quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cabaz de verga branca

Cabaz de verga branca
Herança do meu marido. Ainda guardador de sonhos...gosto de olhar para ele e perder-me a deambular em sonhos...muitos sonhos!
Terá mais de sessenta anos. O bicho comeu-lhe um pé, não parei nem descansei enquanto o meu marido não me fez um novo com vime que ao ribeiro fui buscar ao salgueiro.
Parece novo, dei-lhe um jeito com verniz depois de ter posto cuprinol para matar o caruncho. Tantas vezes viajou na camioneta desde a paragem no Bairro aos Portelanos até Lisboa de parelha com outro que ficou para a irmã. Cheio a arrebentar as presilhas, uma mais tarde substituída por um cordel, só para não abrir e alguém esgueirar a mão e surripiar qualquer coisinha...Só coisas boas a lembrar a aldeia no sopé da Nexebra. Chouriças, morcelas com cominhos, feijão da velha, azeite, azeitonas retalhadas, queijos Rabaçal, nozes,laranjas, uma mão cheia de tremoços demolhados no poço, adoçados...
Os sabores inesquecíveis ouvia dizer...acredito!
Ainda um tapete feito de trapos no tear artesanal da Ti Joaquina em cores vivas, que teimei em guardar, o que me lembro das histórias dela e dos namoricos que a minha mãe sempre me contou...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Faiança de Viana ou Fervença(?)

Comprei este prato num site de leilões.Foi caro. Está muito partido, mas bem colado.

A fábrica de Fervença começou a laborar em 1824.Não marcavam as peças. No entanto no livro de José de Queiroz fala que algumas peças exibem no tardoz um risco a manganês.
Este prato apresenta o risco nessa cor e as cores refletem-se no tardoz.
O vidrado é muito brilhante, parece porcelana. 
  • Além do azul cobalto uma característica também o manganês  esborratado. 
  • Tardoz branco translúcido com reminiscências do azul cobalto em todo ele a  transparecem no esmalte.
  •  O mesmo já não se pode dizer da decoração - o jeito das ramagens das flores e dos malmequeres - vastamente copiada por outras fábricas: Miragaia, Bandeira ; Santo António da Piedade; Viana (Darque); Coimbra e,... 
Tinteiro da coleção do Museu Nacional de Soares dos Reis atribuído ao Séc XVIII - XIX da Fábrica de Miragaia
  • A Curiosidade : semelhança do manganês esborratado 
 
 A pergunta impõe-se: será o meu prato de Viana (?) ou Fervença?
Um antiquário disse-me à tempos que a loiça de Fervença se retratava no verso, é o caso desta. Mas já vi outra que não, depende da época e técnica de fabrico.

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...