sábado, 18 de dezembro de 2010

Presépio em musgo e fetos



Deixo aqui neste espaço público a minha mensagem de BOAS FESTAS
A todos os seguidores deste blog aqui ficam os meus sinceros votos de uma boa quadra natalícia.
Os votos de sempre. Saúde, amor e algum dinheiro.
Estive ausente uns dias, aproveitei entre outras coisas tal como todos os anos montar o presépio em musgo, como quando era pequena.
De cesta de verga em punho lá fui pinhal adentro, este ano trouxe o musgo do rebordo do poço e do tanque do carvalhal da Moita Redonda. Ainda loureiro do vale, agora que está com o fruto, a lembrar ramalhetes de azeitonas pretas, o medronho, este ano não cortei, gostei que ficassem a olhar para mim cor de laranja e carmesim. O que apanhei foram umas bolinhas vermelhas cujas hastes estão secas entrelaçadas nos choupos, gosto particularmente de as desentrelaçar a cada Dezembro.
Este ano fi-lo às pressas. Não estava lá muito motivada. Nem fiz os lagos aproveitando as pias de pedra que deixei escondidas por trás da cabana...
Isto de fazer tem muita graça, se lá vivesse e o contemplasse todos os dias, assim mal o vejo, o pior mesmo é depois limpar tudo.
Nem imaginam o lixo...
Depois, nestas coisas o que conta é a intenção
Mal ou bem está feito, é o meu presépio.
Bom Natal e Próspero Ano Novo a todos sem qualquer ordem de apreço

Luís Montalvão
Manel Sousa Cardoso
Maria Paula a mística Maria Gabela
Marília Marques
Maria Andrade
Fábio Carvalho
Pedro k raízes Nexebra
Manel Dias
Joaquim Moura
Leonor Pereira
Valdemar Trofa
Anónimos

A todos o meu bem haja pela continuidade e até para o ano.
Boa sorte a todos.
Especialmente uma hora pequenina para a nora da Maria Andrade. Votos que tudo corra pelo melhor
Felicidades
Beijos
Maria Isabel

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Faiança dita Cavaco de Gaia

Ando há que tempos para aqui mostrar um pouco do que tenho em faiança supostamente da fábrica "Cavaco".

A história desta fabrica não se poderá nunca escrever, sem que ser indissociável a sua ligação com outras três fábricas:
Fábrica do Cavaco
Fábrica do Monte Cavaco
Fábrica do Cavaquinho
Todas em Vila Nova de Gaia, com os mesmos proprietários e com peças de faiança com marcas bem distintas.
A Fábrica do Cavaco foi estabelecida na Quinta de Valle de Amores, em 1768, vulgarmente conhecida por Cavaquinho. A existência desta fábrica foi ofuscada pela vizinha criação de uma segunda com maior visibilidade histórica.
Procedeu-se assim à união das duas fábricas, passando ambas a laborar apenas na louça de pó de pedra, em reconhecimento do sucesso verificado.
Merecendo a aprovação Real de Sua Majestade dada a perfeição da sua louça e exportou bastante para o Brasil, tendo o seu período áureo entre 1793 e 1808.
Contudo, a concorrência inglesa e as invasões Francesas, penalizaram-na obrigando-a praticamente paralisar depois de 1808, reabrindo em 1817.
Em 1826 vendem apenas para o país o que limitava esta indústria que tentava reorganizar a produção.
Entra na década de trinta mais uma vez em crise e encerra, passando a albergar nas suas instalações outras indústrias.

A maioria das minhas peças não está marcada e uma das formas de eu as catalogar é por semelhança do desenho quando pintado à mão, das cores, do vidrado e da textura da massa. É certo que todas são de épocas diferentes. Nota-se pelas diferenças do traço;novos pintores, inclusão de novas cores e também do acabamento da peça mais elaborada cerâmicamente.
Gosto particularmente de galos , o rodapé do motivo em verde e o formato do animal e plumagem são características inegáveis, embora aqui apresente um pequeno de outra época mais antiga, pintado por outro artista.
Claro, é a minha dedução!
Começo por vos mostrar uma peça assinada
Pequena jarra comprada num site de leilões.
Sou muito aérea. O vendedor fotografou a peça de forma a parecer grande, nem raciocinei ao ler o texto que por certo incluía o tamanho.Senti-me terrivelmente "enganada",não registei o feedback ao vendedor.
Homem novo, astuto, engenhoso no trabalhar da imagem, o que senti?
Ludibriada, o preço?
Uma loucura, nem digo, ainda se riam de mim...
Prato comprado na feira de Estremoz .
Mais um motivo do "Galo" com bicos simples em rosa e círculos em preto também característico da fábrica "CAVACO"
Prato com o motivo do "Galo" e bordadura em rosa tipo estacas. Comprei-o na feira de Setúbal €.
Vêem-se muitos iguais com bordadura em azul.
Comprado na feira da ladra . Gostei do tom azul forte do rebordo.
O galo é muito bonito.
Este prato é seguramente faiança do século XIX.
A minha prenda de anos deste ano da minha filha, comprou-ma na feira de Azeitão
Nunca vi nada igual,tão elaboradamente policromada
O galo, pintura familiar,a ramagem, inédita
Fiquei fascinada
Impecável. Adoro-a!
Tem marca em preto, carimbo em círculo,por ser faiança e irregular, o carimbo não ficou todo impresso na pasta. Tenho visto esta marca em pratos com motivos muito coloridos com corações na bordadura "CAVACO".Comprei-o na feira da Ladra.
Considero esta peça mais recente de todas aqui mostradas.Mais um para a colecção de galos!
Comprada na feira de Paço d'Arcos.
Sempre adorei infusas. Fazem-me lembrar a minha infância quando ia à loja( assim se chama na minha terra de adopção à adega).
Tantas parti por ir sempre no carreiro a brincar.
Enchia-as sugando com força o vinho que subia pela mangueira, antes de se por o espicho ou a torneira no pipo.
Não a podia lá deixar. A decoração policromada é fabulosa, apenas uma esbeiçadela no bico, coisa sem importância.De cores e vidrado magnífica. Adoro esta peça. Seguramente século XIX.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Faiança variada de Coimbra

Mais um post sobre a faiança variada de Coimbra.

Lindo prato de Coimbra, comprado em Setúbal ao Sr António (GNR). Bem regateado, há qualquer coisa nele de fantástico.
Ao centro vaso com flores em policromia limitado ao covo por duplo filetes finos em verde ervilha, a aba com cercadura floral em policromia.
Herança do meu marido da sua avó Rosa.
Bacia e gomil, século XIX.
Estampagem por decalque em cor monocromática azul.
O meu sogro quando nasceu foi nela lavado.
Pequeno prato era da minha irmã que mo deu quando mudou para a sua casa futurista restilo minimalista.
Já aqui contei, tinha um carteiro que os comprava às velhotas no giro da entrega das cartas e dos vales da reforma e a ela ofereceu como "paga" pela compreensão e faltas ao serviço pelas muitas deslocações com um seu filho com leucemia aos tratamentos em Coimbra. No melhor, o miúdo salvou-se.
Decoração a estampa floral em cor monocromática vermelha  ao centro e na aba. Ao limite do covo duplo filete azul claro e no rebordo.
Este  veio de uma pensão que existia em Castanheira de Pêra onde a minha mãe ficava quando ia trabalhar nos Correios.Dizia ela que o salão tinha as paredes repletas de pratos. A dona deu-lhe dois exemplares, este é o meu, o outro foi para a minha irmã. 
Decoração delicada ao centro  envolta em dois círculos com flores em cor monocromática azul claro e na  bordadura com filete fino no inicio da aba e no rebordo recortado, uma caraterística de Coimbra na fábrica das Lages e,...
Este comprei-o à anos em Estremoz a um "cigano" tem um "cabelo". O prato ao centro apresenta um grande ramo floral em policromia, delimitado no covo por fino filete escuro e a aba por cercadura floral em vermelho, vastamente pintado em Coimbra.
Travessa oitava empenada, devido à temperatura da cozedura. 
Motivo central floral com flores finamente pintadas em vermelho com folhagem verde.A aba com cercadura floral em azul claro.
Pintura fina e bordadura azul em estampa na aba.
Taça com  motivo central floral  em policromia cromática, aba com cercadura em azul e ao meio do rebordo duplo filete fino em manganês
Graciosa

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Escarradeira em faiança Coimbra ou José Reis Alcobaça (?)


Figueira da Foz em dia frio e chuvoso, no inicio da tarde alguns feirantes arrumavam e eu também, já tinha feito algum dinheiro. Grande espanto e tamanha alegria foi a surpresa do encontro com a Maria Andrade uma comentadora habitual de alguns blogs da especialidade. Fiquei encantada, quase sem palavras muito pela foto do perfil ser muito formal e na presença se apresentar uma mulher muito jovem, bonita, elegante,simples e mui moderna, dona de um olhar doce ligeiramente esverdeado no meu dizer raízes das invasões francesas por parte de uma avó das faldas de Penela.Simpátiquíssima,senhora agradável, convidou-me para um cafezinho, trocamos uma conversa ligeira, porque estava de partida, empatia houve e muita.Descobriu-me por ver no meu estaminé algumas peças que postei e também por fotos minhas que de vez em quando publico. Adorei muito te-la conhecido tal o respeito e admiração que sinto por ela, bem haja é uma senhora e pêras!
Gosto das feiras do lado de dentro. 
Fazendo o balanço ganhei,trouxe uns trocados e sobretudo despachei monos, uma forma de despachar peças adquiridas em tempos de depressão...
O melhor? Na feira da Figueira comprei uma escarradeira  século XIX decoração esponjada cor borra de vinho, sem tampa .

Por comparação  à terrina que mostro em baixo-,a tonalidade pode ser fabrico de José Reis de Alcobaça
  • No Museu Luís Sampaio em Alcobaça existe  uma terrina igual a esta atribuida a José Reis

Faiança do norte de Gaia com flor de avenca a imitar o Juncal

Grande prato em faiança com motivo decorativo simples- ramos de avenca. Numa primeira impressão diz-se que é produção do Juncal. Numa s...