sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Avivar o dia de S. Martinho com a tradição das castanhas

O sol apareceu forte umas horas nesta tarde - dei-me conta que domingo é dia de S.Martinho.

 http://ahistorianacidade.files.wordpress.com/2009/11/21_ourico_castanha20judia_pinela.jpg?w=162&h=125
Um dos meus assadores de castanhas na casa rural


O meu castanheiro ainda é jovem está algures neste quintal, acredito que para o ano me presenteia com as primeiras castanhas...
 o quintal da casa, merecia ser pintada - pois merecia - falta a coragem!



Quintal e eira com as minhas pedras da Serra da Ameixieira

Gosto francamente dos ouriços - da sua perfeição e delicadeza no apêndice para nos ajudar a abrir-los - descubram quando os virem - há uma foto com o ouriço que se nota bem . Fiquei pasma como a natureza é tão perfeita. Tal como os putos hoje em dia não sabem na maioria de onde vem o fiambre e o chouriço eu também nunca tinha aberto um ouriço - só conhecia as castanhas. Estamos sempre a aprender. Longe vai o tempo que a serra de Nexebra era coberta por frondosos e seculares castanheiros até ao dia que uma praga os dizimou quase todos. O meu marido tem um terreno no costado de eucaliptos com o pé de um cujo diâmetro sem exagero terá mais de 10 metros.Podem acompanhar as castanhas com jeropiga ou abafado como se diz na minha terra feita com o mosto do vinho branco. Curiosamente mal chegados a Ansião pegámos numa cesta, levei o meu marido ao Pinhal do Dr Faria onde em miúda ia com a minha irmã apanhar medronhos. Vi um coelho a fugir por entre o mato -  trouxemos alguns, grandes e vermelhos, fizemos duas garrafas para dar cor e sabor à aguardente, ainda demos os restantes ao nosso compadre que a casa deles fomos jantar um arroz de cabidela de pato - divinal - eu levei uma tarde moura feita com ovos, gila e amêndoa.

Já saboreei água pé muito boa, até aguardente do meu lavrado ( oferta generosa da D. Lucília e do marido Xico a quem ofereci as uvas da Mó )- que poda a vinha não via há dois anos - este ano correu de feição sem moléstia, as parreiras cobriram-se de  cachos de uvas desenxovalhados , uma de casta de mesa com mais de cem anos subiu por uma oliveira, tinha pendurados cachos com mais de dois quilos. No dia seguinte à vindima, voltei lá com um escadote para as poder cortar. A minha mãe ficou pasma. Impossível deixar estragar tanta riqueza...Castanhas também já as provei -  na casa rural no almoço no último sábado - chovia, acendi o lume, as assei no brasido da  petinga saborosa e dos pimentos, nas trempes pus a panela enfarruscada preta para cozer as batatas, e na minúscula a cafeteira para fazer a cevada - gosto de cozinhar ao lume como antigamente nesta cozinha velha como lhe gosto de chamar - janela e porta aberta com a  arca outrora guardadora do milho agora guardadora da lenha, lindo o  cenário de chuva que caia de mansinho lá fora - eu e o meu marido refastelados no nosso rico almoço a que não faltou merendeira dos "Santos" com passas, nozes, e erva doce, deliciei-me ao bebericar um pixel de aguardente de medronhos feita por nós o ano passado que temos no bar da sala, ali aberta. A loiça  foi lavada em alguidares de vidro verde como dantes debaixo do alpendre a ver cair a chuvinha doce...de tarde foi bem pior acabar o serviço. Ao meu marido dei instruções - pois na agricultura mando eu  -, para cortar silvas da ribanceira...deixou umas quantas... ainda ficou amofinado por o chamar à atenção!
Ontem fiz Ginjinha para oferecer pelo natal - para o efeito trouxe uma garrafa da Marinha Grande de largo bocal feita por encomenda para os Grandes Armazéns do Brás e Brás ( impresso no vidro do fundo ) - comprei nos supermercados Aldo 2 frascos de meio quilo de ginjas em calda, só aproveitei a polpa da fruta escorrida a que juntei aguardente, açúcar mascavado, paus de canela e cravinhos...ainda há um segredinho - aliás - há várias fórmulas de fazer esta bebida. Guardei a garrafa na despensa em local mais escuro -  dois em dos dias tenho de de a emborcar para o açúcar se misturar bem. Fiz a equivalência da receita dada gratuitamente por um bom amigo feirante - Luís do Cadaval. Faz inclusive um delicioso arroz doce - rapaz muito prendado de mãos.


Ginjinha

Bom dia de S. Martinho no adágio popular - vão à adega e provem o vinho! 

FELIZ S. MARTINHO!!! 

O meu marido acaba de chegar com um "GRAÕZITO NA ASA" houve magusto no local de trabalho - bem humorado e tão engraçado...a festa vai continuar... Oh se vai!

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