sábado, 10 de dezembro de 2011

Faiança de Coimbra (?) com as Armas de Portugal coroadas

Estive ausente uma semana e piques...Ao chegar, dei uma olhada pelos blogs, vi um post muito interessante, o costume, da Maria Andrade com este motivo invocando a Restauração de 1640. Curiosamente em miúda tive na minha mão um brinco de ouro com esta alusão encontrado num quintal da antiga estalagem da Maria da Torre no Bairro de Santo António lugar onde vivi 20 anos, atrás da qual existia uma cisterna onde se diz deixavam morrer os forasteiros na sua passagem de, ou, para Lisboa depois de espoliados...relata o adágio que em nada abona esta terra, mesmo assim aqui o escrevo"Ansião terra de trinta moradores e trinta e um ladrão..."
Comprei este prato na feira da ladra há coisa de um mês com um grande "cabelo" mas o motivo valia. Sempre adorei brasões, e o das Armas de Portugal nem se fala.
Tardoz em massa malegueira, esmalte em tom grão .Os brasões foram muito pintados em fábricas do norte como Fervença e Bandeira. Prato covo com policromia na decoração, brasão com as armas de Portugal  - curiosamente nas quinas metade pintado em azul, cercadura estampilhada nunca vi outra igual, filete largo em amarelo debruada a outro fino a preto podem evidenciar fabrico de Coimbra.
O tom esmaltado rosado deve-se à temperatura da fornada. Uma grande possibilidade tratar-se de fabrico de Aveiro - pelo filete no bordo da aba delimitado por outro fino preto - uma carateristica da pintura por estas terras da ria.
Coloquei-o abaixo dum pequeno prato atribuído a Fervença (?) - brutal as diferenças na cor do esmalte e no traço do manganês esborratado e neste não.


A particularidade do brasão nas quinas  estar metade pintado a azul tal como o meu prato. O que pode evidenciar a tempo do D. Pedro com coroa no Brasil e em Portugal(?).

Enigma para se atribuir a Bandeira  (?) é a tira amarela canária uma carateristica de Coimbra. Esta é mais ocre e no rebordo e em Darque geralmente são duas tiras e muito mais claras.

Prato semelhante da minha amiga Isa Saraiva


7 comentários:

  1. Olá!
    Que belo prato" Você fez muito bem em comprá-lo. Tem horas que o preço, por mais que pese em nossos bolsos, torna-se menos importante, face a uma peça que nos traiu tanto.
    abraços
    Fábio

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  2. Olá Fábio. Muito gentil o seu comentário.
    Li algo sobre a sua passagem por Lisboa e Caldas (viu o Museu do Malhoa?) porque não disse que vinha,poderíamos se acaso tivesse tempo e quisesse ter marcado um encontro na feira da ladra ou noutra.Ficará para outra vez por certo.
    Bjs
    Isabel

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  3. Olá Isabel, tudo bom?
    Sim, conheci o Museu Malhoa e o Museu da Cerâmica, ambos em Caldas, e ambos incríveis! Aprendi muito sobre a arte portuguesa nesta viagem. Também tive uma bela visita guiada na seção de cerâmica no Museu de Arte Antiga, de Lisboa, conduzida pelo nosso querido amigo Luís.
    Eu realmente pisei na bola, mesmo com a foto do cabeçalho de seu blog, não parei para lhe perguntar se por acaso você moraria em Lisboa ou Região. Teria sido realmente ótimo encontrá-la.
    Mas não se preocupe! Voltarei à Portugal muito antes do que todos imaginam.
    bjos
    Fábio

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  4. Gostei de saber que volta num repente. O Luís é um homem excepcional, imagino a riqueza da visita guiada....mortinha de inveja, eu demorei uma manhã inteira para o visitar, fiquei de rastos mortinha de cansaço mas repleta de emoções de ver pinturas e outros que só conhecia dos livros do tempo de estudos.Fiquei com a nítida impressão que poderia no caso da faiança albergar muito mais peças que se vão vendo nas feiras e se quisessem, se para tal estivessem interessados as podiam adquirir para enriquecer o espólio e não ir comprando nos leilões onde saem caríssimas.Julgo que há falta de expediente de praticidade em tratar do que tem de ser feito.
    Um mal comum que não nos leva a lado nenhum.
    Bjs
    Isabel

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  5. Olá,
    Este mesmo mal que você descreveu, às vezes se passa por aqui. Digo às vezes pois os museus brasileiros, via de regra, NÃO POSSUEM qualquer política de expansão de acervo.
    Mas há uns anos um museu de SP comprou de descendentes do fundador de uma das mais antigas fábricas de faiança do Brasil um pequeno lote de 4 peças, pagando pelas mesmas R$ 10.000 (4.000 euros). Peças similares poderiam ser compradas por no máximo R$ 200 (80 euros) cada, em feiras de velharias ou antiquários. Às vezes por bem menos que isso.
    Como vemos sempre, somos irmãos nas qualidades, mas também nos defeitos e vícios.
    bjos

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  6. Belo prato Maria Isabel e bela compra!!!!

    Muito obrigado pelos elogios. fico corado

    A maioria das colecções do Museu Nacional de Arte Antiga, bem como da maioria dos museus nacionais foi formada a partir de bens confiscados á igreja em 1834 e 1910. Outra parte signficativa chegou por via de doações. Pouca coisa é comprada, até porque os orçamenmtos são michurucas. Normalmente o que se compra são peças excepcionais.

    os Museus tem muito mais coisas do que mostram, pois os espaços são pequenos. há milhares de peças, que estão nas reservas e que são mostradas em exposições temporárias.

    Abraços

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  7. Olá Luís. Muito obrigado pelo seu comentário. Gosto imenso da sua franqueza, arrepio só de o ler, é daqueles amigos de alto valor credível que permanece no meu coração. Muito obrigado pelos seus testemunhos,pelos ensinamentos e pelo carinho. Bem haja, é um amigo especial surpreendente!
    Homens da sua estirpe deveriam ser do Mundo...(se calhar isto não me saiu como o desejaria, qualquer coisa como um mentor, líder) a sua inteligência, o seu saber, a sua modéstia, a sua simplicidade são de alto gabarito que se destaca de tudo e de todos que nesta vida conheci, vou conhecendo.Obrigado pela fidelidade de me acompanhar no meu blog apesar de pobre na amostragem deixa sempre palavras amigas, justas e conselhos. É um homem adorável, merece ter a melhor sorte, ser feliz.
    Continuo atrevida, apesar da idade, tudo para o convencer a sentir alta estima,e assim deixar de corar com o que vou escrevendo...acaso sorriu, valeu a pena!
    Bjs
    Isabel

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