de cada um dos seus donos que os une....Seria para sempre?

Para os amantes de faiança e, na louca tentativa de identificar a origem de fabrico, aqui vai mais uma deixa: Reparem como o rebordo é feito. Não é redondo, sim, direito como se fosse uma aba.Tenho outras peças assim, podem ter saído da olaria que foi do Vandelli quando este se mudou para Gaia. A finura da pintura e esta nuance no términos da peça são carateristicas dele, da sua escola feita na olaria em Coimbra ou Alcobaça  (?).



Outra perspetiva dos pratinhos. Sorte ter encontrado logo um par!
Andava nas feiras de Belém e Avª da Liberdade, não sei se continua, outro deste tamanho pintado azul tipo cobalto cujo preço é exatamente o valor que paguei por estes dois.Claro que também gostava de o comprar...Mas não me atrevo. A vida não está para loucuras, temos de pensar no amanhã. Este vício compulsivo, arrasa comigo!

Aqui mostro mais dois exemplares em miniatura, os meus preferidos.

Na Páscoa não pode faltar açúcar, aqui vos mostro uma das minhas últimas aquisições que andei a namorar...O preço andou nos 75...Depois passou a 45, depois com o conhecimento da esposa do vendedor, a D. Maria de Lurdes, o marido, o Sr. Carlos fez-me um bom  preço.



Lindo açucareiro em faiança de Coimbra  ou norte(?). O pormenor da asa, é soberbo.
Peça rara. Este formato estreito em baixo e alarga em cima é seguramente atribuído à função de açucareiro. Quando a largura em baixo e em cima é igual tratar-se-à de uma manteigueira. Existem ainda as compoteiras. Lembram-se que há tempos postei uma peça deste género ainda mais bela: barriga com o formato bojudo e logo sobre ela nasce outra barriga maior, ( claro que essa técnica deve ter um nome, uma carateristica usada no século XVIII)...e as pegas  em "M", com decoração em folhas pontiagudas como esta, mas muito mais graciosa.
Onde está o  açúcar?...Então, estou a preparar um Folar, além de levar ovos leva açúcar!
Não há Páscoa sem folar doce e sem bôla de carnes!

Termino com esta travessinha de faiança de Alcobaça, início século XX, deliciosamente ornada com cerejas. Quem não gosta de cerejas?
Vai ser oferta para um amigo que faz anos este mês a linda idade de sessenta primaveras.Adora cerejas!
Acho uma prenda adequada, para se encantar de vez pelas faianças...Sou teimosa!

Espero não vos ter desapontado....Nas escolhas!

UMA SANTA PÁSCOA PARA TODOS, AMIGOS!


Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...