quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Travesinha oval gomada Raul da Bernarda (?)

Agradeço ao Mercador Veneziano, um rapaz giro e muito simpático que bem podia ser meu filho na ajuda para a catalogação desta peça.
Casualmente, sem nada o fazer prever na sua banca apreciava uma chávena VA, e num impulso pergunta-me se sou a dona do BLOG "LÉRIAS E VELHARIAS...Espantada,respondo que sim e perguntei como me reconheceu?
Resposta escorreita...Já vi fotos suas publicadas eheheh
Encontrou-me novamente na feira de Tomar, estivemos a conversar e disse-me que tinha deixada uma nota...
Voltei e pedi via email, satisfeito o pedido aqui fica para registo.
Digo em abono da verdade que tem fortes possibilidades de ter sido feita pelo Raul da Bernarda, a foto está publicada em rodapé do post.
Bem haja Ricardo, você é um homem fantástico, simpático e colega... brigada...

Comprei-a numa feira muito baratinha, sem marca.
Atendendo ao espólio da banca marcado "Cavaco" carimbo em circulo, julgo a última usada, é uma probabilidade também ser, até porque já vi uma em maior semelhante e marcada. Havia peças soberbas, travessa grande quinada e terrina oval motivo cantão popular, pessoalmente aprecio o mesmo motivo nesta fábrica mais antigo, como um pratinho que tenho e dei outro igual ao Luís do Velharias. Agora, nunca antes tinha visto dois pratinhos de rebordo para dentro, uma autentica loucura no mesmo motivo, pedi-os por segundos...outra apreciadora encantada com os azuis, os levou e a travessa também por um preço fabuloso...algures estarão expostos num parede a derreter olhares..na linha do Estoril.
Prendi o olhar nas cores, sobretudo no azul e no tijolo.
O cestinho ao centro uma graça, tão mimoso.

Tardoz da travesinha oval gomada, ligeiro cabelo, deixei a aranha primitiva que no caso acho uma delicia.

As peças pequenas exibem por vezes uma beleza estonteante que
nas grandes...se perde, logo eu que gosto de pratões, esta travesinha encantou-me...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Faiança de Darque Viana do Castelo (?)

Prato com o diâmetro de 34 cm comprado na feira de Paço d' Arcos.
Mal estimado apresenta um "cabelo grande" e sem esmalte no olho da flor ao centro , rebordo brocinado. Fabrico em argila branca de esmalte branco translúcido.
Darque produziu pratos até aos 40 cm.
Uma técnica de conservação e restauro de cerâmica enviou-me um email, e fez muito bem, condoída com as coisas mal feitas que faço às minhas faianças. Já lhe agradeci de coração o ter-me esclarecido.
Aqui reproduzo para vós a não fazerem o que habitualmente ingenuamente escrevo:
-limpeza das peças com lixívia: nunca a deve utilizar em peças porosas como as faianças, pode deixar resíduos que mais tarde cristalizam e podem fazer estalar o vidrado. Use álcool, detergentes, água morna e até acetona ou água oxigenada e no fim passe muito bem as peças por água, de preferência destilada.
- lixas nos agrafos: tem de ser muito muito devagar para não riscar o vidrado, use depois um verniz banana (encontra nas drogarias) que é transparente e próprio para metais.
Não use água a ferver nem as coloque na máquina de loiça, apenas as porcelanas podem aguentar tal tratamento e mesmos assim não recomendo.
Carinhosamente remata " continue na pesquisa e compras de belas peças, é sempre bom ler os seus posts."
Bem haja Sandra Pena!

Voltando ao prato, adoro este tamanho e policromia.
No imediato atribui-o a Fervença? Apesar de não existir nenhuma peça com marca desta fábrica.Esmiucei detalhes!
  • Ao tempo muitas fábricas pintaram esta decoração e usaram estas cores: verde , azul cobalto, laranja e manganês num castanho escuro em relevo -, é a incógnita da pincelada desta cor que dita a fábrica!
Filete largo em amarelo no rebordo do fundo, carateristica de  Darque , também usada por Fervença, e outras fábricas a laborarem em Gaia. Analisando o tardoz pela textura apresenta uma massa homogénea, esmalte branco, polido, brilhante e leve que me dita dúvidas na atribuição, inclino-me para produção de Darque-Viana, por terem produzido grandes pratos e desempenados, pela beleza do esmalte branco, mas os arabescos a vinoso terminam sempre muito finos, em relação à outra decoração idêntica, que pode evidenciar fabrico de outra olaria.

Coloquei-o junto a outro muito semelhante, embora com nuances diferentes, nomeadamente o manganês cor borra de vinho chamado de vinoso no prato pequeno é esbatido no esmalte enquanto no outro é em relevo.Também o filete fino em amarelo ao centro enquanto no outro é largo.
  • Evidencia que o primeiro, o mais pequeno poderá ser atribuído a Fervença, por as cores se refletirem no tardoz (?).
  • O grande inclino-me para Darque (?)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cantão da Companhia das Indias

Inesperadamente voltei a fazer um post sobre Cantão em homenagem ao Flávio um jovem seguidor, que tem vindo a demonstrar um interesse especial na nossa loiça nomeadamente da Vista Alegre.
Esta partilha de conhecimento é importante para cimentar ideias, tirar conclusões, saber um pouco mais e lançar o "bichinho" para se investigar . Assim todos sabermos falar mais sobre o que gostamos...a loiça...a faiança...a porcelana...cacos!
A minha coleção de dez pratos Companhia das Índias está a crescer.
Os de esmalte mais carregado, azul mais forte, são do reinado Jiaping 1796 do século XVIII 
Pratos rasos, um de sopa,dois de sobremesa e dois covilhetes para doce. 


A maioria dos pratos ou tem "gatos" ou estão colados.Julgo que apenas tenho um intato.
Nesta foto à frente estão dois pratos pequenos de rebordo para dentro -, covilhetes  que não se vêem habitualmente.
Num catalogo do Cabral e Moncada, deste ano, um lote de 4 pratinhos iguais a este de várias tonalidades de azul com o motivo do Dragão dizia pertencer ao reinado de Quialong no período de 1736 - 1795 licitado o lote 300 a 450€

A ladear a Companhia das Índias duas floreiras de lobos relevados da Fábrica do Outeiro de Águeda e na frente um saleiro com marca vermelha julgo Macau´.


O rebordo dos pratos varia desde o redondo,quinados, e com cortes. Tal como a nossa faiança se inspirou e imitou.
Também as cores de azul, nuns forte, noutros a meia tinta, desmaiados.
O brilho do esmalte em todos é soberbo.
O tardoz é de pasta fina, com alguns buraquinhos e o rebordo do fundo artesanal, facilmente identifica a peça à época.
O motivo, sempre o mesmo. Se repararem não há um igual, em todos existem variantes, o que de certa forma explica as diferenças do nosso Cantão Popular que neles se inspirou para copiar. 
  • O nosso Cantão Popular é delicioso pela ingenuidade do autor o que em alguns exemplares os torna tão especiais, possivelmente ainda mais belos do que os verdadeiros como este patente em Museu.
Datação:XVIII d.C. - XIX d.C.
Matéria:Porcelana branca
Técnica:Pintura sob vidrado
Dimensões (cm):diâmetro: 22,6;
Descrição:Prato de porcelana decorado a azul cobalto sob vidrado. É um prato circular levemente recortado, a aba levantada e quase sem caldeira. A aba apresenta um cercadura larga, azul, seguida de uma espécie de rendilhado. A caldeira tem uma faixa azul mais clara, com cruzes duplas intercaladas por cruzes simples. O fundo tem a representação de uma paisagem lacustre com uma ilha com duas árvores. Esta está ligada por uma ponte a uma segunda ilha com um pagode com uma figura humana no interior, e com um chorão na margem. À esquerda existe uma terceira ilha com duas habitações contíguas, e em frente ainda uma quarta, também com duas habitações, atrás da qual se detectam montanhas. Nesta parte do rio estão duas embarcações. O frete não é vidrado.
  •  Alguns dos meus pratos Companhia das Índias.



Este prato pintado nesta cor camarão comprei-o na feira de Algés à D. Maria por 3€

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Prato de faiança atribuído a Cavaco (?)

Prenda do aniversário de casamento...Deste ano!


Comprei-o na feira de Setúbal a um vendedor que os trouxe do Alentejo. Pratos semelhantes têm sido vendidos perto dos 100€. Disse-me que o antiquário lhe tinha dito se tratar de faiança de Aveiro (?). 
Nestes pratos a policromia do motivo é quase sempre o mesmo: folhagem pontiaguda a duas cores em tons castanhos, em alguns exemplares o castanho é bastante escuro, e azul  flor do alecrim, sendo o esmalte sempre em cor de grão.
Provavelmente o seu fabrico é norte Cavaco (?).
Mede 29 cm de diâmetro por estar partido e gateado trouxe-o em conta.
Há muito tempo andava na procura de um exemplar, os que vou encontrando, alguns em bom estado, outros piores caros, nunca nenhum me encantou como este em que a decoração irradia do centro para as abas, termina com botões em flor na cor do alecrim, a carateristica decorativa desta faiança na introdução desta variante do azul.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Terrina de faiança atribuida a Coimbra (?)

Comprei esta terrina na feira de Algés.
Formato hexagonal bojudo e quinado dos lados de textura de barro branco.
A decoração apresenta-se em palete cromática de policromia num tema muito usual: casario rodeado de flores com  palmeiras e árvores de ramagem em  esponjados, tal como o rodapé em tons a manganês e verde ervilha, dos lados raminhos de flores.
Esmalte brilhante,  sem tampa.
Fabrico atribuído a Coimbra à semelhança do que José Reis pintou na cidade antes de 1875-, ou  início XX pela  marca impressa  "1" ..


O fundo da terrina apresenta uma marca gravada  em relevo "1".
           Nunca antes vi e mal lhe peguei foi atributo que me fascinou.


Nota-se a pega da terrina e as flores em estampa que a embelezam dos lados, característica de Coimbra.

Por gostar tanto da terrina acabei por a deixar na minha sala em detrimento de uma em redondo completa de Serraguimines...o cansaço tem destas coisas!



Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...